Reflexão do Evangelho do dia 05 de Novembro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figuiredo para:
Segunda-feira – 05 de novembro
Lc 14, 12-14 – Escolha dos convidados

Jesus censura os escribas e fariseus pelas suas práticas meramente exteriores. Eles se arvoram em juízes de seus conterrâneos, apresentando-se como modelos do judeu observante. Porém, canalizam para eles e não para Deus a glória e o reconhecimento do povo. Transformam a prática da fé “em fardos pesados e os põem sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos nem com um dedo se dispõem a movê-los”. A fé, fonte de alegria e de paz no serviço a Deus, deixa de ser uma adesão íntima a uma presença pessoal, secreta e revelada, para se reduzir a uma carga difícil de ser transportada. Ora, para Jesus, o Pai é aquele que vem a nós na soberana liberdade do seu amor. Nossa resposta será leve e suave, entremeada de alegria, justiça, santidade e de verdadeira felicidade.
A única exigência posta pelo Senhor é o desapego. Ideia já presente no A.T. e agora, proclamada por Jesus, de modo especial, no Sermão da Montanha: “Fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo”.
No entanto, a expectativa de uma recompensa não é excluída, contanto que seu objeto seja o cumprimento do amor, em união com Cristo e com Deus. Amor totalmente desinteressado, dadivoso e gratuito. É o caminho da fé. Só ela e o desapego podem abrir os olhos do coração à contemplação dos bens eternos. Por isso, no Evangelho do dia de hoje, Jesus recomenda que “não se convide os amigos, nem os irmãos, nem os parentes, nem os vizinhos ricos; para que não te convidem, por sua vez, e te retribuam do mesmo modo. Pelo contrário, quando deres uma festa, chama os pobres, estropiados, coxos, cegos; serás feliz, então, porque eles não têm com que te retribuir. Serás, porém, recompensado na ressurreição dos justos”. O discípulo do Senhor não compartilha a mesa com outros para se assegurar de uma retribuição ou obrigação recíproca. A solicitude que ele demonstra para com os necessitados reflete a solicitude de Deus.
        Jesus exorta seu seguidor a ter uma atitude totalmente desinteressada, pois diz ele: “Serás, porém, recompensado na ressurreição dos justos”. A propósito, S. Irineu pergunta-se: “Onde estão os cêntuplos prometidos neste mundo pelos alimentos oferecidos aos pobres? Terão lugar nos tempos do Reino, no sétimo dia, santificado quando Deus repousou das obras que tinha feito. Este é o verdadeiro dia de festa dos justos. Eles terão uma mesa preparada por Deus, que os nutrirá com todo tipo de iguaria”. Portanto, para participar do banquete celestial há um critério infalível, o amor fraterno. 

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