Reflexão do Evangelho do dia 10 de Novembro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Sábado – 10 de novembro
Lc 16, 9-15: O bom emprego do dinheiro
       
        Em nossa peregrinação terrena somos chamados à união com Deus. Dificuldades não faltarão. O importante é a escolha que se faz em cada situação concreta. Sempre levando em conta o fato de existirem fatores positivos ou negativos que, por força de nossa condição humana, intervêm, uns mais facilmente que outros, e constituem obstáculos para uma vida reta e justa.
Para a comunhão com Deus, o Evangelho de hoje apresenta como obstáculo o apego ao dinheiro, pois ele pode chegar a dominar o coração humano e torná-lo insensível às aspirações sublimes e aos sentimentos de doação generosa e solidária aos irmãos. Por isso, em diversas ocasiões, Jesus fustiga esse mal concitando a generosidade e a partilha. Diz ele: “Fazei amigos com o dinheiro da iniqüidade, a fim de que, no dia em que faltar, eles (os pobres) vos recebam nos tabernáculos eternos”. Enuncia-se o princípio de correspondência: Na eternidade da glória celeste, na pessoa dos pobres socorridos, é o próprio Jesus quem acolhe os de coração bondoso. Mas desde já, pela prática das “pequenas coisas”, os discípulos habilitam-se às “grandes realidades”, que serão permanentes e espirituais, em oposição aos bens passageiros e materiais obtidos no mundo presente.
        Levanta-se, assim, a questão principal, que não se reduz ao ter ou ao não-ter, mas à maneira como os discípulos possuem e utilizam as riquezas materiais. Eles terão, perante seus olhos, os bens eternos, os únicos reconhecidamente dignos e permanentes, que constituem sua verdadeira herança. Diante deles, os bens materiais tornam-se insignificantes e, por permanecem estrangeiros a eles, são designados “de pequenas coisas”. Pois serão incapazes de satisfazer seus mais íntimos desejos, sobretudo, a verdadeira paz e a felicidade eterna.
        Elevados acima da realidade meramente terrena, os discípulos são constituídos novas criaturas e submetem-se ao imperativo de partilhar, sobretudo com os pobres e necessitados, os bens que possuem. Escreve S. Cirilo de Alexandria: “Só assim nós poderemos receber o que é nosso, isto é, a santa e admirável beleza que Deus forma na alma das pessoas, tornando-as semelhantes a Ele mesmo”.  S. Jerônimo, comentando a passagem em que se louva o mau administrador, destaca que “muito mais o Cristo, que não pode sofrer nenhuma perda e inclina-se, naturalmente, para a clemência, louvará seus discípulos se eles se mostrarem misericordiosos para com os que nele creem”. Permanece a questão: “Se vós não sois capazes de bem distribuir as riquezas desse mundo que passa, como poderão ser confiadas a vós as verdadeiras e eternas riquezas do ensinamento divino?”. 

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