Reflexão do Evangelho do dia 05 de Abril de 2013


Sexta-feira – 05 de abril
Jo 21, 1-14: Aparição às margens do lago

         Às margens do lago de Tiberíades, “Jesus manifestou-se novamente” aos Apóstolos, que passam por uma evolução interior. Deixando a desesperança, melhor, a incerteza e a dúvida, eles são conduzidos ao consolo e à fecundidade de uma certeza íntima de que “é o Senhor”. Renovados na fé, eles se nutrem na esperança da realização de suas promessas.
         Um breve diálogo se estabelece entre Jesus e os Apóstolos. De modo informal, Jesus lhes pergunta: “Jovens, tendes algo para comer?” Eles, decepcionados por nada terem pescado, respondem com um seco “não”. Conservando sua serenidade e firmeza, Jesus ordena-lhes: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. As circunstâncias são significativas. Durante a noite, momento mais propício para a pesca, eles não tinham conseguido nada. O Senhor estava ausente. À luz do dia, ele se torna presente e a pesca é abundante: “Lançaram, então, a rede e não tinham mais força para puxá-la, por causa da quantidade de peixes”. Já na praia, o Mestre convida-os para comer. Ninguém tem coragem de perguntar quem ele é. Sabem que é o Senhor. Segue-se um momento de convívio, cena singela, mas rica de sentido. Os Apóstolos se reconhecem testemunhas da Ressurreição e tornam-se “pescadores de homens”. É o início da missão pós-pascal, tempo da Igreja.
O fato de os Apóstolos lançarem a rede, em obediência à voz do Senhor, permite entrever a Igreja em sua pregação do Evangelho. Ao lançá-la, ela se declara a caminho do eterno, onde Jesus a aguarda. A primeira pesca miraculosa era figura da fecundidade da missão apostólica, ao longo dos tempos. Jesus se encontra “na barca”, com os Apóstolos, e a conduz para águas mais profundas, pois eles deveriam anunciar o Evangelho a todas as nações. Agora, na segunda pesca, ele aguarda os Apóstolos, a Igreja, para o momento decisivo do julgamento final. O ambiente de intimidade e de convivência assinala que, se a Igreja for fiel à sua mensagem e à vontade do Pai, ela será introduzida na ceia da amizade e do amor.
Portanto, a realidade da Ressurreição de Jesus não é fruto da convicção dos discípulos. Ela é a fonte desta convicção. Como os Apóstolos, também nós sentimos insuficiências e limitações. Mas se Jesus estiver presente, os resultados irão depender de nossa obediência à sua Palavra. Aliás, o episódio da pesca milagrosa é bastante simbólico. Ao ouvir que era o Senhor, Pedro se lança na água para ir ao seu encontro. Já em terra, ele puxa a rede, repleta de peixes, significando, segundo S. Agostinho, a Igreja na universalidade da pregação do Evangelho. Logo após, Jesus irá indicar a Pedro sua missão e seu pastoreio na Igreja.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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