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Mostrando postagens de junho, 2013

Reflexão do Evangelho do dia 30 de Junho de 2013

Domingo – 30 de junho Mt 16, 13-19 – Confissão de S. Pedro           Na bela cidade de Cesareia, reedificada pelo tetrarca Felipe no ano 3-2 a. C, Jesus interroga seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” A própria pergunta sugere um ponto de vista humano. A opinião popular identificava-o com um dos profetas do passado. “Disseram-lhe: uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas”.  Voltando-se para os Apóstolos, Jesus pergunta: “E vós quem dizeis que eu sou?” Eles pressentem, diz S. Hilário, que, “para além do que se via nele, havia algo mais”. A resposta decisiva e imediata, em nome de todos, é dada por Pedro. Não fundado em premissas puramente humanas, mas inspirado por Deus, ele proclama a sua natureza divina: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Profissão de fé, confirmada por Jesus: “Não foi carne ou sangue que te revelaram isto, e sim o meu Pai que está nos céus”. À sua identidade só se chega pela fé, hor

Reflexão do Evangelho do dia 29 de Junho de 2013

Sábado – 29 de junho Mt 8, 5-17 – A cura do servo do centurião           O centurião romano suplica a Jesus: “Meu criado está deitado em casa, paralítico, sofrendo dores atrozes”. Jesus o conforta e o consola, dizendo-lhe: “Eu irei curá-lo”, pois, comenta S. Agostinho: “O Senhor não quer, simplesmente, entrar na casa daquele homem. Ele deseja entrar em seu coração”. Ele representa alguém que reza com fé ardente e vai a Jesus com total confiança. O evangelista S. Mateus descreve o servidor “sofrendo dores atrozes” e o centurião, alto personagem, como alguém de profunda humildade, que, diante da atitude generosa do Senhor, diz-lhe: “Senhor, não sou digno de receber-te sob o meu teto; basta que digas uma palavra e o meu criado ficará são”.            Uma palavra basta, porque é “tua” palavra e ela é soberanamente eficaz. O militar pagão reconhece em Jesus o poder e a misericórdia de Deus. Diz S. Agostinho: “É necessário ater-se ao médico, que vem para curar as enfermidades da alm

Reflexão do Evangelho do dia 28 de Junho de 2013

Sexta-feira - 28 de junho Mt 8, 1-4: Cura de um leproso         Na certeza de que Jesus é capaz de aliviá-los das aflições e doenças, os discípulos depositam nele suas preocupações. Agora, lá está um leproso, que lhe suplica: “Senhor, se queres, tens poder para purificar-me”.  Pela Lei mosaica, a lepra era considerada uma doença passível de excomunhão. Quem a contraísse seria excluído do convívio comunitário e se, por acaso, alguém fosse curado, ele devia submeter-se ao rito de purificação. Por isso, ao milagre da cura de um leproso, sinal dos tempos messiânicos, liga-se a purificação.                                     Apesar de tais restrições e normas, ele não hesita em aproximar-se do Mestre. Este sereno, não o rejeita nem dele se afasta, acolhe-o. A cena comove os Apóstolos, levando-os à admiração e ao enlevo espiritual. De sua parte, profundamente sensibilizado, o leproso se prosterna, em sinal de adoração e, num ato de profunda humildade e de abandono confiante, implor

Reflexão do Evangelho do dia 27 de Junho de 2013

Quinta-feira – 27 de junho Mt 7, 21-29: Verdadeiros discípulos                     De modo solene, Jesus proclama: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus”. A fé é condição essencial à salvação. Por isso, o divino Mestre deseja conduzir os discípulos a uma fé autêntica, sedimentada no cumprimento da vontade do Pai e na prática do bem.  Quem diz Senhor, Senhor, se compromete a seguir Jesus e a viver de acordo com os seus ensinamentos. A vida confere respaldo e consistência à Palavra. Caso contrário, seria uma fala sem conteúdo, vazia, e, pior ainda, não se comprometendo, ele estaria impedindo que a Palavra de Deus, realmente, se efetivasse. Pois, mesmo sendo eficaz nela mesma, ela supõe sempre a colaboração do homem. Deus não força. Ele jamais violenta a vontade humana. Respeita a liberdade de cada pessoa e permanece, ousamos dizer, à espera de sua decisão. “Deus é liberdade e à s

Reflexão do Evangelho do dia 26 de Junho de 2013

Quarta-feira – 26 de junho Mt 7, 15-20: Os falsos profetas                     Graças à liberdade, nossas ações não são infalivelmente determinadas e os atos imorais podem ser censurados. Apesar das causas interiores e das intenções do coração permanecerem desconhecidas ou inacessíveis ao conhecimento alheio, o aspecto visível e empírico da conduta humana é passível de censura e de condenação. A motivação última ou interior permanece desconhecida, tornando compreensíveis as palavras incisivas de Jesus: “Não julgueis para não serdes julgados”. No entanto, o Evangelho de hoje nos diz: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes”. Na Igreja nascente há verdadeiros e falsos apóstolos, profetas ligados à Igreja e pseudoprofetas. Distingui-los, não é simples. Os pseudoprofetas demonstram fé e vida cristã, mas aparentemente. A desaprovação deles baseia-se, então, nas consequências e nos efeitos de seus atos, pois neles não

Reflexão do Evangelho do dia 25 de Junho de 2013

Terça-feira – 25 de junho Mt 7, 6.12-14: Não deis aos cães o que é santo           No relacionamento com o próximo, também com o que é precioso e sagrado, faz-se necessário o dom do discernimento, arte de distinguir e reter o que deve ou não ser feito ou dito. Nesse sentido, o Senhor urge os discípulos para que sejam prudentes e judiciosos, praticando a “regra de ouro”, que os orienta a fazer ao outro o que esperam que ele lhes faça. Dito sapiencial de autoproteção (Tob 4,15), colocado no contexto dos mandamentos de Deus e transformado em ato de amor, do qual dependem “toda a lei e os profetas”. Jesus alerta igualmente os discípulos sobre o perigo de atentar contra o que é consagrado a Deus, dando aos cães o que é santo ou atirando pérolas aos porcos. Pois, como escreve S. Hilário de Poitiers, “o apelo evangélico visa a não expor os mistérios divinos a quem não os merece ou não está preparado para acolhê-los”. Evitando correr atrás dos falsos profetas, empenhem-se os discípulo

Reflexão do Evangelho do dia 24 de Junho de 2013

Segunda-feira – 24 de junho Lc 1, 57-66.80: Natividade de S. João Batista                      Último dos profetas do Antigo Testamento, João Batista tem por missão preparar a vinda de Jesus, nosso Salvador. Em seu próprio nascimento, no dizer de S. Efrem, ele já anuncia a vinda do Messias, “graças ao paralelo traçado pelo Evangelista S. Lucas entre João e Jesus”. Com vivo realismo, descreve-se a circuncisão de João, cerimônia de sua entrada na comunidade de Israel, marcada pela imposição do nome. Segundo a prática judaica, foi uma ocasião de regozijo e de festas, um grande acontecimento. Estavam reunidos, ao redor de Isabel e de Zacarias, os parentes e vizinhos, que comentavam o fato de terem ouvido dizer que algo extraordinário tinha sucedido: “Deus cumulara Isabel com a sua misericórdia”. E com ela se alegravam.           Era de praxe que o nome da criança refletisse a história da família. Por isso, grande foi o espanto de todos, quando Isabel disse que ele se chamaria João

Reflexão do Evangelho do dia 23 de Junho de 2013

Domingo – 23 de junho Lc 9, 18-24 – Confissão de S. Pedro          Como de costume, Jesus orava em particular, na solidão. Assim foi quando escolheu os Apóstolos. Também agora, antes de introduzi-los no mistério de sua missão, que consiste em formar e reconstituir o novo povo de Deus. Por isso, desejando associá-los à sua missão, perguntou aos Apóstolos: “Quem dizem as multidões que eu sou?” A resposta de Pedro é significativa, resposta imediata e direta, em nome de todos: “Tu és o Cristo de Deus”. Ela indica a prova pela qual Jesus deverá passar e, esperada por ele, a fé dos discípulos, que hão de acolher a sua Paixão, à qual ele se refere, logo a seguir. Momento solene e revelador. Os discípulos são arrebatados por ele ao âmago de sua vida de oração e de comunhão com o Pai. Os olhos interiores deles se iluminam e a profissão de Pedro lhes traz uma aquiescência implícita do Mestre a respeito de sua missão. Pois, chamando-o de “o Cristo de Deus”, o apóstolo reporta-se, evident

Reflexão do Evangelho do dia 22 de Junho de 2013

Sábado – 22 de junho Mt 6, 24-34: Deus e o dinheiro                     Há de se escolher entre Deus e o dinheiro, declarar-se por um ou por outro senhor, pois “ninguém pode servir a dois senhores, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não se pode servir a Deus e ao dinheiro”. Caso não se decida, o discípulo permanecerá ansioso e dividido no seu interior. A palavra “ansiedade” significa “ter duas mentes”, sentir-se inseguro, causa de inquietação e indecisão. Não fazendo sua opção, o medo o assalta e ele sente-se aflito e se martirizando com dúvidas e incertezas. Quer se submeter a Deus, sem deixar, porém, de alimentar o desejo de viver segundo os padrões de uma mentalidade mundana. Os contrastes se revezam e o obrigam a tomar uma decisão, por um ou por outro mestre. Mestre é aquele que comanda quem o segue, no modo de pensar e em seus ideais. Controla os desejos de seu coração e confere-lhe os valores norteadores de sua vida. A decisão

Reflexão do Evangelho do dia 21 de Junho de 2013

Sexta-feira – 21 de junho Mt 6, 19-23: O verdadeiro tesouro           Jesus usa a imagem do tesouro e do olho, lâmpada do corpo, para falar do Reino de Deus. Há quem julgue que o simples fato de  encontrar um tesouro lhe traria segurança e felicidade. Por isso conhecendo o coração humano, Jesus estabelece uma alternativa: não entre pobreza e riqueza, mas entre plenitude terrestre, temporária e plenitude celeste, eterna. Ou ainda, entre os bens materiais e os espirituais. De um lado, estaria a avareza, fechada sobre si mesma, estéril e de antemão condenada por uma morte inevitável; de outro lado, a generosidade que distribui aos outros, aos mais pobres, o que é concedido pela liberalidade do Criador e da natureza.  O modelo é o próprio Jesus. Longe de guardar avara e egoisticamente para si mesmo sua natureza e sua riqueza divina, ele se aniquilou, assumindo nossa humanidade.             S. Basílio Magno, referindo-se a essa passagem, destaca que Jesus “queria despertar o espíri

Reflexão do Evangelho do dia 20 de Junho de 2013

Quinta-feira – 20 de junho Mt 6, 7-15: A oração do Pai-Nosso                     Os judeus prescreviam a oração formal três vezes ao dia. Os rabinos tinham uma oração específica para cada ocasião. Por sua vez, Jesus, homem de oração constante, alerta os discípulos contra todo tipo de formalismo, que confere à oração certo cunho impessoal e mecânico. Cromácio de Aquileia lembra que, “segundo as palavras do Mestre, nossa oração não é medida pela prolixidade de palavras, mas pela fé do coração e pelas obras de justiça”. S. Cirilo de Alexandria destaca que, “a loquacidade, será chamada de ‘battologia’, palavra proveniente do nome de um grego chamado Batto, autor de longos hinos, prolixos e cheios de repetições, em honra dos ídolos. Ao contrário, Jesus ordena orar com brevidade, sóbria e sucintamente, pois Deus conhece nossas necessidades antes mesmo que as exponhamos”. A pedido dos Apóstolos, Jesus comunica-lhes sua prece filial, a oração do Pai-Nosso. Preciosa herança, conservada

Reflexão do Evangelho do dia 19 de Junho de 2013

Quarta-feira – 19 de junho Mt 6, 1-6.16-18: A esmola em segredo                     Para os judeus, a oração, o jejum e a vigilância eram as colunas mestras da vida religiosa e constituíam os sinais característicos da pessoa piedosa. Porém, no tempo de Jesus, muitos os praticavam com o simples intuito de se mostrarem justos, sem um correlato interior. Era pura ostentação. Para Jesus, a verdadeira piedade é mais do que parecer bom ou santo. Na paciência do amor, ele adverte: “Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos por eles”. Ao invés, para evitar uma piedade puramente formal, ele aponta como referência essencial de suas ações: Deus e os irmãos.    Por isso, para os discípulos, a vanglória ou a vaidade, jamais serão parâmetros de suas atividades. Nas obras realizadas por eles resplandecerá a glória de Deus, pois o que fazem é diante de Deus e não para serem vistos pelos homens. Comenta S. João Crisóstomo, referindo-se às palavras do Senhor s

Reflexão do Evangelho do dia 18 de Junho de 2013

Terça-feira – 18 de junho Mt 5, 43-48 - Amor aos inimigos           No poder do Senhor, que penetra e vivifica nossa vida, somos convocados a respirar o ar da ressurreição. Oculto em sua humanidade, o Filho de Deus dá-se a conhecer e, na sua bondade misericordiosa, purifica-nos de nossas faltas e pecados. Ele é a “suprema epifania” do amor incomensurável de Deus, que “nos conduz, exclama S. Agostinho, àquela luz que nossos olhos não conhecem. O olhar interior, preparado, permite-nos ver a luz que ninguém pode obscurecer”. Tornamo-nos, assim, partícipes da vida divina.         Porém, para permanecer em Deus há de se observar o mandamento do amor a Deus e ao próximo, que significa, conforme S. Boaventura, participar “do amor com o qual Deus nos ama e com o qual ele nos permite amá-lo”. Amados por Deus, nós o amamos com o próprio amor que ele nos comunica. Nesse amor, que não nega a afetividade (eros), mas a eleva, nós  amamos a todos. Pois a realidade humana (eros) sem o amor di

Reflexão do Evangelho do dia 17 de Junho de 2013

Segunda-feira – 17 de junho Mt 5, 38-42: Olho por olho e dente por dente                     Soa-nos estranha a prática da vingança sancionada pelo código mosaico: “olho por olho e dente por dente”. Ela é suavizada pela lei romana do “talião”, ao determinar que a compensação não exceda ao dano. Mesmo assim, tal interpretação não corresponde ao objetivo próprio da Lei, cuja intenção é frear o ímpeto da vingança pessoal e levar à santidade de vida. Embora, como observa S. Agostinho, “o referido preceito já expresse perdoar um pouco e indique o início de uma justiça misericordiosa”.           Esse raio de luz, presente na antiga Lei, nos conduz ao esplendor da luz divina, o Filho de Deus encarnado. Nele, a morte é vencida e não há mais necessidade de inimigos, ninguém se sente separado. O critério espiritual, do encontro com o Senhor, leva-nos a amar até nossos inimigos. Tornam-se, então, compreensíveis as palavras do Mestre: “Eu vim não para abolir a Lei, mas sim para aperfeiçoá

Reflexão do Evangelho do dia 16 de Junho de 2013

Domingo – 16 de junho Lc 7, 36-50: A pecadora perdoada                     Diante de Jesus ninguém permanece indiferente. Rejeita-o ou é atraído por ele. Se suas palavras, por vezes, são duras, ele demonstra ser bondoso para com todos. No Evangelho de hoje, reunido com os pecadores, Jesus revela sua divina misericórdia. S. Gregório de Nissa observa que “o Senhor, convidado por um fariseu, não rejeita o convite, embora seu anfitrião não seja um dos seus discípulos, aliás, ele não crê nEle. Por que então S. Lucas transmite-nos esta cena? Talvez para dar-nos um exemplo da conduta de Jesus. De fato, deparamo-nos com muitas pessoas que, fechadas sobre si mesmas, julgam-se justas e tratam as demais pessoas com desprezo por tê-las como pecadoras. Sem esperar o dia do julgamento, separam os cabritos dos cordeiros, pois pensam ver  as portas do céu abrirem-se, exclusivamente, para elas, pois não querem partilhar com as demais o lugar nem a mesa”.           E eis que, durante a ceia, um

Reflexão do Evangelho do dia 15 de Junho de 2013

Sábado – 15 de junho Mt 5, 33-37 – Não perjurarás                     Mais uma vez, Jesus propõe um segundo grupo de exemplos sobre a verdadeira justiça. Sua advertência tem por objetivo evitar dois modos de não corresponder ao juramento: o perjúrio, mentira redobrada, pois ela é sustentada com solene juramento feito diante de Deus; e a promessa ou o voto não cumprido. Quem cometesse um perjúrio estaria colocando Deus a serviço de uma mentira, pior ainda, tornando testemunha de uma mentira aquele que é santo e verdadeiro. Mas os que pertencem ao Reino deverão falar com sinceridade e retidão, de modo que o seu simples “sim” e “não” pudesse ser acatado como fidedigno diante de Deus e dos homens. Eles estarão exprimindo realmente o que pensam em seu coração.                     Por conseguinte, o uso desrespeitoso do nome de Deus implica uma usurpação do que pertence a Deus. Os fariseus reconheciam que o nome de Deus é santo, não podendo ser pronunciado nem para prestar um jurame

Reflexão do Evangelho do dia 14 de Junho de 2013

Sexta-feira – 14 de junho Mt 5, 27-32: Não cometerás adultério           Desde a antiguidade, são considerados importantes o respeito social e a defesa jurídica do matrimônio. Assim como o fato de matar é censurado por ser o homem “imagem de Deus”, igualmente o adultério é proscrito por ser Deus santo e por ele querer que sejamos Templos vivos do Espírito Santo. Natureza e graça não se opõem, mas, na união de ambas, o homem torna-se capaz de Deus. A lei não é ab-rogada, mas sim elevada. Portanto, impõe-se preservar, integralmente, a santidade do matrimônio, o que leva à afirmação do Senhor: “Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração”.           Ele condena o fato exterior, também o ato interno, mesmo que este não tenha efeitos externos, pois é do coração que provêm os maus pensamentos. O exterior e o interior, atos e pensamentos, o olhar e o coração deverão estar harmonizados, para que o homem seja reconhecido pela r

Reflexão do Evangelho do dia 13 de Junho de 2013

                          Quinta-feira – 13 de junho                               Mt 5, 20-26: A nova justiça é superior à antiga De modo solene, Jesus proclama: “Quem matar será réu de julgamento” (v.21).  Este estará agindo contra a dignidade da pessoa humana e, particularmente, contra Deus, “à imagem do qual” todo ser humano foi criado. Exclama s. Irineu: “A glória de Deus é a vida do homem”. S. Gregório de Nissa fala do homem como “presença da inefável divindade”, lugar em que Deus vem habitar, limite entre o visível e o invisível.  A proibição de matar não é “ciúme” de Deus, mas sim desejo do homem de “apoderar-se do que é de Deus, sem Deus”. Matar o próximo é romper com a fraternidade humana, realidade valiosa, porta de entrada da graça divina. Quem o faz, abala as bases da vida humana em sociedade.          Sem diminuir o mandamento, Jesus o supera ao transmitir o amor criativo para que, compreendendo o seu destino, o homem eleve seu pensar e seu agir à beleza e à harm

Reflexão do Evangelho do dia 12 de Junho de 2013

Quarta-feira – 12 de junho Mt 5, 17-19 - Cumprimento da Lei                     Jesus acaba de falar das “boas obras” e da obediência ao Pai. Para os fariseus, a frutuosa resposta à vontade do Pai seria o cumprimento da Lei entregue a Moisés no Sinai. Porém, eles exacerbavam a submissão à Lei, de tal modo que a liberdade, sem vínculos significativos e espirituais, assumia feições de escravidão. Para o Senhor, ao contrário, o pressuposto sempre foi a ação livre, jamais admitindo o determinismo no agir, que diluiria a responsabilidade pessoal. Por isso, de modo solene, “em verdade vos digo”, Jesus expõe seu posicionamento em relação à Lei, aos Profetas e, por conseguinte, em relação a todo o Antigo Testamento.           Postulando aos ouvintes que acolhessem o Reino de Deus, o Senhor diz ter vindo em nome do Pai para cumprir uma missão. Missão que consiste não em ab-rogar a Lei, mas em cumpri-la. A Lei e os Profetas atingem em Jesus sua realização plena, sua expressão mais perfe

Reflexão do Evangelho do dia 11 de Junho de 2013

Terça-feira – 11 de junho Mt 10, 7-13 – A missão dos Doze                                Jesus ordena aos seus Apóstolos: “Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel. Dirigindo-vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus está próximo”. Com ênfase, ele recomenda-lhes não levarem nada consigo, pois os quer livres de todo apego aos bens materiais e de toda preocupação em obter posses terrenas. Mas, nas areias áridas do desprendimento, suspirando por um refrigério, oásis de Paz, eles miram nos horizontes o vulto do Senhor, que os proverá. “A glória deles, reflete S. Cirilo de Alexandria, não é a de não possuírem nada”. Mas a de se colocarem nas mãos divinas. Na renúncia, eles contemplam a aurora da alegria sobrenatural. E colocam-se no cumprimento da missão confiada pelo Senhor, que, através deles, continua a realizá-la. Comenta S. Hilário de Poitiers: “Todo o poder do Senhor foi comunicado aos Apóstolos. E para que se assemelhassem plenamente a Deus, seguindo a profeci

Reflexão do Evangelho do dia 10 de Junho de 2013

Segunda-feira – 10 de junho Mt 5, 1-12 - As bem-aventuranças           O termo grego “makários” (feliz), que corresponde a “baruk”, em hebraico, é empregado para expressar a outrem paz, felicidade e bênção. No presente relato, ao longo do discurso das “bem-aventuranças”, o termo é repetido oito vezes para designar o ideal do verdadeiro discípulo de Jesus: sua serenidade no tempo presente e a felicidade eterna na visão de Deus.           Em suas palavras iniciais, Jesus convida os discípulos a alçarem seus olhos ao céu, no intuito, comenta Orígenes, “de fazê-los elevar seus pensamentos para o alto”. Seu anseio é torná-los felizes nesta terra e, especialmente, conduzi-los à bem-aventurança perfeita do céu, já participada aqui e agora, em meio aos sofrimentos e perseguições. Em suas “Oito homilias sobre as bem-aventuranças”, S. Gregório de Nissa escreve: “A bem-aventurança é a vida pura e sem mistura. Ela é o bem inefável, inconcebível, a inexprimível beleza, o poder que está aci

Reflexão do Evangelho do dia 09 de Junho de 2013

Domingo – 09 de junho Lc 7, 11-17: Ressurreição do filho da viúva de Naim                     Qual é nossa reação diante da dor e dos sofrimentos de nossos semelhantes? Jesus é tocado, diz-nos o Evangelho, no mais profundo de seu coração e sente compaixão. De fato, dois cortejos encontram-se, um seguindo o enterro do filho de uma viúva e outro acompanhando o Senhor. A morte e a vida. O evangelista destaca aspectos comoventes: o morto é um jovem, filho único de uma viúva. Vendo-a, Jesus “ficou comovido e disse-lhe: ‘não chores’”. Da sensação ao sentimento, verdadeira expressão da humanidade de Jesus. Ele é verdadeiramente homem, e homem de coração. Movido em suas entranhas, Jesus tem piedade daquela mulher. Mais do que simples compaixão humana, é a imensa ternura de Deus diante da miséria humana. Manifestação da misericórdia divina. E Jesus a demonstra diante da multidão, como também diante do cego de Jericó. É a compaixão do Bom Samaritano, como também do pai diante do filho pró

Reflexão do Evangelho do dia 08 de Junho de 2013

Sábado – 08 de junho Lc 2, 41-51 – Jesus entre os doutores                     O relato da presença de Jesus entre os doutores da Lei alterna, de modo muito significativo, os verbos “procurar” e “encontrar”. Os pais de Jesus procuram-no entre os parentes e conhecidos e não o encontram. O que fazem eles? Voltam a Jerusalém para procurá-lo e o encontram no Templo. Tema, com profundo significado espiritual, presente ao longo do Evangelho, sugerindo nosso caminhar interior e espiritual, inspirado na vida do Senhor. O fato de tê-lo encontrado após três dias, em meio à inquietude dos pais, remete-nos ao tempo que Jesus permaneceu no sepulcro e à sua Ressurreição. S. Ambrósio observa: “Ele é reencontrado depois de três dias no Templo, como se houvesse esquecido a sua família segundo a carne, cheio da sabedoria e da graça de Deus, revestido de esplendor divino, como em sua Ressurreição”.           No Templo, Jesus estava entre os doutores da Lei, que o ouviam e eram interrogados por E

Reflexão do Evangelho do dia 07 de Junho de 2013

Sexta-feira – 07 de junho Lc 15, 3-7: Parábola da ovelha perdida           Para não incorrerem em impurezas legais, os fariseus tinham estabelecido regras rigorosas sobre como se manterem distantes dos assim considerados pecadores. Eles negavam emprestar-lhes dinheiro ou lhes pedir algo. Não lhes davam uma filha em casamento, nem os convidavam como hóspedes. Por isso, mostram-se escandalizados diante do modo como Jesus acolhia os pecadores, frequentando suas casas e “comendo com eles”. S. Cirilo de Alexandria os interroga: “Dize-me, fariseu, por qual motivo lamentas que Cristo não se tenha negado a estar com publicanos e pecadores, mas lhes tenha proporcionado os meios de salvação?” Aliás, o próprio Jesus lhes responde contando duas parábolas: a da ovelha desgarrada e da dracma perdida. No relato da ovelha desgarrada os verbos “buscar-encontrar” revelam, antes de tudo, a iniciativa do Pastor e o seu cuidado para com todas as ovelhas. Observa S. Máximo: “Ele não se esquece, nem

Reflexão do Evangelho do dia 06 de Junho de 2013

Quinta-feira – 06 de junho Mc 12, 28-34: O maior mandamento           Jesus fala da primazia do amor, o que leva S. Agostinho a dizer que “todos os preceitos do amor são de tal natureza, que se o homem crê ter feito algo bom, mas sem caridade, ele totalmente se equivoca”. Orígenes reconhece que “amar ao Senhor, não é só o maior mandamento, é também o primeiro de todos”. Da força do amor, proclama S. Basílio Magno, “emerge a morte às idolatrias do pecado. Na ordem do ser, a morte ao orgulho, à vaidade, e, na ordem do ter, às posses materiais e honrarias”. Então, absorvido no amor, o cristão frui Deus e sente o sabor espiritual das palavras do Mestre Eckhart: “O olho com o qual eu vejo Deus e o olho com o qual Deus me vê são um só olho, um só, o mesmo”.  O amor vem de Deus e conduz a Deus. Ele nos traz Deus, que se inclina (kénosis) para tirar a criatura do nada, levando-a a participar da plenitude da vida divina. Para o cristão, Deus não atrai o homem irresistivelmente ao Uno,