Reflexão do Evangelho de Lc 12, 39 – 48 -Vigiai, pois o Senhor não tarda a vir - Quarta-feira 22 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 39 – 48 -Vigiai, pois o Senhor não tarda a vir.
Quarta-feira 22 de Outubro
             
Deus nos ofereceu o maior e o mais belo tesouro: seu Reino de paz, de alegria e de justiça. Mas podemos perdê-lo se não estivermos vigilantes. O Evangelho de São Mateus deixa claro que ninguém, além do Pai, sabe o dia em que Jesus voltará para o Juízo Final. Assim como aconteceu nos tempos de Noé, acontecerá na vinda do Filho de Deus: “Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca”. Os homens não desconfiavam de nada, até que as águas do dilúvio vieram e levaram a todos.
O próprio Cristo adverte: “Assim acontecerá na vinda do Filho do Homem”. Orígenes, grande escritor do século III, aconselha os homens que se mantenham em vigília pela volta do Senhor tanto à tarde, à meia noite, ao canto do galo, quanto de madrugada. Trata-se de uma comparação com as diversas idades do homem, ou seja, devemos nos manter vigilantes na juventude, na meia-idade, na velhice e na mais avançada fase da vida. Afirma Orígenes: “Virá o Senhor ao que não deu sono aos seus olhos, nem descanso às suas pálpebras, e guardou o mandamento daquele que disse 'vigiai em todo tempo'”. Ocorrerá, então, a parusia, a volta de Jesus, em sua glória no tempo do Fim. Os que se prepararam, seguindo os seus ensinamentos, participarão da plenitude da sua alegria na glória do Pai. Mas agora, ao longo da jornada da vida, eles reconhecem que a alegria não dispensa a cruz, ela a compreende e é vivida por todos os que abraçam os sofrimentos de Jesus e se empenham em aliviar as dores e angústias de seus irmãos.
Jesus adverte a seus discípulos que nem os anjos do céu sabem quando será a volta do Senhor à Terra, e, ainda avisa: “Não vos pertence saber”. São João Crisóstomo vê nessas palavras o apelo do Senhor para que “cada um sempre o espere e sempre se empenhe” no serviço aos pobres e desvalidos.
A Tradição cristã chama o momento após a morte de julgamento pessoal, para distingui-lo do julgamento último, universal, embora também ele não deixe de ser pessoal. É necessário viver cada instante, intensamente, segundo a vontade do Pai, em comunhão com o outro, cuja alteridade permanece irreduzível. Então, a alma, incendiada pelo amor proveniente de Deus, é atraída à profundidade do mistério da Trindade e vive, no Espírito, a alegria da comunhão.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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