Reflexão do Evangelho de Lc 12, 54-59 - Discernir os sinais dos tempos - Sexta-feira 24 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 54-59 - Discernir os sinais dos tempos
Sexta-feira 24 de Outubro

              A presença de Jesus é sinal de uma realidade divina misteriosa, que causa admiração e deixa a multidão perplexa. Se suas palavras são tocantes e verdadeiras, elas evidenciam um novo tempo, apresentado como última chance oferecida à humanidade para aceder à salvação. Aliás, desde o início de sua vida pública, em sua pregação inaugural na sinagoga de Nazaré, Ele proclama um “ano de graça”, que permite passar de um conhecimento talvez abstrato de Deus a um encontro pessoal com Ele. Entretanto, urge discernir os sinais dos tempos, indícios da era messiânica, que, de modo surpreendente, no assim chamado mundo real, reflete lampejos da realidade divina. De maneira que no seu sim, no ato de fé, o homem pode atingir o vertiginoso nível do “faça-se”, do “fiat” de Deus na criação, e descobrir a luz que brilha por detrás de cada acontecimento pertinente a Jesus e à sua missão.   
Em suas primeiras palavras, Jesus exorta o povo à conversão: “arrependei-vos e crede no Evangelho”. Ele não apregoa um espiritualismo moralizante, mas convoca seus ouvintes à purificação (cathársis) ou à transformação total, em seu corpo, alma e espírito. No novo tempo instaurado por Ele, o apelo “arrependei-vos” expressa uma força interior capaz de envolver e renovar, e tornar novas criaturas os que o acolhem. É a vitória do bem sobre o mal, da luz sobre a escuridão, da graça sobre o pecado.
Muitos, porém, mostram-se indiferentes às suas palavras e não conseguem ver, para além do mundo das sombras, o mundo da luz e da verdade. Decepcionado, Jesus declara que eles são capazes de ler os sinais meteorológicos do tempo, no entanto, são incapazes de reconhecer em seus atos e palavras o verdadeiro Templo de que jorra a água viva (Jo 2,19). Jesus não é simplesmente objeto de fé, Ele é quem a revela, não no final da nossa caminhada, mas antes, durante a jornada do dia-a-dia.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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