Reflexão do Evangelho de Lc 13, 10-17 - Cura da mulher encurvada - Segunda-feira 27 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 13, 10-17 - Cura da mulher encurvada
Segunda-feira 27 de Outubro
              
       Num dia de sábado, Jesus ensinava na sinagoga e lá estava uma mulher toda encurvada, com um ‘espírito de enfermidade’. Ela se aproxima de Jesus, que lhe diz: “Mulher, estás livre de tua doença e lhe impôs as mãos”.  A sinagoga estava repleta. A mulher, tocada no seu íntimo, endireitou-se e glorificava a Deus. Do mesmo modo, comenta S. Agostinho, “a humanidade toda inteira, que, como aquela mulher, estava recurvada sobre a terra”.
       Naquele ato miraculoso, os fariseus não reconhecem a ação de Deus que liberta os homens do mal e, fechados em seu mundo ritualista e autoritário, não se deixam penetrar pelas palavras misericordiosas de Jesus. A hipocrisia deles se evidencia quando, presos às suas observâncias rituais, eles não reconhecem o milagre e, aborrecidos, alegam ter Jesus transgredido a Lei do sábado. E com laivos de ironia, recordam o ritmo divino da criação em seis dias, para concluir: “Vinde nestes dias para serdes curados, e não no dia de sábado!”   
       É nítida a oposição de Jesus aos fariseus, no tocante à observância do sábado. Ele quer restituir à prescrição do sábado o seu verdadeiro sentido, não só como intervalo de descanso, mas como manifestação da bondade, do amor e da misericórdia de Deus para conosco. Segundo as palavras de S. Irineu, “os sábados ensinam a perseverança no serviço de Deus, durante o tempo em que vivemos da fé”, destinando-o à oração e à meditação da Palavra de Deus. “O sábado, escreve S. Ambrósio, é figura do repouso festivo futuro. Por isso, não há repouso para as obras boas, só para as más”.
Ao curar a mulher encurvada, Jesus proclama que Deus não se cansa jamais de manifestar o seu amor e a sua benevolência. Por conseguinte, o zelo pela observância do sábado ou do domingo não justifica ficar cego às exigências da caridade e à evidência da bondade e da misericórdia de Deus. Entre os próprios fariseus, aliás, há uma reação nesse sentido: “o sábado foi confiado a vós, não vós ao sábado”.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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