Reflexão do Evangelho - Sábado 13 de Dezembro

Reflexão do Evangelho
Mt 17, 10-13 - Questões sobre Elias
Sábado 13 de Dezembro
      
       Deus oferece sinais e suscita profetas para despertar confiança e paz no coração de seus filhos, preparando-os para a vinda do Messias. Entre os profetas, sobressaem Isaías e Elias. E o novo Elias já veio, diz o Evangelho, na pessoa de S. João Batista, o Precursor imediato do Messias, que, de modo claro e solene, anuncia o batismo de arrependimento e de conversão. Muito a propósito, S. João Crisóstomo refere-se ao fato de “Jesus chamar João Batista de Elias, não porque fosse Elias, mas porque ele realizava o ministério próprio do profeta, convocando todos à conversão”.
       Conversão não é só uma mudança espiritual. Caso assim fosse, ela poderia levar a pessoa a um álibi, que lhe permitiria permanecer acomodada ou fechada em seu egoísmo e presa à interioridade de uma piedade subjetiva e individualista. O resultado seria a anemia do espírito. Ao invés, a conversão, provada pelas ações, exige ascese, isto é, exercício, esforço, e preconiza vencer o Mal pela prática do Bem. Se o pecado constrói um muro entre a alma e Deus, a conversão e o amor ao próximo o destroem.
Em Cristo, Deus não é distante nem estranho a nós. Pois Cristo não é o princípio do Bem, mas é o próprio Bem, o Bem encarnado, “mais íntimo, diz S. Agostinho, que o meu próprio íntimo e mais sublime que o ápice do meu ser”. Nesse sentido, a conversão tem como ponto culminante o encontro pessoal e direto com Jesus. Experiência vivificante, que não tem origem nas profundezas do nosso ser, ela procede do alto, é dom divino, e pressupõe nossa resposta de fé e de entrega. Na interação da graça divina e do agir humano encontra-se a dupla interação: a do amor proveniente de Deus e a do amor do homem a Deus.
Elias já voltou, mas muitos não o reconheceram. Os que o reconheceram, na pessoa de João Batista, acolhem o Cristo, que os liberta do pecado e dos grilhões do egoísmo e da maldade. Então leves, a exemplo do Apóstolo João, eles repousarão sua cabeça no peito do Senhor e, ouvindo as batidas do seu coração humano, são introduzidos na intimidade da vida divina. Estes hão de experimentar e viver, no relacionamento com os seus semelhantes, a generosidade misericordiosa e gratuita de Jesus.
Assim, na grandeza de alma, nós nos convertemos e nos transfiguramos não por causa de Elias, nem tampouco por causa de João Batista, mas graças àquele que “batiza no Espírito Santo”, o Messias, o Filho de Deus nascido de Maria. Nele, tornamo-nos um ser de bendição, amados por Deus, e vivemos a exigência de servir o próximo no amor a todos, sem excluir nossos inimigos.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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