Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 05 de Dezembro

Reflexão do Evangelho
Mt 9, 27-31 - Cura de dois cegos
Sexta-feira 05 de Dezembro
      
       A costa do mar da Galileia, descrita por Flávio Josefo, destacava-se “pela natureza extraordinária e pela beleza encantadora”. Lá Jesus viveu e anunciou o Evangelho do amor e da misericórdia. Ao longo do lago de Genesaré, estendiam-se diversas e pequenas cidades, das quais Cafarnaum, onde viviam Simão Pedro e seu irmão André. Certa feita, dois cegos vem ao seu encontro, clamando: “Filho de Davi, tem compaixão de nós!” O título “filho de Davi” traduz a expectativa popular da vinda do Messias, anunciado a Davi pelo profeta Natan e cuja promessa fora muitas vezes reiterada por Isaías, Jeremias e outros profetas. O mesmo título foi utilizado pelo anjo Gabriel no anúncio a Maria, e o evangelista S. Mateus diz que Jesus o merece juridicamente, por ser “da casa de Davi”.
Os dois cegos exprimem sua confiança em Jesus e clamam por misericórdia. “Eles viram porque creram e não creram porque tinham visto”, comenta S. Hilário de Poitiers. O Senhor os cura da cegueira corporal, mas quer também libertá-los da cegueira do coração. Observa Orígenes: “Aquele que é cego nos olhos do corpo não pode receber a luz do sol e da lua; igualmente, quem não crê não é capaz de contemplar a luz de Cristo”. Por isso, o Senhor lhes pergunta: “Credes vós que tenho poder de fazer isso?” Tudo depende da real liberdade da fé e, por conseguinte, da decisão deles. Só então eles serão iluminados pelo resplendor da luz divina.
         Enviado pelo Pai, Jesus traz a salvação e remove do coração humano a cegueira do erro e da maldade. Após curá-los, Ele lhes recomenda: “Cuidado, para que ninguém o saiba”, pois deseja que o milagre permaneça só entre eles e Deus. O que se segue deixa-nos perplexos. Os dois não obedecem e começam a divulgar por toda a parte quem os curou. Justamente por isso, o episódio mostra-se precioso, nele transparece a intenção do evangelista, para quem o encontro com o Mestre é fator determinante da vida: curados, ambos se tornam evangelizadores e arautos do Evangelho. O amor comunicado por Jesus transborda do coração de quem o acolhe, levando-o a viver a solidariedade humana e a ser força transfiguradora da terra.  


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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