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Mostrando postagens de março, 2014

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 01 de Abril

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 01 de Abril Jo 5, 1-16: Cura do enfermo na piscina de Betesda         As galerias da piscina “que, em hebraico, se chama Betesda, com cinco pórticos”, estavam repletas de doentes. Um deles, doente há 38 anos, suspirava por alguém que o ajudasse a chegar às águas. Quando agitadas pelo Anjo do Senhor, “o primeiro, que aí entrasse ficava curado”. O tempo de sua doença insinua o período passado pelo povo judeu no deserto, na expectativa de entrar na Terra Prometida.               De repente, uma voz, suave e tranquila, pergunta-lhe: “Queres ficar curado?” A iniciativa é tomada por Jesus. Não houve nenhuma súplica do enfermo, nenhum pedido. Ouvindo-o, a surpresa e a alegre esperança invadem seu combalido corpo, e, com voz trêmula, ele responde: “Não tenho quem me jogue na piscina, quando a água é agitada; ao chegar, outro já desceu antes de mim”. No horizonte o brilho do sol, no coração do enfermo o fogo do amor divino. Cansado e fatigado pela

Reflexão do Evangelho de Domingo – 30 de março e segunda-feira - 31 de março

Reflexão do Evangelho de Domingo – 30 de março e segunda-feira - 31 de março Jo 9, 1- 41: Cura do cego de nascença                   O que seria pior, a cegueira física ou a cegueira moral e espiritual? O pecado fecha a mente e o coração ao amor e à verdade de Deus. No final do texto, Jesus se volta para os fariseus que permanecem em sua cegueira interior e lhes diz: “Se fôsseis cegos não teríeis culpa; mas porque dizeis: Nós vemos! Vosso pecado permanece”. O percurso feito pelo cego de nascença diverge do caminho seguido pelos fariseus: o cego chega a ver sensivelmente Jesus, os fariseus não logram vê-lo realmente, veem Jesus fisica, mas não espiritualmente. O verbo ver tem sentidos diversos. Seu principal significado, forte e profundo, evidencia-se no diálogo de Jesus com o apóstolo Felipe. “Senhor, pede-lhe Felipe, mostra-nos o Pai e isto nos basta! Responde-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco e tu não me conheces, Felipe? Quem me viu, viu o Pai. Não crês que eu es

Reflexão do Evangelho de Sábado -29 de Março

Reflexão do Evangelho de Sábado -29 de Março Lc 18, 9-14: O fariseu e o publicano                   Uma dupla ilusão inebriava os fariseus. Aos seus próprios olhos, eles se julgavam justos, e “assim queriam ser considerados pelos homens”, vendo nisso motivo de ufanar-se e de gloriar-se diante de todos. Esqueciam que tudo provém de Deus e que a graça não é posse do homem, mas coberto pelo véu da vaidade e do orgulho, o coração deles tornava-se denso e escuro. Não olhavam para Deus, pois não precisavam dele e, negando a honra que lhe é devida, ofendiam a justiça.    O antídoto para este mal é indicado por Jesus: a humildade. O humilde reconhece que tudo é gratuitamente dado por Deus e de seu coração brota uma prece, fruto de sua confiança em Deus, em cuja misericórdia ele é justificado.   Para exemplificar, Ele conta a parábola do fariseu e do publicano. Com presunção, o fariseu se vangloria de tudo quanto foi realizado por ele. Distancia-se do arrependimento e da purificação in

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 28 de Março

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 28 de Março Mc 12, 28-34: O maior mandamento          A humanidade de Cristo é o caminho para atingir a sua divindade e para participar da vida de Deus; é fonte e mediação de nossa piedade e de nossa ação benevolente para com nossos semelhantes. Em seu amor, Jesus vem a nós, tomando a forma de servidor para resgatar a humanidade e reconciliá-la com o Pai. O homem já não é mais só. Sua vida, ele vive com Deus, e Deus a vive no homem e com ele. Assim, o progresso de nossa vida cristã é determinado em função do desenvolvimento da verdade da fé, mediante a prática da bondade (eros), que nos conduz à contemplação no amor (ágape).          O ato supremo da vida humana é um estado, graças ao qual o homem conhece o Deus de amor, amando-o como Jesus nos ama: “de todo o coração, de toda inteligência e com toda a força”. No amor, participamos da intimidade divina, pois Cristo encarnado, crucificado, glorificado, torna-se para nós lugar de ressurreiç

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 27 de Março

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 27 de Março Lc 11, 14-23 - Jesus e Beelzebu (calúnias dos fariseus)                   O Senhor assegura-nos a sua proteção espiritual. Os milagres realizados por Ele ultrapassam o poder do homem, levando à conclusão: ou se crê em Jesus como “vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a este poder, que os escribas, descidos de Jerusalém, se referem ao dizer: “É por Beelzebu, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.          O título Beelzebu liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus. Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá subsi

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 26 de Março

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 26 de Março Mt 5, 17-19 - Cumprimento da Lei                   Jesus acaba de falar das “boas obras” e da obediência ao Pai. Para os fariseus, a frutuosa resposta à vontade do Pai seria o cumprimento da Lei entregue a Moisés no Sinai. No entanto, eles exacerbavam a submissão à Lei, de tal modo que a liberdade, sem vínculos significativos e espirituais, assumia feições de escravidão. Para o Senhor, ao contrário, o pressuposto sempre foi a ação livre, jamais admitindo o determinismo no agir, que diluiria a responsabilidade pessoal. Por isso, de modo solene, “em verdade vos digo”, Jesus expõe seu posicionamento em relação à Lei, aos Profetas e, por conseguinte, em relação a todo o Antigo Testamento.          Postulando aos ouvintes que acolhessem o Reino de Deus, o Senhor diz ter vindo em nome do Pai para cumprir uma missão, que consiste não em ab-rogar a Lei, mas em cumpri-la. A Lei e os Profetas atingem em Jesus sua realização plena, sua

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 25 de Março

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 25 de Março Lc 1, 26-38: Anunciação do Senhor                                       O arcanjo Gabriel anuncia a Maria que o Espírito Santo descerá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra, assim como a nuvem, presença de Deus, tinha descido sobre o monte Sinai. Por isso, aquele que nascer dela será santo e chamado Filho de Deus. Com a resposta: “Seja feita a tua vontade”, Maria abre, por assim dizer, a humanidade à ação santificante do Espírito divino, que preside ao nascimento de Jesus. Nesse sentido, S. Justino e S. Irineu irão considerar esta passagem à luz do relato do Gênesis, traçando um paralelo entre Maria e Eva, “mãe de todos os viventes”, entre o “fiat”, o faça-se da anunciação, e a desobediência dos primeiros pais, causa decisiva do pecado original. De fato, à pergunta de Maria “como é que vai ser isso?”, o anjo a leva à fé e à obediência, ao contrário do anjo mau que incita Eva à desobediência e à incredulidade.          Acentua

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 24 de Março

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 24 de Março Lc 4, 24-30: Jesus em Nazaré                   Jesus encontra-se na sinagoga de sua cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados por Ele. Jesus perscruta os corações e, percebendo a incredulidade enraizada no coração de seus ouvintes, volve os olhos para eles, no desejo de tocá-los e levá-los à conversão e, em tom mais severo, diz que nenhum profeta é ouvido em sua própria terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras chocantes. Os gentios, pelo contrário, demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel. Exemplifica Jesus: Elias foi enviado a uma viúva, em Sarepta, na região da Sidônia, enquanto tantas outras viviam em Israel e, no tempo do profeta Eliseu, “havia muitos leprosos em Israel, todavia, nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naamã”. Suas palavras soam ofensivas, pois, naquela época, o

Reflexão do Evangelho de Domingo – 23 de Março

Reflexão do Evangelho de Domingo – 23 de Março Jo 4, 5-15.19-26. 39-42: Jesus e a samaritana                   Os quatro Evangelhos, canônicos desde a metade do 2º século, dividem-se em duas partes, Mateus, Marcos e Lucas em um grupo e o Evangelho de S. João, isoladamente, em outro. Os três primeiros são denominados sinóticos por se prestarem a uma visão conjunta, isto é, cada um apresenta uma grande parte em comum com os outros, não só quanto ao conteúdo, mas também no modo de relatá-lo e de expressá-lo.  O mesmo não acontece com o Evangelho de S. João, que difere notadamente dos demais, razão pela qual, Clemente de Alexandria o designa como Evangelho “espiritual”.          Se os sinóticos apresentam Jesus como o anunciador do Reino de Deus, em S. João, Jesus anuncia a si mesmo, melhor, Ele se revela como aquele que, pelo fato de assumir nossa humanidade, inclui nele todos nós. Se o evangelista S. João sublinha expressamente a divindade de Cristo, ele é também aquele que melh

Reflexão do Evangelho de Sábado – 22 de Março

Reflexão do Evangelho de Sábado – 22 de Março Lc 15, 1-3.11-32: Parábola do filho pródigo                   Uma das mais belas passagens do Evangelho sobre o rosto de Deus é a parábola do filho pródigo. Ela descreve, em detalhes, a conduta de dois filhos e o sentimento do pai em relação a cada um deles. O intuito de Jesus é revelar Deus como o Pai misericordioso, solícito e pronto a perdoar e a acolher em sua inesgotável bondade os pecadores arrependidos.            À atitude amorosa do pai opõe-se a reação áspera e egoísta do irmão mais velho. Para este, a misericórdia é incompreensível. Mas o pai, apesar de o filho mais jovem ter esbanjado o dinheiro, que ele lhe tinha dado, dedica-lhe um amor inquebrantável e generoso. Longe, em terras estrangeiras, o filho mais jovem não deixa de sentir as marcas do amor do pai, presentes em seu coração. Humilhado, mas arrependido, ele retorna à casa paterna, decidido a declarar sua culpa. A solicitude do Pai, sua bondade incansável, confu

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 21 de Março

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 21 de Março Mt 21, 33-46: Parábola dos vinhateiros homicidas                   Vendido pelos irmãos, como escravo, José reconcilia-se com a sua família e a acolhe em sua casa, no Egito. Prenúncio de Jesus que, traído por um de seus discípulos e estendido no lenho da cruz, torna-se presença de salvação para a família humana. Ao refletir paz, calor interior, luz divina e misericórdia, as parábolas retratam a benevolência de Deus e seu carinho para com todos. Assim, na medida em que as lemos, afastam-se de nós a frieza interior e a insensibilidade da alma, pois o ardente amor de Deus e a sua divina luz acaloram e iluminam nossos corações e espíritos.   Ao descrever, na parábola dos vinhateiros homicidas, o envio de numerosos mensageiros, Jesus assinala a solicitude e a providência benevolente do Pai, que envia, ao longo do tempo, mensageiros para cobrar-lhes a parte que lhe cabia. No entanto, eles são rejeitados, maltratados, por vezes, mort

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 20 de Março

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 20 de Março Lc 16, 19-31: Parábola do mau rico e do pobre Lázaro                   A parábola não fala de um rico anônimo, voluntariamente cruel ou desdenhoso. Ele simplesmente ignora o pobre, embora este permaneça à sua porta. Exclama S. Jerônimo: “Ó mais infeliz entre os homens, vês um membro do teu corpo prostrado diante da porta e não tens compaixão. Em meio às tuas riquezas, o que fazes do que te é supérfluo?” Em muitos corações brama a mesma indignação ao verem tantos famintos, desprezados e rejeitados. Quantos, porém, vivem ao lado da miséria, sem vê-la, indiferentes e alheios ao sofrimento dos indigentes. O abismo entre Lázaro, no céu, e o rico, no inferno, foi criado durante sua vida terrena. Ouve-se a dura repreensão de S. Gregório Nazianzeno: “Imitai a imparcialidade de Deus, e não existirão mais pobres”. Forte apelo para despertar o amor e a responsabilidade para com os pobres, quer em nível social quer em âmbito de vida partic

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 19 de Março

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 19 de Março Mt 1, 18-24: Esposo de Maria e Pai adotivo de Jesus Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus se encarnou no seio puríssimo da Virgem Maria. O Antigo Testamento orienta-se para Jesus, as esperanças e promessas de Israel nele se cumprem. Nesse sentido, S. Mateus desenvolve a história da infância de Jesus e os inícios de seu ministério. Destaca que Jesus é filho de Davi e de Abraão, o que permite ser o evangelho de Mateus profundamente judeu em suas concepções e, ao mesmo tempo, ser uma rigorosa interpretação missionária e universalista do cristianismo. Nesse sentido, a árvore genealógica, descrita por ele, conduz a José, da família de Davi, sem deixar de realçar que o reino de Jesus vai muito além das promessas feitas a Davi: é o reino do próprio Deus. Ademais, ao fundar o novo povo de Deus, erigido sobre os Apóstolos, Ele concretiza as promessas feitas aos patriarcas.          O Papa Bento XVI assinala que “se Deus está presen

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 18 de Março

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 18 de Março Mt 23, 1-12: Hipocrisia e vaidade dos fariseus          Não tendo em vista louvar a Deus, mas sim o fato de serem reconhecidos e exaltados pelo povo, os fariseus mostram-se cumpridores do ideal do judeu observante. Anima-os a vaidade de aparecer e, por agirem em desacordo com o que pregam, são denominados hipócritas, pois seguem a letra da Lei, mas não o seu espírito. Por isso, diante dos ensinamentos de Jesus, que refletem simplicidade e um modo compreensivo de interpretar a Lei, eles o rechaçam e se desviam de uma reta compreensão de suas palavras. Permanecem presos a uma interpretação casuística da Lei. Apesar das recriminações, Jesus não recua, porque deseja libertar seus ouvintes da visão de um Deus “déspota”, que escraviza e tolhe a alegria da vida, sem jamais resvalar em uma religião do “ópio”, que amorteceria o sofrimento e a humilhação dos pequenos com falsas promessas.          Em outra ocasião, os herodianos, saduce

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 17 de Março

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 17 de Março Lc 6, 36-38 - Misericórdia e gratuidade                   Deus morre para que o homem viva ou, no dizer de S. Paulo: “eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). O seguidor de Jesus compreende que aceitar a salvação é transformar a morte e todas as formas de morte em passagem para a vida. Por isso, deixando-se iluminar por Cristo, ele não mais vaga na incerteza de sua sorte ou na timidez de um destino desconhecido. Em sua vida reina a benevolência divina, que o leva a cantar, com Francisco de Assis, glórias e louvores ao “grande e magnífico Deus”. O homem não inventa Deus para consolar-se, mas evidencia que sua vida espiritual provém do alto e, harmonizando-se numa só inspiração com S. Francisco, ele atualiza a surpresa do filho pródigo no encontro com o Pai, que perdoa, abraça e reconcilia, e, em seu coração, ele ouve as palavras de Jesus: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é miserico

Reflexão do Evangelho de Domingo – 16 de Março

Reflexão do Evangelho de Domingo – 16 de Março Mt 17, 1-9 - Transfiguração do Senhor                    A fonte de inspiração e a referência essencial de nossa vida cristã é nossa solidariedade com Jesus, melhor, a inclusão nele de toda a humanidade regenerada. Assim, seus mistérios, como a Transfiguração, não deixam de ter um significado para nós. Se à transfiguração liga-se a Paixão, anunciada por Jesus aos Apóstolos, logo após descer do monte Tabor, ela evidencia, particularmente, a sua divindade. “A transfiguração aponta, observa S. Beda, de maneira simbólica, para algo além dela mesma, conduzindo-nos até à ressurreição final”.  Sujeitos à morte, à dor e ao sofrimento, desde o princípio de nossa existência, nós participamos da obra redentora, realizada por Jesus, que nele se torna nossa reconciliação com o Pai. Em sua Encarnação, Jesus assumiu nossa humanidade, na qual se inclui a morte como fim inelutável. Mas Ele a vence, tanto a morte física como a morte do pecado, vitó

Reflexão do Evangelho de Sábado – 15 de Março

Reflexão do Evangelho de Sábado – 15 de Março Mt 5, 43-48 - Amor aos inimigos          Oculto em sua humanidade, o Filho de Deus dá-se a conhecer como “suprema epifania” do amor incomensurável de Deus, que nos purifica de nossas faltas e pecados. Exclama S. Agostinho: “Ele nos conduz àquela luz que nossos olhos não conhecem. O olhar interior, preparado, permite-nos ver a luz que ninguém pode obscurecer”. E nós, ao contemplarmos a beleza e a graça de Cristo, sentimos um dardo de amor atingir o nosso coração e aprendemos a amá-lo sempre mais.            Verifica-se, então, em nós uma associação total ao Mestre, uma assimilação de nossa vida à sua vida, toda dominada pelo amor (ágape). Nele amamos a Deus e, no mesmo amor, concedido a nós por Ele, amamos o próximo. Eis a chave de nossa esperança, que abre a porta do nosso coração para o novo horizonte do povo de Israel, renovado por Ele. Vivemos o amor-doação (ágape), sem negar a afetividade (eros), força natural para o bem, que c

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 14 de Março

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 14 de Março Mt 5, 20-26 - A nova justiça é superior à antiga A todas as proibições, Jesus antepõe a virtude do amor fraterno. Por isso, de modo enfático, Ele proclama: “Não matarás, aquele que matar terá de responder em juízo”. Para o Senhor, é impensável tirar, de modo voluntário, a vida de alguém, primariamente, pelo fato de ele estar agindo contra o próprio Deus, “à imagem e semelhança do qual” todo ser humano foi criado. S. Gregório de Nissa dirá que o ser humano é “imagem viva de Deus”, não apenas enquanto ser espiritual, mas também em seu ser corpóreo. No seu todo, como ser único e indiviso, ele é um retrato de Deus, de modo que, através de sua grandeza e dignidade, refletida de modo pleno em Jesus Cristo, pode-se entrever a face humana de Deus. Criado por Deus, o homem é conduzido, por uma ação paciente e constante, a assemelhar-se àquele à imagem do qual ele foi criado, isto é, o Verbo encarnado, Jesus Cristo, nas palavras de S. Iri

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 13 de Março

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 13 de Março Mt 7, 7-12: Confiar no Pai - Pedi e vos será dado          A própria angústia do homem, suscitada pela certeza de sua morte, exprime seu desejo de felicidade e de superação. S. Irineu exclama: “Uma vida sem eternidade é indigna do nome de vida. Verdadeira é unicamente a vida eterna”. Deveras, ambicionamos aceder ao que nos transcende, elevando-nos a um nível novo de existência que, para nós cristãos, significa crescer na verdade de nós mesmos, percorrendo o caminho trilhado por Cristo. A solidariedade com Ele, ou melhor, a inclusão nele de toda a humanidade regenerada, qual força interior de esperança, permite-nos vislumbrar a vida nos horizontes da eternidade de Deus. Mas entre Cristo e nós há bem mais do que a simples solidariedade natural, existente entre todos nós. Nós nos encontramos em seu corpo, pois Ele não é um em oposição a nós, Ele é um entre nós. Então, nossa angústia se transforma em esperança não apenas como algo

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 12 de Março

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 12 de Março Lc 11, 29-32: O sinal de Jonas                   Jesus veio solicitar a atenção, a acolhida da humanidade a fim de prepará-la para receber a Palavra de Deus. Sua presença irradia a Sabedoria divina e o amor benevolente do Pai, que quer estabelecer com a humanidade a nova e eterna Aliança. A resposta à Palavra, totalmente comunicada por Jesus, é consentimento, abandono, entrega total da parte do homem ao desígnio salvador: recebida com fé, ela induz à obediência e à comunhão com Ele.  Ora, os escribas e fariseus, em sua incredulidade, fecham seus corações a Jesus e não confiam em suas palavras. Eles não o reconhecem como o Filho de Deus. Apesar disso, pedem-lhe um sinal do alto. Em sua resposta tranquila e serena, Jesus se reporta ao profeta Jonas e o apresenta como prenúncio de sua morte e ressurreição e o povo de Nínive como figura do novo Povo de Deus. O fato de os fariseus e escribas pedirem um sinal pode corresponder a um s

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 11 de Março

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 11 de Março Mt 6, 7-15: A oração do Pai-Nosso                   No tempo de Jesus, a oração formal era realizada três vezes ao dia, e os rabinos tinham uma para cada ocasião. Jesus é um homem de oração constante, mas alerta os discípulos contra todo tipo de formalismo que pudesse conferir um cunho impessoal e mecânico às preces. A propósito disso, Cromácio de Aquileia nos lembra: “Segundo as palavras do Mestre, nossa oração não é medida pela prolixidade de palavras, mas pela fé do coração e pelas obras de justiça”. São Cirilo de Alexandria também refletiu sobre o assunto: “A loquacidade era chamada de ‘battologia’, palavra proveniente do nome de um grego chamado Batto, autor de longos hinos, prolixos e cheios de repetições, em honra dos ídolos. Ao contrário, Jesus ordena orar com brevidade, sóbria e sucintamente, pois Deus conhece nossas necessidades antes mesmo que as exponhamos”. A pedido dos Apóstolos, Jesus comunica-lhes sua prece fil