Reflexão Evangelho - Quinta-feira 26 de Fevereiro

Reflexão Evangelho
Mt 7, 7-12 - Confiar no Pai - Pedi e vos será dado
Quinta-feira 26 de Fevereiro

       A própria angústia do homem, suscitada pela certeza de sua morte, exprime seu desejo de felicidade e de superação. S. Irineu exclama: “Uma vida sem eternidade é indigna do nome de vida. Verdadeira é unicamente a vida eterna”. Voz de um mártir, do início do século 3º, que percorreu o caminho trilhado por Cristo! Como cristão, ele se reconhece incluído em Cristo, experiência vivida por toda a humanidade regenerada, que vislumbra sua vida nos horizontes da feliz eternidade de Deus. Entre Cristo e nós há bem mais do que uma simples solidariedade natural, pois Ele não é um em oposição a nós, nem um entre nós; nós fomos incluídos em sua vida e em seu corpo nós nos encontramos.
        O curso de nossa vida não se define pelos acontecimentos narrados pelos historiadores, ele resulta de uma luta espiritual decisiva, que perpassa silenciosamente o interior da história e nos permite alcançar o sentido eterno de nossa esperança. Esperança consolidada pela fé em Cristo, que assumiu um corpo próprio e fez-se parte da nossa história. Incluídos, de modo real, nele, a sua prece torna-se nossa prece, e o Pai não deixa jamais de atender-nos, pois o próprio Jesus nos diz: “Eu e o Pai somos um só”.
        Por Cristo e nele, nossa prece se eleva e é depositada nos braços daquele que nos afaga em sua bondade misericordiosa. Nesse contexto, Jesus conta a parábola do amigo importuno, que é atendido graças à sua perseverante insistência: “Pedi e vos será dado; buscai e achareis, batei e vos será aberto”. Na atitude filial para com o Pai, sentimos nosso coração bater a compasso com o seu carinho dadivoso, o que leva S. João Crisóstomo a afirmar: “O Senhor não simplesmente ordena pedir, mas quer que as nossas preces sejam fervorosas e perseverantes: eis o sentido da palavra ‘buscai’”. Dissipam-se as dúvidas e incertezas, ouvem-se então as palavras de Jesus: “pedi”, “buscai”, “batei” e sereis atendidos. A misericórdia do divino Mestre não tem limite. A incredulidade cede lugar à serenidade, e “aquele que se desespera se dá a si mesmo a morte”, diz S. João Clímaco.

 Sem hesitação e movidos pela fé, batemos à porta do Pai e dele nos aproximamos. Há uma inversão, que nos deixa pasmos: a expectativa não é nossa, mas sim do próprio Deus, que aguarda nossa resposta. Com S. Agostinho exclamamos: “Cada um se examine e dê graças ao doador de todo o bem. Rende-lhe graças, sem deixar de suplicar o que ainda não lhe foi outorgado. Nós nos enriquecemos recebendo, Ele não se empobrece dando”. 

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