Reflexão do Evangelho - Terça 14 de Abril e Quarta-feira 15 de Abril

Reflexão do Evangelho
Jo 3, 8-21 - Encontro com Nicodemos - Jesus vida e luz
Terça 14 de Abril e Quarta-feira 15 de Abril
                   
       De noite, para evitar a ironia de seus colegas fariseus, Nicodemos vai ao encontro de Jesus. Inesperadamente, Ele lhe diz que quem não nasce “de novo” ou “do alto”, não pode entrar no Reino de Deus. Com essas palavras, Jesus lhe fala de uma mudança total no modo de pensar e agir; é preciso não se deixar dominar pela realidade terrena, pois quem nasce da carne e nela permanece enclausura-se, no dizer dos monges do deserto, no egoísmo, na ganância e na cobiça. Na realidade, quem acolhe Jesus, nasce do alto, “nasce do Espírito e é espírito”.  
       No momento, Nicodemos não compreende o sentido de suas palavras. Mas ao ouvi-lo falar do Filho do Homem, que será levantado como “Moisés levantou a serpente no deserto”, ele começa a entrever o que Jesus lhe quer sugerir: é preciso partir para o deserto, isto é, destacar-se dos seus esquemas e tornar-se nômade de Deus. Em outras palavras, para chegar ao verdadeiro conhecimento de Deus, uma condição lhe é dada: ser livre, ser capaz de ouvir a voz do vento, “que sopra onde quer, você ouve o seu ruído, mas não sabe de onde vem, nem para onde vai”. E ser livre é nascer do Espírito.
Mas por que a cruz? Nicodemos pressente a irreprimível liberdade daquele que prevê e anuncia a entrega de sua vida ao Pai. De fato, em Cristo, o muro de separação entre Deus e o homem, entre céu e terra, não mais existe. Para Ele, cidadão do Reino de Deus, “nascer do alto” significa libertar-se da justificação pela Lei.  A exemplo do Apóstolo S. Paulo, como que escamas caem então dos olhos interiores de Nicodemos, e ele então percebe que seguir Jesus é saber-se amado por Deus e é responder ao amor com amor, fruto não do esforço humano, mas sim da graça divina. As palavras “nascer do alto”, antes incompreensíveis, adquirem sentido e passa a significar liberdade interior. Liberdade não filosófica ou política, mas liberdade diante da Lei e das múltiplas determinações casuísticas estabelecidas por eles, escribas e fariseus.
Nicodemos se avizinha de Deus e reconhece que lhe é possível obter a regeneração do alto, devido à conjunção da graça com a sua liberdade. A paz o envolve e a cruz não é mais causa de escândalo, mas causa do “enaltecimento” de Jesus, em quem ele se sente incluído e reconhecido como filho amado do Pai celestial. O diálogo com Jesus tornou-se êxodo, caminho para a Terra Prometida, pátria dos filhos de Deus. 

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