Reflexão do Evangelho - Domingo 31 de Maio

Reflexão do Evangelho
Mt 28, 16-20 - SS. Trindade – Um só Deus em três Pessoas
Domingo 31 de Maio
    
A felicidade parece ser objeto de um desejo universal; não há quem não busque ser feliz. Felicidade, diziam os antigos filósofos, é o bem em si mesmo, e a ele se subordinam, como meios para atingi-lo, todas as demais realidades. Em cada ação, como que em breves instantes, porém maravilhosos, o homem vive a felicidade, ou seja, sua existência realizada.   
        Para a revelação bíblica, a fonte suprema da felicidade é Deus, um Deus não distante nem do mundo, nem da história humana. Acessível ao homem, Ele estabelece uma relação dialogal com a humanidade. Orígenes, teólogo alexandrino, refere-se ao diálogo realizado entre Deus e o homem, em nossa peregrinação terrena, como participação do eterno diálogo “no céu” entre o Pai e o Filho no Espírito Santo. Dom divino, o diálogo com Deus não suprime a natureza humana nem o uso da razão. Embora as supere, continuam válidas as afirmações de que se deve buscar a razão e a justificação do que se crê.
Nesse sentido, os teólogos procuraram explicar o mistério da Santíssima Trindade: um só Deus em três Pessoas. Cada Pessoa é um modo único e próprio de dar e de receber a essência divina, presente plenamente em cada uma delas. Segundo o Novo Testamento, o Pai revela-se plenamente em seu Filho Jesus; no Espírito Santo esta revelação de Deus se torna realidade permanente que atinge o homem até o íntimo do ser.  
Para expressar o mistério trinitário, os primeiros cristãos empregaram diversas imagens. No terceiro século, Orígenes utiliza a imagem da luz. O Pai, descrito como a fonte da luz divina, deseja iluminar o coração de todos os seres humanos, que jazem em meio às trevas do pecado e do erro. Em seu infinito e inesgotável amor, Ele envia o próprio Filho, eterno esplendor da luz divina, que assume nossa humanidade, incluindo-nos nele. Os que acolhem a sua palavra são denominados iluminados (photismoi), no dizer de S. Justino, no final do segundo século.  

        A pessoa de Cristo, que adquire presença em nós pela força do Espírito Santo, realiza a nossa salvação: Deus conosco. Somos então introduzidos no coração da Trindade e alcançamos a felicidade, a plena realização, e pela prática concreta e simples do amor fraterno, cada um de nós se torna um “ressuscitado”, “uma pessoa trinitária”.

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