Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 04 de Junho

Reflexão do Evangelho
Mc 14, 12-16.22-26 - Festa de Corpus Christi
Quinta-feira 04 de Junho
                     
       Na festa de Corpus Christi, rendemos ação de graças a Jesus pela instituição da Eucaristia e do sacerdócio, na Quinta-feira santa. Na manhã daquele dia, Jesus pede para os discípulos prepararem a ceia pascal. Segundo a tradição judaica, esta refeição se dava na noite do dia 14 do mês primaveril de Nisan, que naquele ano caía na sexta-feira. Um sentido todo especial é conferido por Jesus àquela ceia, a última, que Ele faria com os seus Apóstolos. Dois dias antes, Ele lhes tinha confidenciado: “Sabeis que daqui a dois dias será a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado”. Eles, porém, não compreenderam bem as suas palavras, e continuaram a aguardar a Páscoa como manifestação do seu triunfo.
No entardecer, por volta da hora do crepúsculo, Jesus se põe à mesa com seus Apóstolos. Momentos preciosos para Ele. Estendidos em pequenos leitos baixos, reúne-se a comunidade messiânica, da qual Ele era o cabeça. Numa atmosfera de simplicidade, transcorre a ceia, repetida através dos tempos em cada celebração, segundo seu mandato: “Fazei isto em memória de mim”.
Após lavar os pés de cada um deles, Jesus toma o pão e recita a oração de ação de graças, dizendo: “Isto é o meu corpo”. O pão que Ele tem em suas mãos é identificado como sendo o seu corpo, o mesmo que será entregue para a salvação de todos. O mesmo Ele o faz, tomando o cálice com o vinho: “Este é o cálice do meu sangue”. À mente dos Apóstolos, tornam-se presentes as palavras ditas por Ele em outra ocasião: ”Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, eu nele. Assim como o Pai, que vive, enviou-me e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim”.
        Eis o mistério da fé! Proclamam os cristãos. O mártir S. Justino dirá, mais tarde: “Do mesmo modo como Jesus Cristo, nosso Salvador, se fez homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a nossa salvação, também nos foi ensinado que o alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso sangue, é a própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou”. Na Eucaristia se perpetua o mistério da encarnação e, segundo sua promessa, o Senhor permanece no meio de nós até o fim dos tempos.

 Presença de Jesus no pão e no vinho consagrados, a Eucaristia constrói a Igreja e nos permite viver intensamente a comunhão fraterna.  A caminho do martírio, S. Inácio de Antioquia nos lembra: “Vós estais todos unidos, rompendo o mesmo pão que é remédio de imortalidade, antídoto para não mais morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre. Então, uma só coisa importa: ser encontrado no Cristo Jesus, para a verdadeira vida”. 

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