Reflexão do Evangelho de Terça-feira 11 de agosto

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 11 de agosto
Mt 18, 1-5.10.12-14 - Quem é o maior?

            Longe de dar aos discípulos um código de normas e leis, Jesus apresenta-lhes disposições interiores fundamentais para segui-lo e anunciar o Reino de Deus. Nesse sentido, no evangelho de hoje, Ele destaca o espírito de confiança e simplicidade que deve reinar em seus corações. Aliás, a própria palavra fé, em hebraico emunà, não designa propriamente a acolhida de conhecimento ou doutrina, mas a confiança em Deus. Assim o fato de Jesus colocar uma criança no meio deles expressa seu desejo de eles compreenderem que pertencer ao Reino de Deus é ver-se filho do Pai celestial, pois só sendo filho seu se pode participar da vida divina. Não se estabelecem categorias diversas, pois em Deus todos são seus filhos. A eles o Pai confere o maior tesouro: seu Reino de amor e de comunhão. A confiança no Pai é irrestrita. Se Ele se ocupa até dos passarinhos e embeleza a natureza com miríades de flores, como irá esquecer-se de seus filhos?
Em seguida, para ilustrar o carinho do Pai pelos pequeninos, Jesus fala de “um homem que possui cem ovelhas e uma delas se extravia”, descrevendo assim, no dizer de S. Irineu, sua vinda ao mundo para buscar a ovelha desgarrada. Realizam-se nele as profecias a respeito do Messias, que veria buscar as ovelhas perdidas, traria de volta as desgarradas e as guiaria com suavidade (Jr 23,1-4). A vontade do Pai é que ninguém se perca, e os filhos encontrem o aconchego do seu amor e participem de sua paz e felicidade.

 De imediato, os discípulos não o entendem. Não podiam compreendê-lo porque faziam uma ideia gloriosa da vinda do Messias. Escreve São Jerônimo: “Pacientemente, Jesus quer agora purificar, por meio da humildade, o desejo de glória manifestado por eles”. Ele se assenta, como no sermão da Montanha, e profere um solene apelo, pois não se trata simplesmente de uma situação hierárquica ou posição social. O essencial não é o lugar que os apóstolos ocuparão junto a Ele, mas sim a condição necessária para entrar no Reino de Deus. E esta exige conversão e requer mudança na maneira de ser e de pensar, pois diz Jesus: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9, 35).

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