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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Reflexão do Evangelho - Domingo 01 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 1, 21-28 - Jesus em Cafarnaum e a cura de um endemoninhado Domingo 01 de Fevereiro Em sua peregrinação, Jesus e os Apóstolos iam a Cafarnaum, mais do que a outras cidades. Lá, Jesus permanecia na casa de Simão Pedro ou de André, seu irmão. No sábado, eles iam à sinagoga para as orações e as leituras dos textos bíblicos. Para a instrução, o chefe da sinagoga convidava, conforme costume antigo, um dos membros visitantes para administrá-la. Assim, Jesus teve a oportunidade não só de realizar em Cafarnaum suas primeiras curas, como também de falar muitas vezes à comunidade.  Cafarnaum tornou-se, deveras, um campo (Caphar) de consolação (Naum) para seus habitantes, que “se extasiavam com os seus ensinamentos, porque lhes ensinava com autoridade e não como os escribas” (v.22). Presos às suas palavras, eles o reconheciam como mestre qualificado para decidir importantes questões da vida e para exortar, com firmeza e lucidez, sem fanatismo e tons patéticos. 

Reflexão do Evangelho - Sábado 31 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 4, 35-41 - Tempestade acalmada Sábado 31 de Janeiro         Ventos e águas revoltas. No meio do lago, lá pela hora do crepúsculo, encontram-se Jesus e os discípulos numa barca, sacudida pelo vento, que fazem as ondas despencarem sobre eles. Os apóstolos, marinheiros de profissão, pressentem o perigo. Na popa, tomado pelo cansaço, Jesus dormia. Mas, a agitação das águas e o choque do barco contra as ondas não o perturbam. Apavorados, eles clamam pelo Mestre, que intrépido, de pé, coloca-se ante o vento e o mar, e grita: “Silêncio! Cala-te!” À diferença do salmista ou de Jonas, que invocam o auxílio de Deus, Jesus age por Ele mesmo, o que suscita a exclamação dos Apóstolos: “Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” Três séculos mais tarde, S. Atanásio declara: “Aquele que ordenou ao mar não era uma criatura, mas sim o Criador”.        Desde os primeiros séculos, os cristãos leem neste milagre a figura da Igreja. A tempestade e as onda

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 30 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 4, 26-34 - Parábola da semente que germina por si só Sexta-feira 30 de Janeiro                  Nas parábolas do Reino, Jesus destaca que a iniciativa é sempre de Deus. Embora os meios sugeridos sejam bem simples: fermento ou semente, os resultados são extraordinários. De forma discreta e humilde, o Reino de Deus, à maneira de uma semente, cresce em nosso coração, sem que haja uma nova intervenção do semeador. “O seu crescimento, no dizer de S. Gregório Magno, é constante: no início, quando começamos a fazer o bem, somos ainda erva, mas quando progredimos na prática do bem, crescemos e chegamos a ser espigas. Finalmente, já sólidos na prática do bem, alcançamos a perfeição e, como espigas, seremos grãos maduros”.         A grande novidade não é que o Reino de Deus se desenvolva gradualmente, mas sim o fato de ele, na pessoa do Mestre, inserir-se em nossa história, superando tudo quanto se dera anteriormente. Podemos aceitá-lo, deixando que a semente

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 29 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 4, 21-25 - Como receber e transmitir a mensagem de Jesus Quinta-feira 29 de Janeiro        O pecado é “o sonho da alma”, a vida espiritual é o crescimento na graça e na luz divina. Nesse sentido, para transmitir a mensagem do Reino de Deus, Jesus emprega a imagem da luz ou da lâmpada, imagem bastante familiar ao precursor João Batista, e também a Ele, que permanece oculto sob a humildade de sua “carne” e de sua Palavra. Para os judeus, a luz exprime a beleza interior do homem e é reflexo da glória de Deus, manifestação de sua bondade e verdade. O salmo (104,2) a descreve como a vestimenta em que Deus se envolve e “a sua Palavra é a lâmpada que guia os nossos passos”. Em sua benevolência, Jesus ilumina as trevas de nossa vida, com sua luz sem ocaso, sem mudança, jamais eclipsada. Ele é Luz que brilha nos corações dos que creem em sua Palavra, permitindo-lhes contemplar a realidade divina do Reino de Deus. Com São Sofrônio, dizemos: “Em nossas mãos, le

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 28 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 4, 1-20 - Parábola do semeador Quarta-feira 28 de Janeiro         Na introdução à parábola do semeador, o evangelista fala-nos que Jesus “saindo de casa, sentou-se junto ao mar”. Sugere a ideia de que, tendo sido enviado pelo Pai, Jesus saiu de junto de Deus para vir ao mundo e semear a boa semente da misericórdia e do amor. No entanto, lançada em terra, de acordo com a qualidade de cada terreno, a semente não encontrará o mesmo destino.             Enquanto semeava, “uma parte cai à beira do caminho”, terreno “pisado pelos pés de todos”. “Grão pronto a ser levado pelos pássaros, que são os espíritos imundos”, segundo S. Cirilo de Jerusalém. Outra parte, “cai em lugares pedregosos”, onde há pouca terra, “a fé é superficial, evanescente. Logo sucumbe à tribulação ou à perseguição, por causa da Palavra”. Por não terem raízes, elas secaram. Há as que caíram entre os espinhos, que representam, segundo S. Jerônimo, “os corações dos que se tornam escravos

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 27 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 3, 31-35 - Os verdadeiros parentes de Jesus Terça-feira 27 de Janeiro        A multidão é grande. A mãe de Jesus e seus parentes estão fora e desejam vê-lo. Os discípulos notam a presença deles e avisam o Mestre, que, sem desprezá-los, aproveita a ocasião para salientar o essencial de sua missão: o cumprimento da vontade do Pai. Jesus dá grande valor à família espiritual, núcleo de uma família mais extensa e numerosa, que se reúne ao seu redor. Voltando-se então para seus discípulos, com voz mais forte, fala-lhes da pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Aliás, fé manifestada por Maria, no início de sua vida pública, na pequena cidade de Caná, durante uma festa de casamento. Nessa feita, após notar o constrangimento dos organizadores da festa por causa da falta de vinho, revelando serena confiança em seu Filho, ela diz aos serventes: “façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do na

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 26 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 3, 22-30 - Jesus e Beelzebul (calúnias dos fariseus) Segunda-feira 26 de Janeiro               Os milagres realizados por Jesus são “sinais”, manifestações, que ultrapassam o poder do homem, levando-o à conclusão: ou se crê nele como “vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a este poder que os escribas, descidos de Jerusalém, se referem ao dizer: “É por Beelzebul, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.        O título Beelzebul liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus. Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá subsistir”, pois o poder d

Reflexão do Evangelho - Domingo 25 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 1, 14-20 - Vocação dos quatro primeiros discípulos Domingo 25 de janeiro        Num dia comum, Jesus caminha junto ao mar da Galileia e, como por acaso, encontra Pedro e seu irmão André. Ambos eram pescadores e dirigiam uma pequena empresa pesqueira à margem do lago de Genesaré. Vendo-os, Jesus não os saúda, nem se apresenta, simplesmente lança um apelo: “Vinde após mim!”. “Deixando as redes, eles o seguiram”. Adesão irresistível a Cristo, que lhes confere uma nova orientação de vida, a de serem “pescadores de homens”. Mais do que ouvintes de seus ensinamentos, eles irão tomar parte ativa em seu ministério e serão, mais tarde, após sua partida, aqueles que irão anunciar a salvação a todos os povos e nações. O mesmo se deu, mais adiante, com os outros dois irmãos Tiago e João, filhos de Zebedeu, que também “deixando imediatamente o barco e o pai, seguiram-no”.   A brevíssima narração da chamada dos primeiros discípulos destaca o fato de eles seguirem

Reflexão do Evangelho - Sábado 24 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 3, 20-21- Providências da família de Jesus Sábado 24 de Janeiro               Do monte, Jesus e seus discípulos “foram para casa”. Expressão utilizada para significar que ele desejava se retirar e passar algum tempo com os seus discípulos. Porém, as multidões não o deixam em paz, vêm ao seu encontro, trazendo doentes, de modo que “nem mesmo seus discípulos podiam se alimentar”. Situação delicada. Seus parentes se mostram inquietos, preocupados e havia quem dissesse que Ele “tinha enlouquecido”, pois era-lhes difícil compreender que alguém, ligado a eles, pudesse se doar aos seus semelhantes, com tanta exclusividade. Sua missão não era compreendida.        A entrega de Jesus à vontade do Pai é total. No monte das Oliveiras, Ele dirá: “Pai, que não se faça o eu quero, mas sim o tu queres”. Ou, no momento de sua morte: “Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito”. O amor infinito ao Pai é amor sem limites aos irmãos. É plena doação. Seus parentes, pasmo

Reflexão do Evangelho - Sexta - feira 23 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 3, 13-19 - Escolha dos Apóstolos Sexta - feira 23 de Janeiro        Logo no início de sua vida pública, Jesus escolhe doze apóstolos dentre os seus discípulos. Eles constituem as colunas da Igreja da qual serão juízes no final dos tempos. Naquela importante ocasião, Jesus, como nos momentos mais significativos da sua vida, conduziu seus discípulos ao monte, lugar de oração e de encontro com Deus.        Após passar a noite em oração, Ele escolhe Doze aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando neles toda a sua confiança. Já no Antigo Testamento existiam os sheluchim, apóstolos em grego, que tinham a incumbência de reforçar os vínculos existentes entre os lares de Israel. No Novo Testamento, o título apóstolo adquire o sentido de missionário, também de representante ou testemunha, pois eles terão a missão de atestar que Cristo ressuscitado é o mesmo com quem eles conviveram em sua vida pública. “Quem vos escuta, a mim escuta”, diz o Mestre. O primei

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 22 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 3, 7-12 - As multidões seguem Jesus Quinta-feira 22 de Janeiro               Por onde Jesus passava, as multidões acorriam para ouvi-lo e ver as obras que realizava. O poder de sua mensagem é impressionante. A sua palavra alimentava os que tinham fome de Deus e curava os que buscavam libertar-se de seus males. Movidos pela fé, muitos se achegavam a Jesus para tocá-lo e, pelo poder que dele provinha, eram curados e perdoados de seus pecados. Em sua presença, até os demônios tremiam e reconheciam sua verdadeira identidade, declarando: “Tu és o Filho de Deus”.          No entanto, S. Agostinho não deixa de observar: “Muito melhor que estar com o Senhor é ter fé nele”. Não basta estar em meio àquela multidão, pois “a fé é mais forte que tocá-lo com a mão. Se pensas que Cristo é só homem, tu o tocas, na terra, com as mãos, mas se tu crês que Cristo é o Senhor e igual ao Pai, então tu o tocas, na glória do céu”.        Ao longo de sua missão, Jesus se do

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 21 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 3,1-6 - Cura do homem com mão atrofiada Quarta-feira 21 de Janeiro               A cena da cura de um homem com mão atrofiada se passa numa sinagoga, em dia de sábado. Lá está Jesus, observado atentamente pelos escribas e fariseus, que desejavam “ver se Ele curaria no sábado, para assim encontrarem algo com que o acusar”. Buscam motivos para justificar a condenação de Jesus, fato já consumado em seus corações. Guardando sempre a serenidade e sem se preocupar com os olhares maldosos dos que o cercavam, Jesus pede ao homem que venha para o meio da assembleia. Tenso, o homem aproxima-se e permanece de pé, diante do divino Mestre. É sábado, mas Jesus, sem tergiversar, num gesto de afrontamento, realiza o milagre. Como era costume seu, Ele não condena seus inimigos, mas, desejando levá-los à conversão, questiona-os. Pergunta-lhes se é permitido, em dia de sábado, fazer o bem ou o mal, salvar sua vida ou arruiná-la. O silêncio dos fariseus prova sua obstinaç

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 20 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 2, 23-28 - A colheita das espigas Terça-feira 20 de Janeiro  O Sábado encerra o ritmo sacro da semana com um dia de encontro cultual e de repouso para todos, escravos e livres. Ele é, particularmente, um dia reservado à oração e à meditação, alimentos necessários à alma, e também ocasião para celebrar a bondade de Deus e a grandeza de sua obra criadora. Mas havia aqueles que o consideravam de modo muito estrito, e exigiam a sua observância em todo seu rigor. Estes são os escribas e fariseus, que ficam escandalizados quando veem os discípulos de Jesus, movidos pela fome, desrespeitar o sábado, colhendo milho para comer.   Diante do protesto dos fariseus, Jesus pergunta-lhes: “Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros, como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição?” Ora, um dos rituais do Templo na época de Jesus era o dos doze pães da proposição, colocados no altar e substituídos todos os sábados por outro

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 19 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 2, 18-22 - Discurso sobre o jejum Segunda-feira 19 de Janeiro                     Os discípulos de João Batista e os fariseus multiplicavam jejuns e orações, apesar de os profetas terem insistido menos sobre a severidade do jejum e muito mais sobre a conduta justa e caritativa para com o próximo. Em Jesus a voz dos profetas se plenifica. O jejum torna-se sinal de um novo relacionamento com Deus e com o mundo, pois, acompanhado pela oração, ele supõe atos e atitudes de humildade, de amor e de esperança. Gesto religioso, ele prepara o homem para acolher Deus. Daí o fato de os discípulos não jejuarem: Jesus é Deus presente entre eles. No entanto, Ele não deixa de insistir no desapego das riquezas (Mt 19,21) e em renunciar-se a si mesmo para levar a cruz (Mt 10,38s).           Para melhor ser compreendido, Jesus se apresenta como o “noivo” das núpcias de Deus com o seu povo, e os discípulos são descritos como os amigos do noivo. Aos que criticam os Apóst

Reflexão do Evangelho - Domingo 18 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Jo 1, 35-42 - Vocação dos primeiros discípulos Domingo 18 de Janeiro        “No dia seguinte, João se achava lá, de novo, com dois de seus discípulos”. De modo solene e simples, o Evangelista retrata João Batista, de pé, que olha com respeito e acatamento para Jesus. O verbo ver, blepo reforçado pelo prefixo “ en ”, expressa um olhar atento e penetrante, como quando se quer identificar a verdade de uma pessoa. O Mestre passa e “vai mais longe” e os dois discípulos, deixando tudo, seguem-no. Logo após, o mesmo verbo será utilizado por Jesus ao chamar Simão Pedro: “Fitando-o, disse-lhe: ‘Tu és Simão, filho de João; chamar-te-ás Cefas”. A atração divina de Jesus começa a manifestar o seu poder. O discípulo amado, sob um véu de nostalgia, revive seu primeiro encontro com Jesus. Duas características podem ser assinaladas. Primeiramente, o emprego do verbo ver, não só no sentido corporal, mas, sobretudo, interior e espiritual. O que faz S. Agostinho exclamar

Reflexão do Evangelho - Sábado 17 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 2, 13-17 - Vocação de Mateus Sábado 17 de Janeiro               Jesus se encontra em Cafarnaum, na movimentada rota de Damasco.  Razão da presença de aduanas e dos respectivos cobradores de impostos, chamados publicanos ( telovai ), dentre os quais Mateus, nome hebraico, provavelmente abreviação de Matatías, que significa “dom de Deus”. Ao saber da chegada do Mestre, Mateus o convida para uma refeição com os seus amigos e colegas cobradores de impostos, como ele. “Os fariseus vendo isto, perguntam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e os pecadores?” Eles estavam escandalizados: como podia Ele participar de uma festa com aquelas pessoas?  Olhando-os em seu coração, Jesus repete o que dissera em outras ocasiões: “não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes”. Ele veio para todos, pois todos são dignos de atenção e de misericórdia, e quem se esquece disso é porque não compreende que Ele “não veio chamar jus

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 16 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 2,1-12 - Cura do paralítico e perdão dos pecados Sexta-feira 16 de Janeiro        Certa ocasião, os parentes levaram a Jesus um paralítico, deitado num catre, mas por causa da multidão, não conseguiam chegar até Ele. A confiança é tanta, que eles abrem um vão no teto e fazem descer o leito do paralítico até perto do Senhor. “Vendo-lhes a fé”, Jesus o cura. No entanto, escreve S. Hilário de Poitiers, “é necessário examinar atentamente as palavras da cura. Ao paralítico não é dito imediatamente: sê curado ou levanta-te e caminha, mas: ‘tem ânimo, meu filho; os teus pecados te são perdoados’”. Os gestos e as palavras do Senhor refletem seu carinho por aquele homem e nos permitem reconhecer o consolo e o refrigério, vividos pelas pessoas, que, na dor e na angústia, são acolhidas com amor e generosidade. A resposta do Senhor é imediata. Vendo a fé daquele homem e dos que o transportam, concede-lhe a remissão dos pecados e, em seu poder, cura-o. S. Jerônimo

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 15 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 1, 40-45; Lc 5, 12-16 - A cura de um leproso Quinta-feira 15 de Janeiro         Um leproso se aproxima de Jesus e suplica: “Senhor, se queres, tens poder para purificar-me”. Os discípulos confiam no Senhor, pois alimentam a certeza de que Ele é capaz de aliviá-los das aflições e doenças, e depositam nele as suas preocupações. Pela Lei mosaica, a lepra era considerada uma doença passível de excomunhão. Quem a contraísse seria excluído do convívio comunitário e se, por acaso, alguém fosse curado, ele devia submeter-se ao rito de purificação. Por isso, ao milagre da cura de um leproso, sinal dos tempos messiânicos, liga-se a purificação.                                     Apesar de tantas restrições e normas, o leproso não hesita. Aproxima-se do Mestre, que, sereno, não se afasta, acolhe-o. A pureza interior de Jesus é intocável. A cena comove os Apóstolos, levando-os à admiração e ao enlevo espiritual. De sua parte, profundamente sensibilizado, o le

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 14 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 1, 29-39 - A cura da sogra de Pedro Quarta-feira 14 de Janeiro         Os primeiros atos da missão de Jesus ocorreram na região de Genesaré, conhecida, no dizer de Flávio Josefo, “pela natureza extraordinária e pela beleza encantadora”. Lá, Ele iniciou a proclamação do Evangelho com palavras e atos, e seus habitantes testemunharam seus primeiros milagres e curas. Ele costumava ir à casa de Simão, que vivia em Cafarnaum. Certa feita, vendo a sogra de Pedro doente, “aproximando-se, Ele a tomou pela mão e a fez levantar-se”. O fato de a febre passar imediatamente, graças ao toque de Jesus, faz com que São Jerônimo suplique: “Que o Senhor toque também nossa mão, para que sejam purificadas nossas obras, que Ele entre em nossa casa, para que nos levantemos para servir”. Ao entardecer, já curada, a sogra de Pedro os servia. O episódio da cura da sogra de Pedro revela que o discípulo de Jesus não é apenas alguém liberado do mal, da febre do pecado, mas també

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 13 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 1, 21-28 - Jesus em Cafarnaum e a cura de um endemoninhado Terça-feira 13 de Janeiro Em sua peregrinação, Jesus e os Apóstolos iam a Cafarnaum, mais do que a outras cidades. Lá, Jesus permanecia na casa de Simão Pedro ou de André, seu irmão. No sábado, eles iam à sinagoga para as orações e as leituras dos textos bíblicos. Para a instrução, o chefe da sinagoga convidava, conforme costume antigo, um dos membros visitantes para administrá-la. Assim, Jesus teve a oportunidade não só de realizar em Cafarnaum suas primeiras curas, como também de falar muitas vezes à comunidade.  Cafarnaum tornou-se, deveras, um campo (Caphar) de consolação (Naum) para seus habitantes, que “se extasiavam com os seus ensinamentos, porque lhes ensinava com autoridade e não como os escribas” (v.22). Presos às suas palavras, eles o reconheciam como mestre qualificado para decidir importantes questões da vida e para exortar, com firmeza e lucidez, sem fanatismo e tons patéticos. 

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 12 de Janeiro

Reflexão Evangelho Mc 1,14-20 e Mt 4, 12-17.23-25 - Jesus inaugura sua pregação Segunda-feira 12 de Janeiro João Batista é levado à prisão, na Galileia, Jesus inicia sua vida pública proclamando: “O tempo está realizado e o Reino de Deus está próximo”. Ele percorre aquelas pequenas cidades que se estendem em volta do lago de Genesaré, ensinando e curando os enfermos. Uma diferença marca a missão dos dois mestres. Se João Batista pregava aos que acorriam a ele, Jesus vai ao encontro das pessoas e sua voz é ouvida pela multidão que o segue e que se aglomera ao seu redor, no descampado do deserto ou à beira do mar, ao longo do caminho ou no cimo de uma colina. João testemunha a vinda do Messias, Jesus diz ser a luz do mundo ou o próprio Reino de Deus , auto-basileia, no dizer de Orígenes. Para se chegar a Ele ou ao Reino de Deus, o caminho é o Evangelho, a boa notícia do amor e da misericórdia, e caso nós o acolhamos, volta a dizer Orígenes, “Deus passeará em nós como num para

Reflexão do Evangelho - Domingo 11 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 1, 7-11- Batismo de Jesus Domingo 11 de Janeiro        O antigo sonho do homem, o eterno sonho de tornar-se imortal, é vivido pelo mundo judaico na esperança da vinda de um Messias. As profecias, acolhidas quais raios de luz, permitiam entrever, ao longo da história, o vulto de um Deus justo e misericordioso. No início da era cristã, muitos viam em João Batista o cumprimento das profecias e se interrogavam se não era ele o Messias esperado. Sem hesitar, o próprio Batista afasta toda dúvida, deixando claro que sua missão é ser precursor e dar testemunho do Messias. E numa atitude de sincera humildade, ele confessa não ser digno de desatar a correia de suas sandálias, nem mesmo digno de ser seu escravo.         João batiza e Jesus aproxima-se para ser batizado. S. Gregório de Nazianzo nos dá sua intepretação do fato: O Mestre vem “talvez para santificar aquele que o batiza e, sem dúvida, para sepultar nas águas o velho Adão. João reluta, Jesus insiste,

Reflexão do Evangelho - Sábado 10 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Jo 3, 22-30 - Último testemunho de João Batista Sábado 10 de Janeiro               As atividades de Jesus desenrolavam-se na região da Judeia, lugar de mananciais, talvez não distante do rio Jordão. Após os ensinamentos ministrados a Nicodemos a respeito do batismo, Jesus, seguido pelos discípulos, percorre a região, anunciando o Evangelho e batizando. Na mesma ocasião, João, que “não tinha ainda sido encarcerado”, batiza com água. No encontro com um judeu, seus discípulos discutem a respeito dos “ritos de purificação”, que correspondem ao batismo.   Os discípulos de João defendiam o batismo na água, outros, citando as palavras dos profetas, falavam da purificação pelo “espírito” ou pelo fogo. Em pauta, o batismo de penitência, realizado por João Batista, e o batismo de Jesus. O clima tornou-se tenso, a discussão acalorou os ânimos, a ponto de os discípulos perguntarem a João: quem é que batiza legitimamente, Jesus ou ele? Em quem acreditar? O embate é

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 09 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Lc 5, 12-16 - A cura de um leproso Sexta-feira 09 de Janeiro         Um leproso se aproxima de Jesus e suplica: “Senhor, se queres, tens poder para purificar-me”. Os discípulos confiam no Senhor, pois alimentam a certeza de que Ele é capaz de aliviá-los das aflições e doenças, e depositam nele as suas preocupações. Pela Lei mosaica, a lepra era considerada uma doença passível de excomunhão. Quem a contraísse seria excluído do convívio comunitário e se, por acaso, alguém fosse curado, ele devia submeter-se ao rito de purificação. Por isso, ao milagre da cura de um leproso, sinal dos tempos messiânicos, liga-se a purificação.                                     Apesar de tantas restrições e normas, o leproso não hesita. Aproxima-se do Mestre, que, sereno, não se afasta, acolhe-o. A pureza interior de Jesus é intocável. A cena comove os Apóstolos, levando-os à admiração e ao enlevo espiritual. De sua parte, profundamente sensibilizado, o leproso se proster

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 08 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Lc 4, 14-22 - Jesus em Nazaré Quinta-feira 08 de Janeiro               Ao longo de sua missão, Jesus anuncia o reino da Verdade, em contraposição ao reino da ilusão, da falsidade e da mentira. Sua ação redentora e santificadora corresponde ao fato de Ele dar testemunho da Verdade e o ato de fé dos que o seguem supõe, por sua vez, buscar e viver a sua mensagem, e, por conseguinte, dar testemunho da Verdade. Daí, a grande importância dada nos Evangelhos ao verbo escutar (akouein), visto como caminho seguro para se chegar à fé: “Quem ouve a minha palavra e crê em quem me enviou, tem vida eterna e não é submetido a julgamento, mas passou da morte à vida” (Jo 5,24).        A falta de fé equivale a não escutar a palavra de Jesus e constitui um obstáculo para obter a saúde do corpo e da alma. É o que os discípulos irão constatar justamente quando Jesus, depois de certo tempo distante de sua “pátria”, resolve voltar a Nazaré, onde tinha sido criado. Num dia de

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 07 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Mc 6, 45-52 - Jesus caminha sobre as águas Quarta-feira 07 de Janeiro Após despedir o povo e enviar os discípulos para a outra margem do lago, “Jesus subiu ao monte, a fim de orar”. Silêncio e solidão. Entre as nuvens, tocadas pelo vento forte, talvez Ele tenha avistado o barco dos discípulos, que buscavam em vão chegar a Cafarnaum.  “Na quarta vigília da noite”, nos primeiros albores do dia, Ele vai ao encontro deles. Aproxima-se, “caminhando sobre o mar”. Soprava ainda um vento intenso e impetuoso, quando eles avistam, em meio às águas encapeladas, um vulto que se aproxima. Vendo aquilo, sentiram medo e chegaram a exclamar: “É um fantasma!”        Assustados, eles viam o vulto se avizinhar, andando sobre as águas. Em meio ao fragor das ondas, que ameaçavam virar o pequeno barco, uma voz serena os tranquiliza: “Não temais, sou eu!” Imediatamente, eles reconhecem que é o Mestre, que faz menção de passar adiante, como o fez com os discípulos em Emaús. Pr