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Mostrando postagens de julho, 2013

Reflexão do Evangelho do dia 01 de Agosto de 2013

Quinta-feira – 01 de agosto Mt 13, 47-53: A parábola da rede             Jesus fala do julgamento e menciona ser ele o juiz escatológico a quem cabe a separação definitiva dos homens: uns para a salvação, na feliz eternidade do Reino de Deus “país dos vivos”, outros para a condenação. Seu objetivo não é descrever sistemas apocalípticos, mas, graças à descrição do futuro, realçar a importância de se viver bem no momento presente. Nesse sentido, ele conta a parábola da rede, imagem bastante familiar aos Apóstolos, pescadores do mar da Galileia.   A rede, lançada no meio do lago, colhe indistintamente todo tipo de peixes. S. Hilário de Poitiers lembra que “a rede, jogada no mar, alcança a profundez de suas águas, recolhendo tudo quanto é possível”. S. Gregório Magno alude à “rede da fé que igualmente recolhe peixes bons e maus”. Aliás, a própria parábola realça o fato de nada escapar ou permanecer fora da rede. A separação, porém, não ocorre imediatamente. A parábola exorta a

Reflexão do Evangelho do dia 31 de Agosto de 2013

Quarta-feira – 31 de julho Mt 13, 44-46: As parábolas do tesouro e da pérola             Um homem encontra um tesouro enterrado, descoberto de modo fortuito.   “Na sua alegria”, ele vai e vende tudo o que possui para comprar o campo. O mesmo acontece com o negociante que, “ao achar uma pérola de grande valor, vai e vende tudo o que possui e a compra”. A pérola se destaca pelo seu valor, beleza e perfeição. O Reino de Deus é o tesouro, é a pérola preciosa, cujo preço é inacessível e supera toda riqueza material. Buscado antes de todas as outras coisas, ele é recebido, desde agora, gratuitamente. A parábola sugere a ideia de que o Reino é dado e, portanto, não é um poder atemorizador, diante do qual somos forçados a nos inclinar, mas ele é um dom. A atitude própria para acolhê-lo é exemplificado pelas crianças, em sua simplicidade e confiança. Não é a humildade que as torna merecedores do Reino, mas é ela que as possibilita acolhê-lo. O fato de encontrá-lo sugere a ideia

Reflexão do Evangelho do dia 30 de Julho de 2013

Terça-feira – 30 de julho Mt 13, 36-43: Explicação da parábola do joio             Os discípulos pedem a Jesus que lhes explique o sentido da parábola do joio. É a parábola da boa semente semeada no campo, no qual o inimigo lança a má semente, o joio. Mais uma vez, o Mestre descreve a densidade religiosa da história, inspirando-se num fenômeno da natureza, em que as sementes más se misturam com as do trigo bom.           O campo compreende o mundo e o semeador é o próprio Filho do Homem, a quem se contrapõe o Maligno, que, no dizer de S. Gregório de Nissa, semeia “o seu joio: eu quero dizer o insulto, o orgulho, a vanglória, o desejo de honras, a contestação e as outras produções do mal”.   A boa semente não é propriamente a Palavra, mas os que são leais à Palavra e se deixam guiar por ela. Na linguagem semítica, as sementes representam os filhos do Reino ou do Maligno, o que leva Jesus a falar, imediatamente, do julgamento final, sem mencionar o entremeio, isto é, o perí

Reflexão do Evangelho do dia 29 de Julho de 2013

Segunda-feira – 29 de julho Jo 11, 19-27: Ressurreição de Lázaro             Jesus declara: “Eu sou a luz do mundo e quem me segue não andará nas trevas”. Porém, mesmo nas trevas e na culpa do homem um raio de sua luz não deixa de resplandecer, de tal modo que nenhuma obra humana carece totalmente de sua luz. Assim, sua vinda desvela a realidade espiritual, força geradora de tudo quanto existe de bom, justo e verdadeiro, que leva S. Justino a afirmar a presença da semente do Logos em toda a criação.   A resposta humana ao Dom de Deus é a fé, ingresso no caminho de salvação, iluminação e encontro com Cristo, “o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira” (Ap 3,14).           Ao saber da morte de seu amigo Lázaro, Jesus diz aos Apóstolos: “Vamos lá!” Ao chegar a Betânia, “Marta saiu ao seu encontro” e principia um magnífico diálogo com Jesus. Após algumas palavras delicadas e esperançosas, e diante das palavras seguras e firmes do Senhor, ela faz sua profissão de fé: “Sei que e

Reflexão do Evangelho do dia 28 de Julho de 2013

Domingo – 28 de julho Lc 11, 1-13 – A oração perseverante                               A oração do Pai-Nosso é comentada por diversos Santos Padres da Igreja. Por exemplo, referindo-se à oração do Pai-Nosso, S. Cipriano lembra que ao se dizer: “Santificado seja o vosso nome, não dizemos ser Deus santificado por nossas orações, mas pedimos ao Senhor que o seu nome seja santificado em nós”. Expressamos o desejo ter uma fé voltada para Deus, no cumprimento de sua santíssima vontade. Deste modo, estaremos santificando o nome de Deus e abrindo o coração aos nossos semelhantes. Por isso, não dizemos na oração dominical “meu” Pai, mas “nosso” Pai, e suplicamos “nosso” pão de cada dia. Imploramos o perdão de nossas dívidas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Mergulhado na inefável misericórdia divina, aquele que ora abandona todo egoísmo e se abre à comunhão com os irmãos, no perdão e no amor. Em nosso coração soa a parábola do amigo importuno, contada logo a seguir

Reflexão do Evangelho do dia 27 de Julho de 2013

Sábado, 27 de julho Mt 13, 24-30: Semente boa e má           Na parábola sobre o joio, Jesus utiliza imagens extraídas do mundo rural. Fala de uma plantação e de sua colheita. A colheita pode ser prejudicada e mesmo destruída caso não sejam separados os bons dos maus frutos. Deve-se, no entanto, esperar o tempo oportuno. Se o fizer muito cedo, poderá matar, no processo, as plantas boas. O agricultor deverá ser paciente e aguardar o crescimento de ambas. Só então poderá separá-las. De uma maneira tão singela, Jesus indica a infinita paciência de Deus, que semeou, em nossos corações, a boa semente, podendo, no entanto, ser ela prejudicada pela força negativa do pecado e do mal.  S. Agostinho observa que “no campo do Senhor, isto é na Igreja, quem era trigo por vezes se transforma em erva daninha e os que eram erva daninha se transformam em trigo. Daí ter sido reservada a separação aos anjos. Mais exatamente. A separação cabe ao pai de família, que conhece todos, e sabe aguardar

Reflexão do Evangelho do dia 26 de Julho de 2013

Sexta-feira – 26 de julho Mt 13, 16-17: S. Joaquim e Sant’Ana                     Hoje festejamos os pais de Maria Santíssima. Uma antiga tradição, com raízes no século II, atribui-lhes o nome de Joaquim e Ana. Independentemente deste fato, a celebração se liga intimamente à realização do mistério de Cristo, nascido da Virgem Maria. O ofício divino traz, em sua segunda leitura, um texto de S. João Damasceno (749), considerado o último dos Santos Padres do Oriente. Sendo monge, ele foi ordenado presbítero pelo Patriarca de Jerusalém João V. Pelos inúmeros escritos, pela amplidão dos temas tratados e, particularmente, pela santidade de vida, ele é considerado um dos teólogos mais notáveis da Igreja oriental. Entre os seus escritos destacam-se os que se referem à Mãe de Deus, nos quais se encontram riquíssimas informações hauridas de tradições antigas a respeito da vida de Maria. Ele fala dos seus pais, nomeando-os Joaquim e Ana. Eis um belo trecho da sua obra:           “Ó casal

Reflexão do Evangelho do dia 25 de Julho de 2013

Quinta-feira – 25 de julho Mt 20,20-28 - Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu                     Referindo-se à sua morte e ressurreição, Jesus diz aos Doze Apóstolos: “O Filho do Homem será entregue aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. Mas no terceiro dia ressuscitará”. Ao ouvir tais palavras, omemn HH a mãe dos filhos de Zebedeu dirigiu-se a ele, pedindo que “seus dois filhos se assentassem um à direita e outro à esquerda” em seu Reino. A mãe fez o pedido, mas são os filhos que recebem a resposta. Há uma ambição a ser corrigida. Aliás, não é a primeira nem a última vez que o Evangelho sublinha o desejo de precedência. Por isso, o Senhor interroga: “Podeis beber o cálice que estou para beber?” Estar com ele na glória é viver, desde agora, o abandono total e a renúncia a si mesmo. É participar de sua morte e dos seus sofrimentos. Escreve S. João Crisóstomo: “Quem procura a ostentação, enquanto o Senhor segue a humildade, não reflete a imagem de Cristo, pois

Reflexão do Evangelho do dia 24 de Julho de 2013

Quarta-feira – 24 de julho Mt 13, 1-9 - Parábola do semeador             Na introdução à parábola do semeador, o evangelista fala-nos que Jesus “saindo de casa, sentou-se junto ao mar”. Ele deseja levar os leitores à compreensão de que Jesus, enviado pelo Pai, saiu de junto de Deus para vir ao mundo. As primeiras palavras da parábola nos sugerem uma ideia semelhante: “Saiu o semeador a semear”. Referem-se a Jesus, o Filho de Deus, que vai à multidão e, no dizer de S. João Crisóstomo, “torna-se mais próximo a nós pela sua Encarnação”.  A semente lançada em terra é ele mesmo que, mediante sua palavra, busca penetrar cada coração e aí criar raízes e dar frutos. S. Cirilo de Alexandria assevera que “Jesus é o verdadeiro Semeador”. Tudo o que há de bom, ele “comunica a nós, terra boa, que produz frutos espirituais”.              Delineia-se a aventura da semente caindo no terreno dos corações humanos. A parábola alcança, então, sua intenção principal: salientar o destino da semente

Reflexão do Evangelho do dia 23 de Julho de 2013

Terça-feira – 23 de julho Mt 12, 46-50 - Os verdadeiros parentes de Jesus           O amor e o respeito de Jesus para com sua mãe e parentes são inquestionáveis. Maria e seus irmãos desejam vê-lo, mas a multidão que o rodeava era grande e eles não conseguem chegar até ele. Os discípulos notam a presença deles e avisam Jesus. Sem desprezar seus parentes, ele aproveita a ocasião para conduzir seus ouvintes ao essencial da sua missão: seu relacionamento com o Pai celestial. Por isso, elevando a voz, ele dirige-se a todos e fala-lhes da filiação divina. É a filiação espiritual, pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Maria não a desconhece. Já no milagre das bodas de Caná, contempla-se sua atitude confiante, pois, situando-se na ordem da fé, ela diz aos serventes: “Façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da mãe, e a nobreza da mãe na divindade do nascido”.         Jesus

Reflexão do Evangelho do dia 22 de Julho de 2013

Segunda-feira – 22 de julho Jo 20,1-2.11-18: Aparição a Maria Madalena           No primeiro dia da semana, Jesus ressuscita dos mortos. “O dia da ressurreição, diz S. Agostinho, é o escatológico oitavo dia, graças ao qual nos tornamos partícipes da nova criação representada pela nova semana, pois o desonroso escândalo da crucifixão de Jesus e o horror da sua morte foram vencidos. Assim como a luz expulsa as trevas, na aurora do novo dia, surge agora o primeiro dia da nova era de salvação”. A primeira série das aparições de Jesus, mais pessoais e tocantes, tem como protagonistas as santas mulheres e os Apóstolos Pedro e João. Hoje, o Evangelho narra o encontro de Jesus com Maria Madalena. Em descrição simples e de inefável condescendência divina, destaca-se o valor das “intuições do coração”. Voltada para o túmulo vazio, Maria, mergulhada em sua dor, não o reconhece imediatamente. Mas ao ouvir a voz do Senhor, clara e suave, pronunciando seu nome, sua esperança renasce e ela r

Reflexão do Evangelho do dia 21 de Julho de 2013

Domingo – 21 de julho Lc 10,38-42: Marta e Maria           O texto narra que Jesus e seus Apóstolos “estavam a caminho”. Expressão esta utilizada, algumas vezes, para indicar a subida do Senhor a Jerusalém. Através de outras informações bíblicas, sabe-se que a casa de Marta e Maria distava uns três quilômetros da cidade santa. Como mais tarde Zaqueu, Marta recebe Jesus em sua casa. Fato que desperta em nós o desejo de recebê-lo em nossa casa, em nossa vida. Enquanto Marta, pelo muito serviço, estava ocupada, Maria, sua irmã, permanecia “sentada aos pés do Senhor, escutando sua palavra”.  Atitude característica dos discípulos, atentos à palavra do Mestre.           Marta, em meio aos muitos afazeres, solicita a ajuda de sua irmã. A resposta afetuosa de Jesus a alerta para não se inquietar nem se agitar, embora seu gesto refletisse a delicadeza de uma amizade que jamais pensa ter feito o suficiente. Porém, julgando propícia a ocasião, Jesus a remete ao alimento essencial: à sua

Reflexão do Evangelho do dia 20 de Julho de 2013

Sábado – 20 de julho Mt 12, 14-21: Jesus é “o servo de Deus”                       Na interpretação da lei do sábado, Jesus coloca em causa não só a sua observância, mas a questão da vinda do Messias. Os fariseus esperavam um Messias glorioso e cheio de poder.  Por outro lado, os profetas o apresentavam humilde e perseguido. O profeta Isaías o descreve como o “Servo sofredor de Javé”. S. João Crisóstomo observa que “o testemunho de Isaias sobre Jesus é citado para aliviar o peso da hostilidade dos fariseus e, igualmente, revela que Ele deveria vir na humildade, trazendo paz”.           A figura do Servo sofredor assinala a importância de sua vida e de sua morte, pois ungido pelo Espírito de Amor e, em comunhão perfeita com Deus Pai, ele veio para oferecer a Redenção e a Salvação à humanidade. Nesse sentido, ele não só exerce uma atividade essencial para o futuro dos homens, mas, mais do que ninguém, representa-nos junto de Deus e, com seu testemunho, assegura-nos a visão e a a

Reflexão do Evangelho do dia 19 de Julho de 2013

Sexta-feira -19 de julho Mt 12, 1-8 - Colheita das espigas             “Jesus proclama o sábado da graça e da ressurreição eterna, e não o da Lei”, escreve S. Ambrósio. De fato, o “descanso sabático” era um tempo especial para recordar e celebrar a bondade de Deus e a de sua obra, a criação e a redenção. Dia colocado à parte para a oração. No entanto, em dia de sábado, os discípulos, com fome, arrancam espigas para comer, debulhando-as. Os escribas e fariseus ficam escandalizados. Não porque apanhavam as espigas, o que era permitido por lei, mas por o fazerem no sábado. Os evangelistas aproveitam esse episódio da vida de Jesus para revelar seu ser e sua missão.           O serviço do Templo pode dispensar os sacerdotes das exigências do Sábado. Exclama S. Hilário de Poitiers, “Jesus, é ele mesmo o Templo”. Portanto, com muito mais razão, os discípulos a serviço do Filho do Homem sentem-se dispensados de tais obrigações. Não se nega o valor do sábado. Ele continua assinalando q

Reflexão do Evangelho do dia 18 de Julho de 2013

Quinta-feira – 18 de julho Mt 11, 28-30: Vinde a mim todos os que estais cansados                     “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo”. Convite dirigido a todos, sem exclusivismo. A expressão “fardo” ou “jugo” era, aliás, muito empregada pelos judeus para exprimir a submissão a Deus. Assim, eles se referem ao fardo da lei, dos mandamentos e ao jugo do reino. No Evangelho, Jesus diz que o seu “jugo é suave”, o que para o leitor grego significa um jugo “bem ajustado”, “adequado”. As exigências que pesavam sobre a conduta religiosa e moral, isto é, as prescrições que provinham da Lei divina, dos oráculos proféticos, também das doutrinas dos mestres e das autoridades religiosas, seriam adequadas aos que buscavam a santidade de vida e se dispunham a seguir Jesus.           “Vinde a mim”, exclama Jesus, mostrando que o seu jugo ou fardo, antes de se traduzir em lei ou prescrições, é uma relação pessoal que se estabelece entre Ele e os discípulos.

Reflexão do Evangelho do dia 17 de Julho de 2013

Quarta-feira - 17 de julho Mt 11, 25-27 - Evangelho revelado aos simples “Pôs-se Jesus a dizer: ‘Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e doutores e as revelastes aos pequeninos’”. Os termos “céu e terra” designam, segundo S. Agostinho, toda a criação. Certamente, o orgulho intelectual, frieza de coração e o fanatismo fecham o homem para as coisas de Deus e de seu Reino. O orgulho, aliás, é a raiz de todos os vícios e exerce grande influência sobre nós, impelindo-nos ao pecado. Jesus contrasta o orgulho com a atitude de uma criança em sua simplicidade e humildade. O simples de coração vê sem pretensões, reconhece sua dependência de Deus e nele confia. As vocações de Davi e de Jeremias são dois exemplos, entre tantos outros, da predileção de Deus pelos pequenos e simples ou, ainda, dos que normalmente estavam excluídos dos planos de Deus e dos desígnios divinos a respeito do Povo eleito. Se Deus se opõe aos orgulhosos, aos humildes

Reflexão do Evangelho do dia 16 de Julho de 2013

Terça-feira – 16 de julho Mt 12, 46-50 - Os verdadeiros parentes de Jesus           O amor e o respeito de Jesus para com sua mãe e parentes são inquestionáveis. Maria e seus irmãos desejam vê-lo, mas a multidão que o rodeava era grande e eles não conseguem chegar até ele. Os discípulos notam a presença deles e avisam Jesus. Sem desprezar seus parentes, ele aproveita a ocasião para conduzir seus ouvintes ao essencial da sua missão: seu relacionamento com o Pai celestial. Por isso, elevando a voz, ele dirige-se a todos e fala-lhes da filiação divina. É a filiação espiritual, pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Maria não a desconhece. Já no milagre das bodas de Caná, contempla-se sua atitude confiante, pois, situando-se na ordem da fé, ela diz aos serventes: “Façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da mãe, e a nobreza da mãe na divindade do nascido”.         Jesus

Reflexão do Evangelho do dia 15 de Julho de 2013

Segunda-feira – 15 de julho Mt 10, 34-11,1: Jesus causa divisões                     Pasmos, ouvimos Jesus dizer: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada”. Contrariando a esperança messiânica de seu tempo, ele traz a paz que se estabelece, primeiramente, não entre os homens, mas sim entre Deus e os homens, provocando rupturas e divisões. É hora de decisão. Por isso, ele declara não ter vindo trazer a paz, mas a espada, pois sua mensagem e seus ensinamentos são fonte de julgamento, que poderá cortar, se for necessário, afetos familiares ou, no dizer de S. João Crisóstomo, “eliminar o que é doente e separar o que causa contraste e rebelião no nosso interior”.           No entanto, a primazia não deixa de ser a paz interior, que leva o cristão ao cume do bem e a imolar-se no “altar do coração” na oferta de sua vida a Deus, em benefício dos irmãos. Realiza-se a profecia de Miqueias, que denuncia a corrupção de seu tempo, em que os ministros de Deus

Reflexão do Evangelho do dia 14 de Julho de 2013

Domingo – 14 de julho Lc 10,25-37:  O maior mandamento   Jesus fala da primazia do amor, o que leva S. Agostinho a dizer que “todos os preceitos do amor são de tal natureza, que se o homem crê ter feito algo bom, mas sem caridade, ele totalmente se equivoca”. É a exigência de amar a Deus com toda a sua alma, com toda a sua mente, com toda a sua força. Orígenes reconhece que “amar ao Senhor não só é o maior mandamento, mas também o primeiro de todos”.  Da força do amor, proclama S. Basílio Magno, “emerge a morte às idolatrias do pecado”. “Na ordem do ser, ao orgulho, à vaidade, e, na ordem do ter, às posses materiais e honrarias”. É a renúncia aos falsos deuses que criamos ao longo de nossa vida. Mergulhados, então, no amor a Deus reconhecemos, reflete S. João Crisóstomo, que “a majestade de Deus se honra melhor com o serviço humilde ao próximo e não só com palavras”.  O amor a Deus expressa-se no amor ao próximo. Com efeito, o amor a Deus invade-nos de tal modo que é no seu

Reflexão do Evangelho do dia 13 de Julho de 2013

Sábado – 13 de julho Mt 10, 24-33 - Falar abertamente e sem temor                     Os discípulos são exortados a testemunhar o Evangelho, mesmo com o risco da própria vida. Porém, o Senhor os fortalece e os encoraja para se manterem firmes na fé e na alegria da esperança. Por isso, por quatro vezes o Senhor lhes repete: “Não tenhais medo”. Pois, à fidelidade dos discípulos na “confissão de fé” corresponderá a fidelidade de Jesus em reconhecê-los na glória celestial.           Logo após, Jesus descreve quatro antíteses, no desejo de fortalecê-los em sua missão apostólica. Diz ele: “Nada há de encoberto que não venha a ser revelado, oculto que não venha a ser conhecido”.  E continua o Mestre: “Tudo o que tiverdes dito às escuras, será ouvido à luz do dia, e o que houverdes falado aos ouvidos nos quartos, será proclamado sobre os telhados”.  Assim, o Evangelho, apreendido na intimidade do Cristo, será por eles anunciado (kerigma)  a todos e publicamente. Eles nada têm a temer.

Reflexão do Evangelho do dia 12 de Julho de 2013

Sexta-feira – 12 de julho Mt 10, 16-23: Os missionários serão perseguidos           Ao anunciar a perseguição a ser movida contra os discípulos pelo ódio de “todos por causa do seu nome”, ressoava ainda o alerta de Jesus: “Eis que vos envio como ovelhas entre lobos”. Palavras assustadoras, medrando receio e temor no coração dos Apóstolos. Jesus os compreende. Para animá-los e consolá-los, ele acrescenta a promessa da Salvação, imediatamente: “Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”. Ou ainda: “Pela vossa constância alcançareis a vossa salvação”. A Providência divina lhes é assegurada e o Senhor lhes dá a certeza de que, em meio às provações, graças à constância, a boa semente não deixará de dar frutos. Pois, comenta S. João Crisóstomo, o fato de Jesus “enviar seus discípulos, vestidos de uma só túnica, pés nus, sem levar sequer um bastão, demonstra o seu inefável poder”.           Perseguição, promessa de presen

Reflexão do Evangelho do dia 11 de Julho de 2013

Quinta-feira - 11 de julho Mt 10, 7-15 -  A missão dos Doze (II)                        Os Apóstolos deverão passar pelas cidades e aldeias de Israel, proclamando que “o Reino dos Céus está próximo”. Eis que se cumpre a resposta de Jesus aos enviados de João Batista: realiza-se o tempo da profecia messiânica. Jesus ordena aos seus Apóstolos: “Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel. Dirigindo-vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus está próximo”. Com ênfase, ele recomenda-lhes que não levem nada consigo, pois os quer livres de todo apego aos bens materiais e de toda preocupação em obter posses terrenas. Mas, nas areias áridas do desprendimento, suspirando por um refrigério, oásis de paz, eles miram nos horizontes o vulto do Senhor, que os proverá. “A glória deles, reflete S. Cirilo de Alexandria, não é a de não possuírem nada”. Mas a de se colocarem nas mãos divinas. Na renúncia, eles contemplam a aurora da alegria sobrenatural. E colocam-se no cumprimento

Reflexão do Evangelho do dia 09 de Julho de 2013

Terça-feira – 09 de julho Mt 9, 32-38: A cura de um endemoninhado                     Reportando-se aos sinais feitos pelos profetas Elias e Eliseu, o povo exclama: “Nunca se viu coisa semelhante em Israel!” O assombro dos que presenciam o milagre é o momento culminante das obras messiânicas, realizadas por Jesus, em sua missão pública. Anteriormente, o mesmo tinha acontecido em relação à sua pregação, em que todos ficaram admirados e exclamavam: “Ele fala com autoridade!” A cura do endemoninhado encerra o relato dos milagres de Jesus com um duplo julgamento: A revelação maravilhosa das obras de Jesus e a interpretação malévola, perpetrada por seus inimigos, que “descidos de Jerusalém” declaram: “É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios”. Por isso, há a exigência de um ato de fé, pois em ambas as situações, pregação e cura de enfermos, exprime-se um aspecto característico do poder de Jesus, distinguindo-o de alguns de seus contemporâneos, que praticavam a magia

Reflexão do Evangelho do dia 08 de Julho de 2013

Segunda-feira - 08 de julho Mt 9, 18-26: Cura da hemorroíssa e ressurreição da filha de Jairo                     Será que apresentamos ao Senhor, com fé e confiança, nossas dificuldades e angústias? Quem for ao Senhor, com confiança, jamais ficará desapontado. No Evangelho de hoje, Jesus transmite à mulher doente e ao pai angustiado consolo e conforto. Ele lê os corações e reconhece a fé que os anima e a esperança que os encoraja a se aproximarem dele. O que os move não são razões humanas, mas a confiança que nele depositam.  S. Agostinho nos diz que “a filha do chefe da Sinagoga significa o povo judeu, enquanto a hemorroíssa significa a Igreja provinda do paganismo”. S. Jerônimo confirma o mesmo significado ao lembrar que uma mulher, doente como ela, segundo a Lei, devia permanecer fora da cidade. “Ela se aproxima durante a viagem, enquanto o Senhor caminha, para ir acudir outra mulher. Por isso dizem os Apóstolos: Era primeiro a vós (judeus) que devíamos anunciar a palavra

Reflexão do Evangelho do dia 07 de Julho de 2013

Domingo – 07 de julho Lc 10, 1-9 – Missão dos setenta e dois Ao enviar os setenta e dois dos seus discípulos à missão, Jesus lhes apresenta o Reino de Deus como uma grande messe. A abrangência da missão é universal. Ela visa não só o povo de Israel, mas também os demais povos e nações. O objetivo é semear a Palavra de Deus no coração de todo ser humano. Colocado, justamente, no início da subida de Jesus a Jerusalém, esse episódio caracteriza a ação formadora do Senhor, no desejo de transmitir aos seus discípulos o fervor e o ardor missionários. Eles são seus continuadores. Do Senhor eles recebem a inspiração e a força para tornar a Igreja presente por toda parte, em sua intenção “católica”. Embora tal fato fosse se concretizar só após Pentecostes, já agora, na vida pública de Jesus, pode-se entrever a futura missão universal dos Apóstolos. Com efeito, observa Orígenes: “Não só os Doze Apóstolos pregaram a fé em Cristo, mas o Evangelho nos diz que outros setenta foram enviados

Reflexão do Evangelho do dia 06 de Julho de 2013

Sábado – 06 de julho Mt 9, 14-17: Discurso sobre o jejum           Os profetas insistem menos sobre a severidade do jejum e muito mais sobre a conduta justa e caritativa para com o próximo. No entanto, os discípulos de João Batista e os fariseus multiplicam jejuns e orações. Embora também Jesus jejue por quarenta dias, ele sugere uma mudança, senão um novo relacionamento com Deus e com o mundo. A voz dos profetas plenifica-se. Ele proclama, pelo seu jejum, que “o homem não vive só de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. E se os discípulos não jejuam é por uma razão bem precisa: sua presença entre eles.             Jesus é o esposo, descrito pelas Escrituras, e os discípulos são os amigos do noivo e participam da graça que salva. Agora, enquanto ele estiver no meio deles, eles não são obrigados a jejuar, pois como comenta S. Hilário, “este fato demonstra a alegria dos discípulos com a presença de Jesus”. Nesse período, não se há de jejuar, porque o Esposo está lá