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Mostrando postagens de junho, 2014

Reflexão do Evangelho de Mt 8,23-27 - Tempestade acalmada - Terça-feira 01 de Julho

Reflexão do Evangelho de Mt 8,23-27 - Tempestade acalmada Terça-feira 01 de Julho         Ventos e águas revoltas. No meio do lago, lá pela hora do crepúsculo, encontram-se Jesus e os discípulos numa barca, sacudida pelo vento, que fazem as ondas despencarem sobre eles. Os apóstolos, marinheiros de profissão, pressentem o perigo. Na popa, tomado pelo cansaço, Jesus dormia. Mas, a agitação das águas e o choque do barco contra as ondas não o perturbam. Apavorados, eles clamam pelo Mestre, que intrépido, de pé, coloca-se ante o vento e o mar, e grita: “Silêncio! Cala-te! ” À diferença do salmista ou de Jonas, que invocam o auxílio de Deus, Jesus age por Ele mesmo, o que suscita a exclamação dos Apóstolos: “Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem? ” Três séculos mais tarde, S. Atanásio declara: “Aquele que ordenou ao mar não era uma criatura, mas sim o Criador”.          Desde os primeiros séculos, os cristãos leem neste milagre a figura da Igreja. A tempestade e

Reflexão do Evangelho de Mt 8, 18-22 - Exigências da vocação apostólica - Segunda-feira 30 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 8, 18-22 - Exigências da vocação apostólica Segunda-feira – 30 de junho          As palavras de Jesus refletem o fascínio irresistível que Ele exercia sobre todos os que o escutavam falar do triunfo de Deus sobre o Reino das trevas, do pecado e do mal. Inclusive os fariseus e os escribas demonstravam grande respeito para com Ele, denominando-o rabi, Mestre. Ao seu redor, criou-se uma atmosfera de alegria e de amor. Ele era compassivo e misericordioso com os fracos e pecadores, mas exigente com os seus discípulos e seguidores, visando levá-los a superar o comodismo e a estarem prontos para acolher o poder de Deus. Com os hipócritas e vendilhões do Templo, Ele era duro e, por vezes, irônico: “Coam um mosquito e engolem um camelo”. Em todos os momentos, a simplicidade e a serenidade jamais lhe faltaram, o que permite Goethe dizer: “Todos os quatro Evangelhos transmitem um reflexo daquela grandeza espiritual, cuja fonte foi a própria pessoa do Cristo, ápi

Reflexão do Evangelho de Mt 16, 13-19 - Confissão de S. Pedro - Reflexão do Evangelho de Mt 16, 13-19 - Confissão de S. Pedro

Reflexão do Evangelho de Mt 16, 13-19 - Confissão de S. Pedro Domingo 29 de Junho          Na bela cidade de Cesareia, reedificada pelo tetrarca Felipe no ano 3-2 a.C, Jesus interroga seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou? ” A própria pergunta sugere um ponto de vista humano. A opinião popular identificava-o com um dos profetas do passado. “Disseram-lhe: uns afirmam que és João Batista, outros que és Elias, outros, ainda, que és Jeremias ou um dos profetas”. Voltando-se para os Apóstolos, Jesus pergunta: “E vós quem dizeis que eu sou? ” Eles pressentem, diz S. Hilário, que, “para além do que se via nele, havia algo mais”. A resposta decisiva e imediata, em nome de todos, é dada por Pedro. Não fundado em premissas puramente humanas, mas inspirado por Deus, ele proclama a sua natureza divina: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Profissão de fé, confirmada por Jesus: “Não foi carne ou sangue que te revelaram isto, e sim o meu Pai que está nos céus”. Por revelação do

Reflexão do Evangelho de Lc 2, 41-51 – Jesus entre os doutores - Sábado - 28 de Junho

Reflexão do Evangelho de Lc 2, 41-51 – Jesus entre os doutores Sábado - 28 de junho                   Cada ano, José ia a Jerusalém para a festa da Páscoa. Embora as mulheres não fossem obrigadas a ir, Maria, mulher de oração, amava estar no Templo para orar e participar das celebrações. “Quando o menino completou doze anos”, a maioridade segundo a Lei, Maria o levou consigo. A Praça do Templo regurgitava de peregrinos, que entoavam salmos e, alegres, louvavam ao Senhor. Terminados os festejos, José e Maria uniram-se à caravana que retornava a Nazaré. Após um dia de caminhada, ao darem-se conta de que o Menino não estava entre os parentes e amigos, imediatamente, “voltaram a Jerusalém à sua procura”. O coração deles pulsava forte, seus olhos corriam de um lado para outro, com dificuldade atravessavam a cidade ainda repleta de gente. O Menino, onde estaria Ele? Dirigem-se então ao Templo, lá os doutores e escribas costumavam prolongar-se em instruções e debates sobre a interpre

Reflexão do Evangelho de Mt 11, 25-30 - Evangelho revelado aos simples - Sexta-feira 27 de Junho

Reflexão do Evangelho de  Mt 11, 25-30 - Evangelho revelado aos simples Sexta-feira 27 de Junho          Pôs-se Jesus a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos”. Os termos “céu e terra” designam toda a criação, segundo observa Santo Agostinho. Certamente, o orgulho intelectual, a frieza de coração e o fanatismo fecham o homem para as coisas de Deus e de seu Reino. O orgulho, aliás, é a raiz de todos os vícios e exerce grande influência sobre nós, impelindo-nos ao pecado. Jesus contrasta o orgulho com a atitude de uma criança em sua simplicidade e humildade. O simples de coração vê sem pretensões, reconhece sua dependência de Deus e nele confia. As vocações de Davi e de Jeremias são dois exemplos, entre tantos outros, da predileção de Deus pelos pequenos e simples. Davi era um jovem pastor quando foi escolhido por Ele para ser rei de Israel. De origem camponesa, Jeremias não passava

Reflexão do Evangelho de Mt 7, 21-29 - Verdadeiros discípulos - Quinta-feira 26 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 7, 21-29 - Verdadeiros discípulos Quinta-feira 26 de Junho                   De modo solene, Jesus proclama: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus”. A fé é condição essencial à salvação. Por isso, o divino Mestre deseja conduzir os discípulos a uma fé autêntica, sedimentada no cumprimento da vontade do Pai e na prática do bem. Por conseguinte, quem diz Senhor, Senhor, se compromete a seguir Jesus e a viver de acordo com os seus ensinamentos. Uma vez redimido, o discípulo não permanece inativo, mas ele age e a sua vida confere respaldo e consistência à palavra, e ele então logra trilhar o caminho que o conduz à “glória” do Tabor. Ela não lhe é estranha, pois “por natureza, declara Orígenes, o homem é um templo de Deus, criado para acolher em si a glória de Deus”. Caso não houvesse essa correspondência, suas palavras seriam uma fala sem conteúdo, vazia

Reflexão do Evangelho de Mt 7, 15-20 - Os falsos profetas - Quarta-feira 25 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 7, 15-20 - Os falsos profetas Quarta-feira 25 de Junho             No Evangelho de hoje, Jesus nos diz: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes”. Com efeito, desde a Igreja nascente há verdadeiros e falsos apóstolos, profetas ligados à Igreja e pseudoprofetas, pois no campo do Evangelho, o joio procura seu espaço ao lado dos autênticos evangelizadores. Distingui-los, não é simples. Os pseudoprofetas demonstram fé e vida cristã, apenas aparentemente, mas penetram a Igreja sorrateiramente e buscam suplantar o trigo. A linha divisória só será traçada por Deus no fim dos tempos, agora, a desaprovação deles baseia-se nas consequências e nos efeitos de seus atos, pois neles não há coerência entre o aspecto externo e a sua natureza. Eles são como “lobos vorazes”. Nesse sentido, observa S. Hilário de Poitiers: “Muitos que se achegam, com palavras doces e com falsa mansidão, devem ser acolhidos

Reflexão do Evangelho de Lc 1, 57-66 - Natividade de S. João Batista - Terça-feira 24 de Junho

Reflexão do Evangelho de Lc 1, 57-66 - Natividade de S. João Batista Terça-feira 24 de Junho                    Último dos profetas do Antigo Testamento, João Batista tem por missão preparar a vinda de Jesus, nosso Salvador. Em seu próprio nascimento, no dizer de S. Efrem, ele já anuncia a vinda do Messias, “graças ao paralelo traçado pelo Evangelista S. Lucas entre João e Jesus”. Com vivo realismo, ele descreve a circuncisão de João, cerimônia de sua entrada na comunidade de Israel, marcada pela imposição do nome. Segundo a prática judaica, foi uma ocasião de regozijo e de festas, um grande acontecimento. Estavam reunidos, ao redor de Isabel e de Zacarias, os parentes e vizinhos, que comentavam o fato de terem ouvido dizer que algo extraordinário tinha sucedido: “Deus cumulara Isabel com a sua misericórdia”. E com ela se alegravam.          Era de praxe que o nome da criança refletisse a história da família. Por isso, grande foi o espanto de todos, quando Isabel disse que ele

Reflexão do Evangelho de Mt 7, 1-5 - Não julgueis para não serdes julgados - Segunda-feira 23 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 7, 1-5 - Não julgueis para não serdes julgados Segunda-feira 23 de Junho                     Muitos mestres em Israel pronunciaram-se contra o julgamento desfavorável do próximo, ato pelo qual lhe seria negada a salvação. Hilel recomenda: “Não julgues o teu próximo, enquanto não estiveres em seu lugar”. Nesse mesmo sentido, Jesus exorta seus discípulos: “Não julgueis para não serdes julgados”. A expressão evangélica “não julgueis” não se refere propriamente a um julgamento de valor; não indica se um ato é bom ou mal. Situa-se no nível espiritual para expressar um julgamento de alcance sobrenatural. Por isso, Jesus acrescenta imediatamente: “para não serdes julgados”, em que o verbo é um “passivo divino” e indica que o sujeito da ação é Deus e que a perspectiva aponta para o futuro. Em outras palavras, cada um de nós possui um espírito crítico, mas não nos pertence o direito de emitir um julgamento em nível eterno. Nenhuma criatura humana pode determin

Reflexão do Evangelho Mt 10, 26-33 - Jesus fala claramente aos Apóstolos - Domingo 22 de Junho

Reflexão do Evangelho Mt 10, 26-33 - Jesus fala claramente aos Apóstolos Domingo 22 de Junho          Diversas vezes Jesus fala de sua origem divina, mas não tão claramente como no Evangelho de hoje. Ao ouvi-lo, os Apóstolos exclamam: “Agora vemos que sabes tudo e não tens necessidade de que alguém te interrogue. Por isto cremos que saíste de Deus”.  Jesus fala abertamente e não por figuras ou metáforas, que se tornam supérfluas, uma vez que se aproxima a hora de sua despedida. Reconfortados com as suas palavras, os Apóstolos reconhecem no Mestre sua ciência divina e, pasmos diante de sua sabedoria, declaram: “Tu sabes tudo”. Jesus anuncia o Reino divino, sua vinda próxima, e atribui a si mesmo uma autoridade singular, pois só participarão do Reino os que o acolherem. Neste sentido, suas palavras são claras: “Portanto, todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele diante de meu Pai que está nos céus”.   Ao longo do caminho, Jesus conver

Reflexão do Evangelho de Mt 6, 24-34 - Deus e o dinheiro - Sábado 21 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 6, 24-34 - Deus e o dinheiro Sábado 21 de Junho                   Jesus não está à procura de servos, mas de irmãos ou de amigos que tenham por Ele um amor desinteressado. Espera deles uma decisão firme, livre e sincera. Certa feita, suas palavras tornaram-se mais incisivas e diretas. O discípulo vê-se diante da escolha entre Deus e o dinheiro, ele deve optar por um senhor ou por outro, pois “ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não se pode servir a Deus e ao dinheiro”. Caso não se decida, ele permanecerá ansioso e dividido no seu interior. Aliás, a palavra “ansiedade” significa “ter duas mentes” e reflete o fato de alguém sentir-se inseguro, inquieto e indeciso. Nesse caso, o medo o assalta e, em meio a dúvidas e incertezas, ainda que queira se submeter a Deus, o discípulo por vezes sucumbe e não deixa de alimentar o desejo de viver segundo os padrões de uma mentalidade mundana. Os contrastes se revezam e

Reflexão do Evangelho de Mt 6, 19-23 - O verdadeiro tesouro - Sexta-feira 20 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 6, 19-23 - O verdadeiro tesouro Sexta-feira 20 de Junho          Jesus falava do Reino de Deus não como uma realidade exterior a Deus, mas como presença de Deus agindo no meio de nós. O Reino é absolutamente superior a tudo o que é transitório e manifesta-se como força renovadora e redentora. O Reino é a próprio Jesus, plenitude da verdade e do amor, único capaz de saciar nosso desejo radical de plenitude e de realização última. Por conseguinte, o Reino não é estranho a nós, pois trazemos latente em nosso coração a lembrança nostálgica da felicidade e da alegria espiritual. Até as pessoas deformadas pelo pecado e penetradas pela malícia sentem atração pela bem-aventurança da terra prometida do Reino de Deus, descrito por Jesus como o verdadeiro tesouro no céu, “onde nem a traça, nem o caruncho destroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam”. Eis a alegria da salvação, isto é, da participação na vida feliz do Pai.          Tal alegria não concern

Reflexão do Evangelho de Jo 6, 51-58 - Festa de Corpus Christi - Quinta-feira – 19 de Junho

Reflexão do Evangelho de Jo 6, 51-58 - Festa de Corpus Christi Quinta-feira – 19 de junho                                      Na festa de Corpus Christi, do Corpo de Cristo, rendemos ação de graças a Jesus pela Quinta-feira santa. Na última Ceia, ele deixa aos seus discípulos o mais valioso presente, a Eucaristia. Nela reconhecemos sua presença real e verdadeira e o adoramos como o Salvador de todo o gênero humano. Ele é o verdadeiro Cordeiro, que realiza a Redenção da humanidade. Diz o Senhor: ”Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, eu nele. Assim como o Pai, que vive, enviou-me e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta vive

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 43-48 - Amor aos inimigos - Terça-feira17 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 43-48 - Amor aos inimigos Terça-feira17 de Junho          Oculto em sua humanidade, o Filho de Deus não só se dá a conhecer como “suprema epifania” do amor incomensurável de Deus, mas também nos inclui em sua vida humano-divina. Nele, amamos a Deus e, no mesmo amor concedido a nós por Ele, amamos o próximo. Eis a chave da nossa esperança, com a qual abrimos a porta do nosso coração para entrever o novo horizonte do povo de Israel, renovado por Jesus. Sem negar a afetividade (éros), força natural para o bem, vive-se o amor-doação (ágape), que confere asas à alma e a eleva ao belo e ao desejo da felicidade eterna. Com efeito, a comunhão em Deus, além de superar todas as fronteiras de raça e de preconceitos, torna o éros, força presente no coração humano, e o amor divino (ágape), conaturais à condição humana.          Por isso, sem qualquer receio, os primeiros cristãos proclamam a total compatibilidade do eros e do ágape, colocando-os no interior d

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 38 - 42 - Olho por olho e dente por dente - Segunda-feira 16 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 38 - 42 - Olho por olho e dente por dente Segunda-feira 16 de Junho          As palavras do Mestre: “amai os vossos inimigos”, soam aos ouvidos de seus contemporâneos como um apelo contra o sentimento de vingança, presente na lei do Talião, comum no mundo semítico antigo. Esta apresentava a fórmula brutal: Vida por vida, olho por olho. Mas desde Moisés, ela foi perdendo sua força, para significar que a compensação não deveria exceder ao dano causado. Agora, Jesus apresenta a justiça baseada em outros princípios e mostra que o principal objetivo da Lei é frear o ímpeto da vingança pessoal e levar à santidade de vida, embora “o referido preceito, observa S. Agostinho, já expresse perdoar um pouco e indique o início de uma justiça misericordiosa”.          Esse raio de luz, presente na antiga Lei, aponta para o esplendor da luz divina, o Filho de Deus encarnado, no qual se realiza a Lei da aliança, do Reino, que evidencia o amor-ágape, doação total.

Reflexão do Evangelho de Jo 3, 16-18 – Santíssima Trindade – Um só Deus em três Pessoas - Domingo – 15 de Junho

Reflexão do Evangelho de Jo 3, 16-18 – Santíssima Trindade – Um só Deus em três Pessoas Domingo – 15 de Junho      Desde a antiguidade grega, grande é o desejo de se chegar a Deus, fonte de felicidade. Persegue-se o ideal do Bem e do Belo, pelo qual o ser humano entra em contato com a realidade divina.  O mérito consiste em postular um ideal moral e em colocar a questão de Deus em termos existenciais, que impulsionam o homem a buscar Deus e, mesmo, a imitá-lo. No entanto, em tal visão filosófica, não se concebe a possibilidade de um diálogo com o Ser supremo.          Ao invés disso, na revelação divina da Bíblia, Deus se apresenta acessível e estabelece uma relação dialogal conosco. S. Basílio Magno fala de “um discurso do espírito com Deus” para designar a oração, diálogo entre Deus e o homem. Orígenes, grande teólogo, intui que este diálogo, realizado durante a peregrinação terrena, é participação do diálogo eterno “no céu” entre o Pai e o Filho no Espírito Santo. Deus é co

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 33-37 – Não perjurarás - Sábado – 14 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 33-37 – Não perjurarás Sábado – 14 de Junho Mais uma vez, Jesus propõe um segundo grupo de exemplos sobre a verdadeira justiça. Sua advertência tem por objetivo evitar dois modos de não corresponder ao juramento: o perjúrio, mentira redobrada, pois este consiste em tomar Deus como testemunha de algo que é falso; e a promessa ou o voto não cumprido. Quem comete um perjúrio está colocando Deus a serviço de uma mentira, pior ainda, tornando testemunha de uma mentira Aquele que é santo e verdadeiro. Certa feita, Jesus exorta os discípulos a serem sinceros e retos, de modo que o seu simples “sim” e “não” seja acatado como fidedigno diante de Deus e dos homens, pois só assim eles estarão exprimindo o que realmente pensam em seu coração. O uso desrespeitoso do nome de Deus implica uma usurpação do que pertence a Deus. Os fariseus reconhecem que o nome de Deus é santo, jamais podendo ser pronunciado para prestar um juramento. Esquecem-se, no entanto, que

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 27-32 - Não cometerás adultério - Sexta-feira -13 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 27-32 - Não cometerás adultério Sexta-feira -13 de Junho          Desde a antiguidade, são considerados importantes o respeito social e a defesa jurídica do matrimônio. Assim como o fato de matar é censurado por ser o homem “imagem de Deus”, igualmente o adultério é proscrito por ser Deus santo e por Ele querer que sejamos templos vivos do Espírito Santo. Natureza e graça não se opõem, mas, na união de ambas, o homem torna-se capaz de Deus. A lei não é ab-rogada, mas sim elevada. Portanto, impõe-se preservar, integralmente, a santidade do matrimônio, o que leva à afirmação do Senhor: “Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração”.          Ele condena o fato exterior, também o ato interno, mesmo que este não tenha efeitos externos, pois é do coração que provêm os maus pensamentos. O exterior e o interior, atos e pensamentos, o olhar e o coração deverão estar harmonizados, para que o homem

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 20-29 - A nova justiça é superior à antiga - Quinta-feira - 12 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 20-29 - A nova justiça é superior à antiga Quinta-feira - 12 de Junho Na cultura da época, a punição era dura e por vezes mais pesada do que a infração. Jesus situa-se em outra ordem e estabelece princípios, que inspirem os filhos de Deus a vencer o mal pelo bem e amar os próprios inimigos. Às proibições, Jesus antepõe a virtude do amor fraterno. Por isso, de modo enfático, Ele proclama: “Não matarás, aquele que matar terá de responder em juízo”. Para o Senhor, é impensável tirar, de modo voluntário, a vida de alguém, primariamente, pelo fato de ele estar agindo contra o próprio Deus, “à imagem e semelhança do qual” todo ser humano foi criado. S. Gregório de Nissa dirá que o ser humano é “imagem viva de Deus”, não apenas enquanto ser espiritual, mas também em seu ser corpóreo. No seu todo, como ser único e indiviso, ele é um retrato de Deus, de modo que, através de sua grandeza e dignidade, refletida de modo pleno em Jesus Cristo, pode-se entrever

Reflexão do Evangelho de Mt 10, 7-13 - A missão dos Doze - Quarta-feira 11 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 10, 7-13 - A missão dos Doze Quarta-feira 11 de Junho                     Um dia, Jesus participava de uma festa de casamento e, alertado por sua mãe, percebe o constrangimento do dono da casa, pois acabara o vinho. E para que o organizador da festa não se envergonhasse e os convivas não se entristecessem, Ele manifesta, pela primeira vez, o seu poder. O fato impressiona seus discípulos, que tinham deixado as redes sem hesitar para segui-lo. Mais tarde, Jesus escolhe dentre eles doze Apóstolos e os “envia a proclamar o Reino de Deus e a curar”. Com ênfase, recomenda-lhes que nada levem consigo, pois Ele os quer livres de todo apego aos bens materiais e de toda preocupação em obter posses terrenas. No entanto, nas areias áridas do desprendimento, suspirando por um refrigério, eles vislumbram no horizonte, num oásis de paz, o vulto do Senhor, que os proverá. “A glória deles, reflete S. Cirilo de Alexandria, não é a de não possuírem nada, mas a de se col

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 13-16 - Vós sois o sal da terra e a luz do mundo - Terça-feira 10 de Junho

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 13-16 - Vós sois o sal da terra e a luz do mundo Terça-feira 10 de Junho                             A Boa-Nova anunciada por Jesus é a mensagem de salvação, isto é, da participação de todos na glória eterna de Deus. Esta promessa, desejada por todo ser humano, só se realiza com uma condição: de ele não se fechar sobre si mesmo e que haja verdadeiros evangelizadores. Por isso, visando fazer seus discípulos compreenderem a importância da missão de transmitir os seus ensinamentos, Jesus utiliza imagens simples e populares, o sal e a luz.  O sal, valiosa mercadoria no mundo antigo, purifica, penetra e preserva os alimentos, mas, quando impuro, torna-se insípido e perde todo o seu valor e nada há que possa restituir o seu sabor. Se assim forem os Apóstolos, insípidos, também eles serão desdenhados pelo povo e suas palavras não terão força transformadora e o desespero tomará o lugar da esperança. Mas se forem como o sal puro, eles serão destinados a pur