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Feliz e abençoada Páscoa!

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                                                                                              No alto do monte das Oliveiras, Jesus ora. Não longe dele, “à distância de um arremesso de pedra”, os Apóstolos dormem. Já se ouvem, descendo de Jerusalém e subindo o monte, os passos dos soldados...   A morte é pressentida como iminente. Prostrado em terra, “Jesus ora com mais insistência ainda e o suor se lhe tornou semelhante a espessas gotas de sangue que caíam por terra”.   “Levantando-se, escreve Pascal, como que à procura de companhia e conforto da parte dos homens”, Jesus vai aos discípulos. Triste, aflito, espera pela solidariedade dos três Apóstolos: Pedro, Tiago e João, que, tomados pelo cansaço, se deixaram vencer pelo torpor do sono. Não os repreende, simplesmente lhes diz: “Dormi agora e repousai”.   Jesus sente-se só. E é sozinho que Ele enfrentará a sua hora.   Ao retornar à oração, dos seus lábios brotam murmúrios de uma alma aflita: “Abba, Pai, se possível afaste

Saudação de Natal

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  A todos, minha saudação fraterna e amiga!            Natal! Recordo-me de São Francisco de Assis, que desejava ardentemente reviver o mistério do nascimento de Jesus. Lá vai ele à pequena cidade de Greccio para se encontrar com seu amigo João. Pede-lhe algo surpreendente: que ele reproduzisse o ambiente do pequeno estábulo de Belém, onde Jesus tinha nascido. Diz-lhe: “Quero lembrar do Menino que nasceu em Belém, os apertos que passou e ver, com os próprios olhos, como ele ficou, reclinado no presépio, em cima da palha, entre o boi e o jumentinho”. Eis que nasce o primeiro presépio! Os sinos tocam, as pessoas da vizinhança se unem aos frades e com tochas iluminam a noite. De pé, ao lado   do presépio, Francisco canta o Evangelho; os frades entoam hinos e louvores, anunciando as maravilhas do Menino, o Messias, o Filho muito amado do Pai celestial, que, sendo Deus, eternamente Deus, nasceu da Virgem Maria. A emoção invade o coração de todos. Em uníssono, eles cantam: “Alegra

Ressurreição de Jesus – futuro antecipado

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  Ressurreição de Jesus – futuro antecipado                           Com a morte do Senhor, o desalento toma conta dos discípulos, que se perguntam: “Por que tinha Ele morrido de modo tão ignominioso, na flor da idade? Será que era, de fato, o Messias, o Salvador, em quem tinham acreditado?”. Mas eis que algumas mulheres, dentre elas Madalena, foram ao túmulo para homenageá-lo, e retornaram anunciando que lá nada tinham encontrado. Imediatamente, os dois Apóstolos, Pedro e João, correram ao local do sepultamento para verificar o que tinha acontecido. Felizes, voltaram dizendo que O tinham encontrado, não morto, mas ressuscitado ! Dirá São João Crisóstomo: “Ninguém chore pelos próprios pecados, porque o perdão emergiu do túmulo”.   Ressuscitado, Jesus traz a realidade da sua presença entre aqueles que lhe são fiéis. Porém, sua ressurreição não se encerra num determinado momento da vida dos discípulos; repercute, capacitando-os e fortalecendo-os para que, conscientes da presença do div

Celebração Pascal – 2021

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  Celebração Pascal – 2021           No monte das Oliveiras, Jesus ora. Não longe dele, “à distância de um arremesso de pedra”, os Apóstolos dormem. Já se ouvem, descendo de Jerusalém e subindo o monte, os passos dos soldados...   Prostrado em terra, “Jesus ora com mais insistência ainda e o suor se lhe tornou semelhante a espessas gotas de sangue que caíam por terra”. A morte é pressentida como iminente. Levantando-se, vai aos discípulos, como que à procura, escreve Pascal, “de companhia e conforto da parte dos homens”. Triste, aflito, espera pela solidariedade dos três Apóstolos: Pedro, Tiago e João, que, tomados pelo cansaço, se deixaram vencer pelo torpor do sono. Simplesmente lhes diz: “Dormi agora e repousai”.   Sente-se só. E é sozinho que Ele enfrentará a sua hora. Ao retornar à oração, dos seus lábios brotam murmúrios de uma alma aflita: “Abba, Pai, se possível afaste de mim este cálice”. Sente a fraqueza natural da morte, porém, ao contrário de Adão, Ele exclama: “P

Natal 2020

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  Reflexão Abençoado Natal – 2020                     Três anos antes de sua morte, no povoado de Greccio, desejoso de vivenciar o mistério do nascimento de Jesus, Francisco de Assis pede a um homem chamado João, que lhe tinha grande amizade, para preparar o ambiente da celebração. Dizia-lhe: “Quero lembrar do Menino que nasceu em Belém, os apertos que passou e ver, com os próprios olhos, como Ele ficou, reclinado no presépio, em cima da palha, entre o boi e o jumentinho”. No dia do Natal, tudo estava preparado. Eis o primeiro presépio! Os sinos tangem! Os irmãos, também homens e mulheres dos arredores, com tochas para iluminar a noite e recordar que o Menino, nascido em Belém, era a luz do mundo. Ao lado do presépio, de pé, Francisco canta o Evangelho, os frades entoam hinos e louvores, anunciando as maravilhas do Menino, o Messias, o Filho muito amado do Pai celestial, que, sem deixar de ser Deus, nasceu de Maria. Exclama Santo Agostinho: “Desperta, ó homem, por tua cau

Reflexão do Evangelho - Domingo, 25 de outubro

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  Reflexão do Evangelho Domingo, 25 de outubro Mt 22,34-40 - O maior mandamento     Alegria, caridade, tolerância e bondade, marcam a vinda do Senhor, “um Deus que se fez homem para que o homem se tornasse Deus” (Santo Atanásio). Sua humanidade não só é semelhante à nossa, é a mesma que está em nós, de tal modo que, graças a Ele, o “novo Adão”, nos é dada a possibilidade de alcançar a realização plena e perfeita.         Ao unir, de modo indivisível, num só mandamento: “Amar a Deus e ao próximo”, o Mestre indica uma forma de vida verdadeiramente “humana”. Mais do que um mandamento, inscrito em nosso coração, ele constitui alento esperançoso, esforço criador de uma nova vida. Aqui aparece a estrutura fundamental do ser humano. Irradiando e penetrando tudo, o mandamento do amor se manifesta em sua própria e misteriosa profundidade como fonte de unidade e de justiça, permitindo superar divisões e criar a pureza do coração. Sem deixar de amar a si mesmo, ele se sente interpel

O “Poverello” de Assis

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Reflexão O “Poverello” de Assis Domingo, 4 de outubro                                                           Nascido na cidade de Assis, na Úmbria, Itália, em 1181, membro de uma família abastada da burguesia, Francisco, em sua infância e adolescência, desfrutou dos privilégios de sua classe social. Pensava dedicar-se aos negócios do pai, comerciante de tecidos. Porém, imbuído de outros ideais, alistou-se no exército de Gualtieri de Brienne, que combatia pelo Papa. Acometido por uma doença, retirou-se da frente de combate e voltou a Assis, onde, num sonho revelador, ouviu o Senhor que lhe dizia: “Faz a tua doçura, das coisas amargas”. Sente-se renovado, uma nova criatura, ciente de que “é dando que se recebe, perdoando que se é perdoado”. E, deixando o lar, enrolado em pobres farrapos, pôs-se a cantar, imprimindo no coração dos irmãos, que o acompanhavam, a mística da “perfeita alegria”, serenidade interior, ainda que na perturbante pobreza e, mesmo, no momento da mort