Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2013

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 01 de Novembro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 01 de Novembro Lc 14, 1-6: Cura de um hidrópico            É sábado e Jesus “toma uma refeição na casa de um dos chefes dos fariseus”. Há um homem enfermo. Os olhares se voltam para Jesus, com intenções pouco fraternas e amigas, pois eles alimentam, em seus corações, o desejo de descobrir falhas e erros para acusá-lo e denegri-lo. Jesus não se sente intimidado. Sem hesitar, Ele toca o enfermo e o cura, provocando surpresa e repúdio. Seu gesto fala mais alto que qualquer palavra, e é compreendido por seus discípulos, levando-os a “reconhecer o sábado, sublinha S. Cirilo de Alexandria, como dia do sacrifício agradável a Deus”. Com efeito, realizado em dia de sábado, o milagre torna-se uma oferta “de suave e doce fragrância espiritual, apresentada ao Pai misericordioso, bom e pleno de amor”.          Os doutores da Lei percebem no fato ocorrido uma oportunidade estupenda para caluniá-lo. Mas Jesus não cede. Em sua sabedoria, Ele revela

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 31 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 31 de Outubro Lc 13, 31-35: Herodes, uma raposa                     Alguns fariseus aproximam-se de Jesus para avisá-lo que Herodes queria matá-lo. Destemidamente, ele se opõe ao tirano. Suas palavras assemelham-se a um apelo profético: “Ide dizer a esta raposa: Eis que eu expulso demônios e realizo curas hoje e amanhã e no terceiro dia vou terminar!” O título de raposa dado a Herodes sugere ser ele astuto e destrutivo, mas também falto de dignidade e de respeito. Apesar disso, sem temor, Jesus continua o seu caminho e sobe a Jerusalém na certeza de que lá estaria diante da morte. A hostilidade e a incompreensão adensavam-se ao seu redor. A esse respeito, deve ser retida a observação feita pelo evangelista São Lucas: “Parte e vai-te daqui, porque Herodes quer te matar”. Mantendo-se firme, Jesus reitera com clareza: “Não convém que um profeta pereça fora de Jerusalém”.            Mas antes de entrar na cidade, contemplando-a, Jesus

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 30 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 30 de Outubro Lc 13, 22-30: A porta estreita            “São poucos os que se salvam?” Quem se salvará? São perguntas feitas a Jesus. Sua resposta mostra que o mais importante não é saber quantos entrarão no reino de Deus, mas é decidir-se por Deus. Por isso, responde-lhes: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão”. S. Cirilo de Alexandria observa que o interlocutor “queria saber se seriam poucos os que se salvariam, mas Jesus lhe fala da estrada que conduz à salvação”. O Senhor reporta-se ao essencial: a opção necessária para entrar pela porta estreita. Nesse sentido, os Santos Padres dizem estar Ele indicando a “porta do céu”, que só pode ser transposta por uma fé firme em Deus e uma moralidade isenta de mácula. De fato, esta é “a nossa porta”, presente no sonho de Jacó, embora invisível aos nossos olhos, que se abre para o átrio divino.            S. Jerônimo no

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 29 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 29 de Outubro Lc 13,18-21: A parábola do grão de mostarda e a do fermento                      O Senhor fala em parábolas, breves histórias, para que as pessoas de boa vontade possam melhor compreendê-lo. Ele compara o Reino de Deus a um grão de mostarda e ao fermento colocado na farinha para fermentá-la. Faz-nos compreender, no dizer de S. Jerônimo, que “os fiéis recebem o grão da pregação e se nutrem com a fé, fazendo com que o pequeno grão germine e cresça no campo de seus corações”. O grão torna-se uma árvore frondosa, “a tal ponto”, diz Jesus, “que as aves dos céus se abrigam nos seus ramos”. S. Hilário de Poitiers comenta: “As aves do céu, que se aninham entre os ramos da árvore, são os Apóstolos, os quais se dividem e se espalham a partir do poder de Jesus”. Por eles, a Palavra de Deus é anunciada e chega a todos os corações. O mesmo irá dizer S. João Crisóstomo, em relação à parábola do fermento, que leveda a massa: “Como o le

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 28 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 28 de Outubro Lc 6, 12-19: Escolha dos Apóstolos            Logo no início de sua vida pública, Jesus escolhe doze apóstolos entre os seus discípulos. Eles serão a base da Igreja por ele instituída. São Lucas descreve nestes versículos a escolha desses homens antes de o Senhor proferir o Sermão da Montanha, carta magna da vida cristã. Naquela importante ocasião, Jesus, como nos momentos mais significativos da sua vida, retira-se para orar. Escreve Santo Ambrósio: “Ele não pede ao Pai por ele, mas ele julga oportuno suplicar ao Pai por nós como nosso advogado”.          Dentre os discípulos, ele escolhe Doze, aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando neles toda a sua confiança. “Apóstolo”, palavra grega, cujo significado é “enviado”, tem o sentido de missionário e também de delegado ou representante. “Quem vos escuta, a mim escuta”, diz o Mestre. E é como representante do Pai, enviado de Deus e primeiro “Apóstolo”, que Jesus se

Reflexão do Evangelho de Domingo - 27 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Domingo - 27 de Outubro Lc 18, 9-14: O fariseu e o publicano                   Uma dupla ilusão inebriava os fariseus. Aos seus próprios olhos, eles se julgavam justos, e “assim queriam ser considerados pelos homens”, vendo nisso motivo de ufanar-se e de gloriar-se diante de todos. Esqueciam que tudo provém de Deus e que a graça não é posse do homem, mas coberto pelo véu da vaidade e do orgulho, o coração deles tornava-se denso e escuro. Não olhavam para Deus, pois não precisavam dele e, negando a honra que lhe é devida, ofendiam a justiça.            O antídoto para este mal é indicado por Jesus: a humildade. O humilde reconhece que tudo é gratuitamente dado por Deus e de seu coração brota uma prece, fruto de sua confiança em Deus, em cuja misericórdia ele é justificado.    Para exemplificar, Ele conta a parábola do fariseu e do publicano. Com presunção, o fariseu se vangloria de tudo quanto foi realizado por ele. Distancia-se do arrependimento

Reflexão do Evangelho de Sábado – 26 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 26 de Outubro Lc 13, 1-9: Convite à conversão                    No Evangelho de hoje, Jesus refere-se a um dos incidentes ocorridos com seus ouvintes judeus. Pilatos perpetrara um crime no próprio Templo profanando o lugar sagrado de adoração a Deus. Jesus aproveita esse fato para lançar um convite à conversão. Conta-lhes uma parábola ensejando despertar os discípulos para o fato de que ainda resta algum tempo, embora limitado, para “produzir dignos frutos de penitência”. Convoca-os à renovação de vida. É a parábola da figueira estéril, na qual ele destaca o “tempo da visita”, tempo de sua presença, caminho para ir a Deus. Não podemos nos demorar, pois o tempo já praticamente passou. Nossa resposta deverá ser imediata e incondicional. A figueira, diz Santo Agostinho, está significando o gênero humano, convocado por Jesus a uma vida nova, no amor e na misericórdia de Deus. Na parábola, após três anos, não encontrando nenhum fruto, o vit

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 25 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 25 de Outubro Lc 12, 54-59: Discernir os sinais dos tempos                     Jesus dirige-se “à multidão” dos ouvintes, que está admirada e não sabe discernir o significado de sua vinda, momento essencial do plano divino, e os convida, observa S. Basílio Magno, “a reconhecer a natureza do tempo presente, através dos sinais reveladores da Escritura, e a conformar a Ele as suas ações”. É a última chance oferecida à humanidade para aceder à salvação. É o Ano de graça, proclamado por Jesus em sua pregação inaugural em Nazaré, que permite ao homem passar de um conhecimento, talvez abstrato de Deus, a um encontro pessoal, à comunhão viva com Ele. À constante pergunta dos judeus, também dos Apóstolos, para que ele confirmasse ser o Cristo ou mostrasse o Pai, sua resposta é o silêncio. Urge sim discernir os sinais do tempo. Deus não dá ordens, Ele lança convites: “E quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. O homem pode se fechar à graça divina e d

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 24 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 24 de Outubro Lc 12, 49-53 - Jesus diante de sua Paixão (sinal de contradição)          No Evangelho de hoje, eleva-se a voz de Jesus ao proclamar: “Eu vim trazer fogo à terra, e como desejaria que já estivesse aceso!” Não o fogo vingador ou o fogo da Geena, da condenação, mas o fogo já anunciado por S. João Batista, o fogo do batismo que nos permite renascer para uma nova vida. Aliás, fogo e batismo fluem juntos. João Batista anunciava: “Virá aquele que vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3,16). Comenta S. Cirilo de Alexandria: “Este fogo é a salvífica mensagem do Evangelho e o poder dos seus ensinamentos. O Evangelho inflama todos nós sobre a terra, levando-nos a uma vida de piedade e tornando-nos fervorosos no espírito”. É belíssima a consideração de S. Ambrósio, quando exclama: “O Senhor Jesus enviou este fogo à terra: desde então brilhou a fé, se acendeu a devoção, se iluminou a caridade e resplandeceu a justiça”. As

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 23 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 23 de Outubro Lc 12, 39-48: Vigiai, pois o Senhor não tarda a vir.                   O Senhor oferece-nos o maior tesouro que podemos imaginar: seu Reino de paz e de justiça. Por Reino compreende-se não um espaço circunscrito, mas a própria pessoa de Jesus. Ele é a presença do Reino entre nós e em nós, segundo suas próprias palavras. O grande escritor do IIIº século, Orígenes, ao comentar o Pai-Nosso, diz: “quem reza pela vinda do Reino de Deus, reza sem dúvida pelo Reino de Deus que ele já leva em si mesmo, e pede para que ele produza frutos e para que chegue à sua plenitude”.   E se nós quisermos que o seu Reino esteja em nós, “o pecado não pode nos dominar e Deus deve passear em nós como num paraíso espiritual”. Em nossos corações, ele exerce seu poder e triunfa sobre o pecado e sobre todo mal.          O discípulo estará então preparado para a segunda vinda do Senhor, ocasião em que seu Reino será estabelecido definitivamente.

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 22 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 22 de Outubro Lc 12, 35-38: Prontidão para o retorno do Mestre                   O Senhor deseja que todos estejam espiritualmente preparados para a vinda do Filho do Homem. Para melhor compreender o seu desejo, Jesus conta a parábola do “retorno do senhor” após a festa de núpcias. Deus, na figura do esposo, oferece “aos que o esperam” o maior tesouro, seu Reino de paz e de justiça. Eles, porém, correm o risco de perdê-lo, caso não se preparem devidamente para a sua vinda. Sob esta ótica, é que a parábola deve ser interpretada. A expressão trazer “lâmpadas acesas”, segundo S. Agostinho, significa manter-se vigilante mediante a prática das boas obras, e a frase: “ter os rins cingidos”, cuidadosa instrução dada a Moisés e a Aarão no tocante à Páscoa, para S. Agostinho lembra a imagem da continência, entendida como disposição virtuosa de quem se orienta de acordo com a reta razão, não se deixando guiar pelos movimentos impetuosos das pa

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 21 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 21 de Outubro Lc 12, 13-21: Não ajuntar tesouros            Embora recuse ser o mediador na questão de herança entre dois irmãos, Jesus não deixa de aproveitar a ocasião para elevar o espírito de seus interlocutores e fazê-los passar dos interesses temporais ao “tesouro” eterno no Reino dos céus. Alertando contra a excessiva preocupação com os bens deste mundo, ele lhes recomenda: “Precavei-vos cuidadosamente de qualquer cupidez, pois, mesmo na abundância, a vida do homem não é assegurada por seus bens”. De fato, escreve S. Agostinho, “a cupidez divide, a caridade reúne todas as pessoas”. Por isso, S. Ambrósio, com um sabor de crítica, observa: “O que se deveria buscar é a herança da imortalidade, não a do dinheiro, e assim jamais se deveria chamar Jesus para fazer tal divisão”.   Para ilustrar o seu pensamento, Jesus conta a parábola do rico, cuja terra tinha produzido muitos frutos. “Ele, então, refletia: Que hei de fazer? Não

Reflexão do Evangelho de Domingo – 20 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Domingo – 20 de Outubro Lc 18, 1-8: O juiz iníquo e a viúva importuna          Após a parábola do amigo importuno, Jesus conta aos apóstolos a parábola do juiz iníquo, ao qual uma pobre viúva recorre, clamando por justiça. O juiz mostra-se indiferente, surdo a Deus e aos homens. Mas farto de ser importunado pela viúva, que “lhe causava fastio”, ele finalmente a atendeu. Com muito maior razão, pergunta Jesus, “não faria Deus justiça a seus eleitos que clamam a Ele dia e noite, mesmo que os faça esperar?” Certamente Deus atenderá às súplicas de seus filhos.          Visando despertar nos discípulos a perseverança na oração, sugerida na introdução da parábola, Jesus descreve os insistentes rogos da viúva. Caso eles procedam do mesmo modo, a prece deles será acolhida pelo coração amoroso do Justo por excelência, Deus, o divino Juiz. Ainda que retarde, seu julgamento não deixará de acontecer. Mesmo que, no presente momento, eles tenham de suportar a

Reflexão do Evangelho de Sábado - 19 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 19 de Outubro Lc 12, 8-12: Confessar o nome de Jesus                   Dirigindo-se aos Apóstolos, diz Jesus: “Todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, o Filho do Homem também se declarará por ele diante dos anjos de Deus”. Assegura-lhes que “se conduzidos às sinagogas, perante os principados e as autoridades”, eles não deverão se preocupar “com o que se defender, nem com o que dizer: naquele momento, o Espírito Santo lhes ensinará o que dizer”. Aliás, toda esta passagem gravita em torno do testemunho dado pelos Apóstolos: confessar ou negar o nome de Jesus. O modo como irão proceder terá repercussão no julgamento final. Assim, quem não reconhece o seu nome perante os homens, o Filho do homem também o negará perante os anjos de Deus. Palavras animadoras e, ao mesmo tempo, assustadoras! A expressão grega, normalmente traduzida por “negar-se ao serviço de Cristo”, significa literalmente “negar, dizer não”. Do mesmo modo, a “

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 18 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 18 de Outubro Lc 10, 1- 9: Missão dos setenta e dois (Festa de São Lucas)                      Ao enviar os setenta e dois dos seus discípulos à missão, Jesus lhes apresenta o Reino de Deus como uma grande messe. A abrangência da missão é universal. Ela visa não só o povo de Israel, mas também os demais povos e nações. O objetivo é semear a Palavra de Deus no coração de todo ser humano. Colocado, justamente, no início da subida de Jesus a Jerusalém, esse episódio caracteriza a ação formadora do Senhor, no desejo de transmitir aos seus discípulos o fervor e o ardor missionários. Eles são seus continuadores. Do Senhor eles recebem a inspiração e a força para tornar a Igreja presente por toda parte, em sua intenção “católica”. Embora tal fato fosse se concretizar só após Pentecostes, já agora, na vida pública de Jesus, pode-se entrever a futura missão universal dos Apóstolos. Com efeito, observa Orígenes: “Não só os Doze Apóstolos pr

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira -- 17 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira -- 17 de Outubro Lc 11, 47-54: Ai de vós fariseus (III)            Os fariseus cumprem a Lei com escrupulosa exatidão, indo ao extremo de pagar o “dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças”. No entanto, negligenciam as exigências da caridade e da justiça para com os pobres e desvalidos. Exteriormente, comportam-se de modo exemplar, mas, interiormente, estão distantes e afastados do verdadeiro cumprimento da Lei dada por Deus a Moisés. De um lado um rigorismo exagerado, do outro lado descuido e omissão.          Jesus refere-se, muitas vezes, à Lei, no desejo de que ela seja cumprida em seu verdadeiro sentido e em todas as suas exigências. Em seus lábios ressoam as palavras dos profetas apregoando o direito, a misericórdia e a fidelidade, evidenciando não ter Ele vindo para abolir a Lei, mas sim para observá-la: “Importa praticar estas coisas, mas sem omitir aquelas”. De fato, Ele urge a prática do mandamento do amor a Deus

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 16 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 16 de Outubro Lc 11, 42-46: Contra os fariseus e escribas (II)                                               Normalmente, as prescrições da Lei orientam-se para a prática da caridade, beneficiando, sobretudo, aquele que a pratica. Já os profetas insistiam a respeito da atitude interior, necessária para que as ações do homem fossem agradáveis a Deus. Aliás, justiça, misericórdia e fidelidade, destacadas na Lei, forjam um espírito sereno e equânime naquele que deseja caminhar humildemente para Deus. No seu modo de viver e em sua pregação, Jesus reporta-se aos ensinamentos dos profetas, desejando levar seus ouvintes à união com o Pai, retidão da perfeição. Também os escribas e fariseus. Por isso, ele exorta, direta e fortemente, os líderes religiosos de seu tempo, chamando-os de cegos e hipócritas, visando conduzi-los, segundo as palavras de S. Cirilo de Alexandria, “à prática de julgar, reta e impecavelmente, seus semelhantes sem aband

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 15 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 15 de Outubro Lc 11, 37-41: Contra os fariseus e escribas                   A responsabilidade de uma ação sempre nos leva a refletir sobre o fato ocorrido ou o dado exterior e o conhecimento das circunstâncias ou as consequências do ato. Estas podem ser ou não nefastas e prejudiciais.   Jesus admoesta os fariseus, lembrando que se o homem é considerado responsável por uma palavra casual, sem graves consequências, tanto mais ele o será por todas as palavras injuriosas e prejudiciais, como as blasfêmias proferidas por eles. Assim, eles são exortados a assumirem responsavelmente suas palavras e atos, no nível subjetivo de suas intenções, pois a prática externa para nada vale sem a observância interior. Por isso, voltando-se para eles, Jesus exclama: “Ai de vós fariseus, purificais o exterior do corpo e do prato, e por dentro estais cheios de rapina e de perversidade!” A expressão “ai” não exprime propriamente uma condenação, mas a dor o

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 14 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 14 de Outubro Lc 11, 29-32: O sinal de Jonas                    Os escribas e fariseus não confiam nas palavras de Jesus e não o reconhecem como o Filho de Deus. Fecham-se em sua incredulidade. Apesar disso, pedem-lhe um sinal do alto. Na paciência do amor, ele indica o profeta Jonas como o prenúncio de sua morte e ressurreição e o povo de Nínive como figura do novo Povo de Deus. O fato de os fariseus e escribas pedirem um sinal pode corresponder a um simples costume judaico, visando autenticar a pregação de um mensageiro de Deus. Mas antes mesmo de o ouvirem, um julgamento prévio é emitido: suas obras, dizem eles, proveem do demônio. Compreende-se, então, a resposta dura e severa de Jesus, comparando-os a uma geração adúltera e perversa. Jesus não os força. Fruto da graça divina, a fé descerra os olhos do coração e os abre à contemplação de Deus. A fé não tolhe a liberdade humana, pois cabe a cada um recusá-la ou acolhê-la. Ela

Reflexão do Evangelho de Domingo – 13 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Domingo – 13 de Outubro Lc 17, 11-19: A cura dos dez leprosos            Estando a caminho de Jerusalém, dez hansenianos aproximam-se de Jesus e, supreendentemente, dão-lhe o título de Mestre, utilizado unicamente pelos que pertenciam ao círculo dos discípulos. Diante desse fato, os Santos Padres assinalam que aqueles homens não só sofriam de um mal físico, mas também de uma enfermidade espiritual. Rejeitados, sentiam-se como “ovelhas sem pastor”. Mas grande é a ternura de Jesus. Antes mesmo de eles serem curados e purificados, Jesus os envia ao Templo para se apresentarem ao sacerdote, a fim de serem reintegrados na vida da comunidade. S. Cirilo de Alexandria observa que “eles foram dar testemunho aos sacerdotes, os guias dos judeus, sempre invejosos do seu poder. De modo maravilhoso e acima de suas esperanças, eles testemunham o fato de terem sido livres da sua desgraça e sido curados pelo querer de Cristo”. Todos são curados, mas um só retorn

Reflexão do Evangelho de Sábado – 12 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 12 de Outubro Jo 2, 1-11: Bodas de Caná                   Jesus, Maria e os discípulos encontravam-se, como convidados, nas bodas de Caná, festa que costumava durar normalmente sete dias. Durante as comemorações, o vinho, bebida comum naquele tempo, vem a faltar. Ao vinho liga-se o simbolismo da amizade, do amor e da alegria. Eis que, em meio à festa, não há mais vinho para oferecer aos convidados. Seus organizadores entreolham-se, mostram-se preocupados e constrangidos. O fato é notado por Maria, a Mãe de Jesus, o qual não tinha realizado, ainda, nenhum milagre. Sentindo o embaraço deles, ela vai ao seu filho e suas palavras soam como um apelo, discreto, porém, bastante tocante. Diz ela a Jesus: “Eles não têm vinho”.          A resposta de Jesus, literalmente, “o que há entre mim e ti”, longe de significar uma ruptura, tem um sentido religioso e, mesmo, místico. Naquele instante, com esta expressão, Jesus revela a função de Maria em sua

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 11 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 11 de Outubro Lc 11, 15-26: Jesus e Beelzebu (calúnias dos fariseus)                   O Senhor assegura-nos a sua proteção espiritual. Os milagres realizados por Ele ultrapassam o poder do homem, levando à conclusão: ou se crê em Jesus como “vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a este poder, que os escribas, descidos de Jerusalém, se referem ao dizer: “É por Beelzebu, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.          O título Beelzebu liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus. Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poder