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Mostrando postagens de julho, 2015

Reflexão do Evangelho de Domingo 02 de agosto

Reflexão do Evangelho de Domingo 02 de agosto Jo 6, 24-35 - Jesus em Cafarnaum         Jesus e os Apóstolos entram na cidade de Cafarnaum, “ Caphar ” que significa campo, “ naum ” consolação ou formoso.  A pregação de Jesus não é uma palavra abstrata ou simplesmente informativa. Por isso, ao ouvi-lo, muitos ficaram “extasiados, pois ensinava com autoridade ( ecsousia ) e não como os escribas”. “Ele ensinava, observa S. Jerônimo, como Senhor, não se apoiando em outra autoridade superior, mas a partir de si mesmo”. Justamente por essa razão, os escribas, que vieram de Jerusalém, o acusam de falta de respeito pela “tradição dos pais” e contestam o direito de Ele se contrapor à Lei. Sábio, manso, cheio de amor, Jesus não os rebate, nem se justifica.   Ademais, pasmos, os escribas ouvem a multidão, proveniente de Tiberíades, narrar com entusiasmo o milagre da multiplicação dos pães e perguntar a Jesus, com certa familiaridade: “Rabi, quando chegaste aqui? ” Sua resposta não é menos

Reflexão do Evangelho de Sábado 01 de agosto

Reflexão do Evangelho de Sábado 01 de agosto Mt 14, 1-12 - Morte de João Batista         O Evangelho de São Marcos, de onde foi retirada a citação acima, relata a morte de João Batista como uma espécie de prelúdio à missão redentora de Jesus. Ele é apresentado como precursor do Cristo por sua morte, como o foi por sua pregação. Muitos cristãos chegam a apontar semelhanças entre os dois. Ambos foram profetas e ambos testemunharam a verdade, ao preço de sua própria vida. João Batista foi assassinado por ordem de Herodes, e Jesus, depois de ser entregue a Pôncio Pilatos por seus adversários, morreu na cruz. Quantos seguiram Jesus no martírio, fortalecidos em seus corações pelo amor a Deus e por sua verdade! João Batista preferiu afrontar o ódio do rei, em vez de negar os mandamentos de Deus apenas para adulá-lo. Embora aconselhado por João a deixar o pecado do adultério, porque Herodes vivia em concubinato com a mulher do próprio irmão, o rei preferiu livrar-se do homem que o adv

Reflexão do Evangelho Sexta-feira 31 de julho

Reflexão do Evangelho Sexta-feira 31 de julho Mt 13, 54-58 - Jesus em Nazaré                 Jesus encontra-se na sinagoga de sua cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados por Ele. Jesus perscruta os corações. Percebendo a incredulidade enraizada no coração dos ouvintes, no desejo de tocá-los e levá-los à conversão, diz que nenhum profeta é ouvido em sua própria terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras duras e enérgicas. Para espanto deles, segundo S. Marcos, Ele acrescenta que os gentios demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel, e exemplifica: Elias foi enviado a uma viúva, em Sarepta, na região da Sidônia, enquanto tantas outras viviam em Israel e, no tempo do profeta Eliseu, “havia muitos leprosos em Israel, todavia, nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naamã”. Suas palavras despertam a indignação dos seus conterrâneos, que ju

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 30 de julho

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 30 de julho Mt 13, 47-53 - A parábola da rede         Jesus deseja preservar os Apóstolos do que Ele denominava “fermento dos fariseus”, partidários de uma observância meticulosa da Lei e dos ritos. Suas palavras mostram o perigo que os Apóstolos corriam de imitá-los, enveredando-se pelo labirinto das interpretações casuísticas. A seguir, ao falar da parábola da rede, Ele os remete às cenas da pesca no lago, tão familiares a todos eles. Refere-se à rede de arrastão, que recolhe todos os tipos de peixes. Os peixes bons são colocados nos cestos e os que não eram comestíveis ou os que, por não terem escamas, eram considerados impuros pelos judeus observantes, eram lançados fora. Muitos veem nesta parábola uma alusão ao fim dos tempos ou ao juízo final.   No entanto, o objetivo de Jesus não é descrever sistemas apocalípticos, mas realçar a importância de viver bem o momento presente. Seus ensinamentos situam-se no quadro do pacto que Deus es

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 29 de julho

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 29 de julho Jo 11, 19-27 - Ressurreição de Lázaro - Marta Alguns amigos da Judeia trouxeram a notícia de que Lázaro estava gravemente enfermo. Apesar de os Apóstolos temerem voltar para lá, onde os judeus tinham procurado apedrejá-lo, Jesus volta-se para os Apóstolos e diz: “Vamos lá”! A cada passo de seu itinerário, Jesus traduz esperança e vida nova. Ao chegar a Betânia, Ele sente, pulsando no coração de Marta e Maria, refletido em suas lágrimas, o drama pela morte do irmão. Para reanimar e conduzir Marta a uma fé mais vigorosa, após algumas palavras delicadas e esperançosas, Ele lhe diz: “Teu irmão ressuscitará”. Ao ouvi-lo, sem ter entendido bem o que Ele dizia, ela simplesmente faz uma profissão de fé: “Sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia! ” Indubitavelmente, ela crê que o seu irmão ressuscitará no último dia, porém, o Mestre vai além, sugere algo mais. Crer na ressurreição é acolher o segredo da verdadeira e intermi

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 28 de julho

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 28 de julho Mt 13, 36-43 - Semente boa e má         Às voltas com a discussão sobre o fim dos tempos, os fariseus indagam Jesus sobre o Reino de Deus. “O Reino de Deus, diz Ele, não vem de maneira visível, não se pode dizer ‘Ei-lo aqui’, ou Ei-lo ali’... porque o Reino de Deus está próximo, está dentro de vós”. E conta-lhes então uma parábola: “O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo” e quer ele durma, quer esteja acordado, de noite e de dia, a semente germina e cresce. Mas “enquanto dormiam, veio o inimigo e semeou o joio no meio do trigo e foi-se embora”.          É a parábola do joio. O semeador é o próprio Jesus, que se apresenta como representante do Reino e do juízo divino (v.40), e também como senhor da colheita (v.41). A boa semente são os que pertencem ao Reino de Deus e dão bom fruto; o joio são os filhos do maligno ou aqueles que não acolhem a mensagem de salvação; a colheita expressa o fim do

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 27 de julho

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 27 de julho Mt 13, 31-35 - As parábolas do grão de mostarda e do fermento         Através de breves histórias, as parábolas, o Senhor fala às pessoas de boa vontade. Nesse sentido, Ele compara o crescimento da vida espiritual ao processo lento e progressivo de maturação na natureza, dando como exemplos o grão de mostarda e o fermento colocado na farinha para fermentá-la. Palavras simples e acessíveis para dispor os ouvintes, diz S. Jerônimo, “a receber o grão da pregação da Palavra e a se nutrir com a fé, de modo que o pequeno grão germine e cresça no campo de seus corações”. Nas margens do mar de Genesaré, seus ouvintes veem, diante de si, um arbusto de três metros de altura. O pequeno grão tornou-se uma árvore frondosa, com bela ramagem e fortes galhos, “a tal ponto que as aves dos céus se abrigam em seus ramos”. As aves simbolizam, no dizer de S. Hilário de Poitiers, “os Apóstolos, os quais se dividem e se espalham a partir do poder de

Reflexão do Evangelho de Domingo 26 de julho

Reflexão do Evangelho de Domingo 26 de julho Jo 6, 1-15 - Multiplicação dos pães (primeira)                 O capítulo sexto tem um significado todo especial no Evangelho de S. João. Jesus acaba de atravessar o lago da Galileia, subindo a um alto monte com seus Apóstolos. Atraída por sua fama e por “causa dos sinais que ele operava nos doentes”, uma grande multidão o acompanha. Quem os visse andando, por entre aquelas colinas áridas, pensaria estar diante de um novo Moisés, conduzindo o povo pelas estradas da liberdade. Falando com as pessoas e tocando-as, mais uma vez, Jesus “sentiu compaixão delas”.  Se elas estão em busca de sinais, Jesus, ao invés, quer que elas ultrapassem o aspecto miraculoso e portentoso dos milagres, para alcançar a verdadeira fé. Sua ação revela a presença de Deus e a misericórdia divina, presente no mundo.         A noite se aproxima e o Senhor nota que a hora vai avançada. “Levantando os olhos, pergunta a Filipe: ‘Onde compraremos pão para alimentá-

Reflexão do Evangelho de Sábado 25 de julho

Reflexão do Evangelho de Sábado 25 de julho Mt 20, 20-28 – Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu                 A expectativa era grande. Os Apóstolos aguardavam a qualquer momento a manifestação do Reino de Deus. Com um olhar sereno, porém triste, Jesus fala de sua morte e ressurreição: “O Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos escribas; eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios..., e três dias depois ressuscitará”. Absorvidos em seus pensamentos de glória, os discípulos não o entenderam bem. Dois deles, Tiago e João, filhos de Zebedeu, pressentem em suas palavras o anúncio da iminência da realização messiânica. Então a mãe deles, num gesto de simplicidade e humildade, pede ao Mestre que conceda aos seus filhos, “sentar um à direita e outro à esquerda” em seu Reino. Não é a primeira nem a última vez que o Evangelho sublinha o desejo de precedência. Há uma ambição a ser corrigida. Olhando para eles, pergunta-lhes Jesus: “Podeis beber o cálice qu

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 24 de julho

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 24 de julho Mt 13, 18-23 - Parábola do semeador           Na introdução à parábola do semeador, o evangelista fala-nos que Jesus “saindo de casa, sentou-se junto ao mar”. Sugere a ideia de que, tendo sido enviado pelo Pai, Jesus saiu de junto de Deus para vir ao mundo e semear a boa semente da misericórdia e do amor. No entanto, lançada em terra, de acordo com a qualidade de cada terreno, a semente não encontrará o mesmo destino.               Enquanto semeava, “uma parte cai à beira do caminho”, terreno “pisado pelos pés de todos”. “Grão pronto a ser levado pelos pássaros, que são os espíritos imundos”, comenta S. Cirilo de Jerusalém. Outra parte, “cai em lugares pedregosos”, onde há pouca terra, “a fé é superficial, evanescente. Logo sucumbe à tribulação ou à perseguição, por causa da Palavra”. Por não terem raízes, elas secaram. Há as que caíram entre os espinhos, que representam, segundo S. Jerônimo, “os corações dos que se tornam escra

Reflexão do Evangelho de Quinta feira 23 de julho

Reflexão do Evangelho de Quinta feira 23 de julho Mt 13, 10-17 - Jesus fala em parábolas                 Aos poucos ia Jesus manifestando aos seus discípulos, através de parábolas, um modo novo de enxergar a vida, para eles totalmente inusitado. As parábolas são breves histórias, que denunciam, por meios bastante simples, como o fermento e a semente, a ação de Deus na vida dos que acolhem o feliz anúncio de salvação, isto é, da comunhão íntima com o Pai. Elas destacam a iniciativa de Deus e os resultados da graça divina, que são extraordinários. Assim de uma forma discreta e humilde, Jesus falava da instalação do Reino de Deus e da presença mística do seu amor, que derruba qualquer obstáculo e confere vida nova aos que se convertem e vivem a comunhão fraterna.            No entanto, por colocarem a realidade espiritual no mesmo plano de suas ambições precárias e frágeis, “nem todos, escreve S. João Crisóstomo, obtêm a graça de conhecer os mistérios do Reino”. Por isso, ao fala

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 22 de julho

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 22 de julho Jo 20,1-2.11-18 Aparição às santas mulheres e a Maria Madalena                 João Batista pregava só quando um grupo de pessoas se reunia ao seu redor, Jesus, por sua vez, vai ao encontro das pessoas, peregrinando de cidade em cidade. Numa vida itinerante, Ele ia às cidades e aldeias e sua voz era ouvida nas sinagogas e no Templo; noutras ocasiões, Ele falava às multidões, reunidas em lugares desertos ou sobre belas colinas e mesmo à beira do lago de Genesaré. Acompanham-no os Apóstolos, fiéis seguidores, e as santas mulheres que os serviam com os seus bens. Elas mostravam-se silenciosas, de grande afabilidade e generosidade, exprimindo, assim, seu agradecimento pelo muito que tinham recebido do Senhor. Após o sepultamento do Mestre, as mulheres serão as primeiras a irem ao túmulo para lhe prestar homenagem. Chegando, veem a pedra retirada e debruçando sobre o túmulo, constatam que estava vazio. À sua entrada, guardando o rec

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 21 de julho

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 21 de julho Mt 12, 46-50 - Os verdadeiros parentes de Jesus         A multidão é grande. A mãe de Jesus e seus parentes estão fora e desejam vê-lo. Os discípulos notam a presença deles e avisam o Mestre, que, sem desprezá-los, aproveita a ocasião para salientar o essencial de sua missão: o cumprimento da vontade do Pai. Jesus dá grande valor à família espiritual, núcleo de uma família mais extensa e numerosa, que se reúne ao seu redor. Voltando-se então para seus discípulos, com voz mais forte, fala-lhes da pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Aliás, fé manifestada por Maria, no início de sua vida pública, na pequena cidade de Caná, durante uma festa de casamento. Nessa feita, após notar o constrangimento dos organizadores da festa por causa da falta de vinho, revelando serena confiança em seu Filho, ela diz aos serventes: “façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do n

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 20 de julho

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 20 de julho Mt 12, 38-42 O sinal de Jonas                 Atenta, a multidão ouvia Jesus falar que o amor a Deus e aos homens era mais importante do que as múltiplas tradições e prescrições, estabelecidas pelos fariseus e escribas. Em sua incredulidade, estes o rejeitavam e deixavam transparecer certa aversão por Ele, o que bem podia refletir uma ponta de inveja, porque até então eles se tinham como único padrão e critério da verdade e da ortodoxia. Não obstante isso, eles lhe pedem um sinal do alto.         A resposta de Jesus, calma e desafiadora, remete-os ao profeta Jonas, que Ele apresenta como figura de sua morte e ressurreição. O povo de Nínive, descrito em seu processo de penitência e conversão, simboliza o povo libertado por Deus. A resposta de Jesus é imediata. Fitando-os, sem titubear, Ele os compara a uma geração adúltera e perversa. Os olhos deles se enchem de espanto e, indignados, resmungam: “Não é possível. Essas palavras

Reflexão do Evangelho de Domingo 19 de julho

Reflexão do Evangelho de Domingo 19 de julho Mc 6, 30-34 – Urgência da missão                A multidão proveniente de diversas cidades segue Jesus, não permitindo que Ele e os Apóstolos tenham sossego e consigam cultivar o recolhimento e o silêncio, dedicando-se à meditação. Embora deseje uma formação mais particular dos Apóstolos, Jesus não se sente incomodado ou perturbado com os que vêm ao seu encontro, pois aqueles que o procuram parecem movidos mais por uma pobreza interior do que por uma fé esclarecida. São como ovelhas sem pastor.          Vendo-os, Jesus “ficou tomado de compaixão por eles”. Evidencia-se aqui a origem da missão apostólica: o coração misericordioso de Jesus, que “veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos”. Assim como outrora Deus libertou Israel da escravidão e dele fizera “seu povo”, Jesus congrega “os filhos dispersos da Terra”, sobre os quais resplandece a soberania de Deus, que é sempre fiel à sua aliança.      

Reflexão do Evangelho de Sábado 18 de julho

Reflexão do Evangelho de Sábado 18 de julho Mt 12, 14-21 - Jesus é “o servo de Deus”                   Após ter curado um homem que tinha uma das mãos paralisada, e isso no dia de sábado, os adversários de Jesus decidem levá-lo à morte. O Evangelista S. Mateus cita então o profeta Isaías, que descreve o Messias como o “Servo sofredor de Javé”. “Não só, como observa S. João Crisóstomo, para aliviar o peso da hostilidade dos fariseus, mas também para revelar que Ele devia vir na humildade, trazendo paz”. A humildade aparece então como disponibilidade total, terreno no interior do qual floresce o amor de Jesus pela humanidade. O Servidor humilhado, em sua compaixão redentora e salvadora, apagará a injustiça não só do povo escolhido, mas também das nações distantes que não conheceram o Pai. Assim, na figura do Servo sofredor, os Evangelhos falam de um Messias humilde e perseguido que, ungido pelo Espírito Santo e em comunhão perfeita com Deus Pai, imerge deliberadamente na históri

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 17 de julho

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 17 de julho Mt 12, 1-8 - A colheita das espigas  O Sábado encerra o ritmo sacro da semana com um dia de encontro cultual e de repouso para todos, escravos e livres. Ele é, particularmente, um dia reservado à oração e à meditação, alimentos necessários à alma, e também ocasião para celebrar a bondade de Deus e a grandeza de sua obra criadora. Mas havia aqueles que o consideravam de modo muito estrito, e exigiam a sua observância em todo seu rigor. Estes são os escribas e fariseus, que ficam escandalizados quando veem os discípulos de Jesus, movidos pela fome, desrespeitar o sábado, colhendo milho para comer.   Diante do protesto dos fariseus, Jesus pergunta-lhes: “Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros, como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição?” Ora, um dos rituais do Templo na época de Jesus era o dos doze pães da proposição, colocados no altar e substituídos todos os sábados por outros

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 16 de julho

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 16 de julho Mt 12, 46-50 - Os verdadeiros parentes de Jesus         A multidão é grande. A mãe de Jesus e seus parentes estão fora e desejam vê-lo. Os discípulos notam a presença deles e avisam o Mestre, que, sem desprezá-los, aproveita a ocasião para salientar o essencial de sua missão: o cumprimento da vontade do Pai. Jesus dá grande valor à família espiritual, núcleo de uma família mais extensa e numerosa, que se reúne ao seu redor. Voltando-se então para seus discípulos, com voz mais forte, fala-lhes da pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Aliás, fé manifestada por Maria, no início de sua vida pública, na pequena cidade de Caná, durante uma festa de casamento. Nessa feita, após notar o constrangimento dos organizadores da festa por causa da falta de vinho, revelando serena confiança em seu Filho, ela diz aos serventes: “façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 15 de julho

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 15 de julho Mt 11, 25-27 - Evangelho revelado aos simples          Pôs-se Jesus a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos”. Os termos “céu e terra” designam toda a criação, segundo observa Santo Agostinho. Certamente, o orgulho intelectual, a frieza de coração e o fanatismo fecham o homem para as coisas de Deus e de seu Reino. O orgulho, aliás, é a raiz de todos os vícios e exerce grande influência sobre nós, impelindo-nos ao pecado. Jesus contrasta o orgulho com a atitude de uma criança em sua simplicidade e humildade. O simples de coração vê sem pretensões, reconhece sua dependência de Deus e nele confia. As vocações de Davi e de Jeremias são dois exemplos, entre tantos outros, da predileção de Deus pelos pequenos e simples. Davi era um jovem pastor quando foi escolhido por Ele para ser rei de Israel. De origem camponesa, Jeremias não passava

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 14 de julho

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 14 de julho Mt 11, 20-24: Ai de ti, Corazim!          Fatos prodigiosos foram realizados em Corazim e Betsaida sem, no entanto, suscitar em seus habitantes a consciência de culpa e, por conseguinte, o reconhecimento do pecado e de sua situação real diante de Deus. Eles não se sentem responsáveis e, muito menos, sujeitos a uma punição pelo mau uso da liberdade. Em sua inesgotável paciência, Jesus dirige-lhes um forte apelo à conversão. Não obstante, eles permanecem surdos e impenetráveis às suas palavras. Não creem nele. Por isso, destaca Santo Hilário de Poitiers: “Apesar de os cegos verem, os surdos ouvirem, os paralíticos caminharem, os mortos ressuscitarem, eles não foram despertados à fé”. Rejeitam não só a pregação dos Apóstolos, enviados em missão, mas as próprias palavras de Jesus. A indiferença é grande.          Na tentativa de levá-los à fé e a abrirem seus corações à misericórdia divina, Jesus refere-se às cidades de Tiro e Sidôn

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 13 de julho

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 13 de julho Mt 10, 34-11,1 - Jesus causa divisões                   Pasmos, ouvimos as palavras de Jesus: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada”. Na realidade, Jesus leva uma vida itinerante, não vagueando pelo mundo ao léu, sem saber o que o aguardava. Com objetivos claros, Ele segue um desígnio e de modo lúcido, em perfeita comunhão com o Pai, quer realizá-lo. A firmeza das palavras e a clareza dos seus ensinamentos mostram a vontade de cumprir uma missão, anunciada como presença eficaz da misericórdia divina. Mensagem que fascinava seus seguidores, mas, ao mesmo tempo, os inquietava por prenunciar igualmente salvação e juízo, representados por uma espada de duplo fio a separar os que acolhem e os que rejeitam o reino de Deus, que já se realiza com a sua vinda.  Assim as palavras de Jesus assustam e enchem de medo os discípulos, pois eles compreendem que aquela é a hora de decisão, cada vez mais manifes

Reflexão do Evangelho de Domingo 12 de julho

Reflexão do Evangelho de Domingo 12 de julho Mc 6,7-13 - A missão dos Doze (recomendações para a missão)                     Jesus escolheu dentre seus discípulos doze Apóstolos e os envia “a proclamar o Reino de Deus e a curar”. É essencial ao Apóstolo ser um enviado, um delegado, que exerce seu ministério em nome de Cristo, que os reveste de sua própria autoridade. S. Hilário comenta que “em Adão, eles tinham sido criados à imagem e semelhança de Deus; agora eles recebem a imagem e semelhança de Cristo”. Já dizia o Apóstolo S. Paulo à comunidade de Corinto: “Em nome de Cristo exercemos a função de embaixadores e por nosso intermédio é Deus mesmo que vos exorta” (2Cor 5,20). Ultrapassar ou deturpar os poderes assim confiados seria abuso de confiança, ou traição.          E recomendou-lhes “que nada levassem para o caminho: nem pão, nem alforje, nem dinheiro no cinto, apenas um cajado”. O Mestre os quer livres e disponíveis, sem preocupações, com inteira confiança na Providênc

Reflexão do Evangelho de Sábado 11 de julho

Reflexão do Evangelho – Sábado 11 de julho Mt 10, 24-33 - Falar abertamente e sem temor                   Após exortar os discípulos a testemunhar o Evangelho, com o risco da própria vida, Jesus repete por quatro vezes: “Não tenhais medo”. Sem jamais titubear, eles deverão manter-se firmes na fé e na alegria da esperança, pois a fidelidade deles na “confissão de fé” corresponderá à fidelidade de Jesus em reconhecê-los na glória celestial.          A seguir, visando fortalecê-los em sua missão apostólica, o Mestre descreve quatro antíteses, cujo objetivo é inculcar-lhes a certeza de que a verdade acabará prevalecendo, pois “nada há de encoberto que não venha a ser revelado, oculto que não venha a ser conhecido”. Ademais, o que lhes foi ensinado na intimidade da vida apostólica, eles irão proclamar, com força e sem temor, a todos e publicamente. Eles nada têm a temer. O mesmo se diga dos sofrimentos suportados na sombra dos calabouços ou das salas de tortura, pois, graças à prom

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira10 de julho

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 10 de julho Mt 10, 16-23 - Os missionários serão perseguidos          Os discípulos não deveriam alimentar ilusões: a missão que Jesus lhes confiava teria momentos de alegria e de convivência com aqueles que acolheriam a sua mensagem, mas também momentos de perseguição e de ódio por causa do seu nome. Na realidade, por proclamarem a mesma mensagem que Ele, com palavras e ações, eles deveriam estar preparados para receber igual reação dos seus inimigos. Ao contrário do bem, o mal não deixa de ser violento. Daí suas palavras de alerta: “Eis que vos envio como ovelhas entre lobos”.              Certamente, até os discípulos mais corajosos tremeram diante das palavras do Mestre. Mas para consolá-los, Jesus assegura-lhes que não os abandonará. E não só. Ele lhes enviará o Espírito Santo, que haverá de sugerir-lhes o que devem dizer em sua defesa. Em outras palavras, é necessário não se preocupar, mas sim permanecer sereno e pronto para afrontar

Reflexão do Evangelho de quarta 08 de junho e quinta-feira 09 de julho

Reflexão do Evangelho de quarta 08 de junho e quinta-feira 09 de julho Mt 10, 1-15 - A missão dos Doze                     Um dia, Jesus participava de uma festa de casamento e, alertado por sua mãe, percebe o constrangimento do dono da casa. Tinha acabado o vinho, e para que o organizador da festa não se envergonhasse, Ele manifesta, pela primeira vez, o seu poder. O fato impressiona vivamente seus discípulos, que tinham deixado as redes para segui-lo. Mais tarde, Jesus escolhe dentre eles doze Apóstolos e os “envia a proclamar o Reino de Deus e a curar”. Com ênfase, recomenda-lhes que nada levem consigo, pois Ele os quer livres de todo apego aos bens materiais e de toda preocupação em obter posses terrenas. A partir daquele dia, eles viverão desapegados de tudo, sem preocupações como os pássaros do céu. No entanto, nas areias áridas do desprendimento e da renúncia, suspirando por um refrigério, eles vislumbram no horizonte, num oásis de paz, o vulto do Senhor, que os proverá

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 07 de Julho

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 07 de Julho Mt 9, 32-38 -  A cura de um endemoninhado                   Com a cura do endemoninhado, encerra-se a descrição das obras e dos milagres de Jesus. Destaca-se também a malévola interpretação de seus inimigos, que “vieram de Jerusalém”, enviados pelos guardiões da Lei de Moisés, preocupados com a ortodoxia e o fato de o povo simples acolher os seus ensinamentos. Fechados em suas convicções, eles não medem esforços para salvaguardar a tradição e encontrar razões para explicar o que acontecia, chegando mesmo a alegar que Ele expulsava os demônios de comum acordo com o “príncipe deles”, Beelzebu. Apesar disso, sua fama se espalhava por toda parte e Ele era seguido por uma multidão de pessoas.         Para Jesus, cada pessoa é preciosa aos seus olhos. Em contraste com alguns de seus contemporâneos, que praticavam a magia e se declaravam capazes de exorcizar, Ele utiliza o poder de sua palavra para mostrar abertamente a todos o rosto de

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 06 de Julho

Reflexão do Evangelho Mt 9,18-26 - Cura da hemorroíssa e ressurreição da filha de Jairo Segunda-feira 06 de Julho               Levado pelas pessoas que se acotovelam ao seu redor, Jesus pergunta aos Apóstolos: Quem me tocou? Como saber? No entanto, ao ouvir a pergunta, uma mulher, assustada, se prostra aos seus pés e confessa ter sido ela. Ela tinha se aproximado dele por detrás e tocado a orla de suas vestes, pois dizia consigo: “Será bastante que eu toque a sua veste e ficarei curada”. Fazia doze anos que ela sofria de um fluxo de sangue. As palavras de Jesus àquela mulher: “ânimo, minha filha, tua fé te salvou”, chegam também ao nosso coração, consolam-nos e despertam em nós profunda confiança, pois o dom de Deus nos acompanha, pela vida afora, e a ele se associa a presença de um amor incondicional. No meio do vivaz burburinho da multidão, a mulher, libertada e agradecida, afasta-se em paz. “O poder de Jesus, escreve S. Hilário, é tão infinito, tão liberal, que a obra da

Reflexão do Evangelho - Domingo 05 de Julho

Reflexão do Evangelho Mc 6, 1-6 - Jesus em Nazaré Domingo 05 de Julho               Jesus encontra-se na sinagoga de sua cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados por Ele. Jesus perscruta os corações. Percebendo a incredulidade enraizada no coração dos ouvintes, no desejo de tocá-los e levá-los à conversão, diz que nenhum profeta é ouvido em sua própria terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras duras e enérgicas. Para espanto deles, Ele acrescenta que os gentios demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel, e exemplifica: Elias foi enviado a uma viúva, em Sarepta, na região da Sidônia, enquanto tantas outras viviam em Israel e, no tempo do profeta Eliseu, “havia muitos leprosos em Israel, todavia, nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naamã”. Suas palavras despertam a indignação dos seus conterrâneos, que julgavam os gentios, isto é,