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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Reflexão do Evangelho de Domingo - 02 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho de Domingo -  02 de Fevereiro Lc  2, 22-32 Apresentação do Senhor no Templo                   As palavras iniciais, “concluídos os dias da sua purificação”, são uma proposição circunstancial, utilizada pelo Evangelista para mostrar a conformidade legal da Sagrada Família e, ao mesmo tempo, para anunciar aquele que “veio para cumprir a Lei e os profetas”. O cumprimento não se limita à observância material da Lei, pois, nestas palavras, condensam-se todos os momentos da história salvadora. Em Jesus a Lei encontra seu verdadeiro sentido, “segundo o Espírito”, que inspirou profeticamente Moisés. “Levaram-no a Jerusalém para apresentar ao Senhor”. O pequeno menino, nos braços de sua mãe, é levado ao Templo e o antigo Israel de esperança, Simeão, “toma-o em seus braços”.  Momento solene, esse Menino é a glória de Israel e presença da luz e salvação para as nações, cujo preâmbulo é a sua apresentação no Templo. Exclama S. Sofrônio: “Corramos ao encontro do Senho

Reflexão do Evangelho de Sábado – 01 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 01 de Fevereiro Mc 4, 35-41: Tempestade acalmada                  Ventos e águas revoltas. No meio do lago, encontram-se Jesus e os discípulos numa barca, sacudida pelo vento, que fazem as ondas despencarem sobre eles. Os apóstolos, marinheiros de profissão, pressentem o perigo. Na popa, Jesus dormia. Apavorados, eles clamam pelo Mestre, que intrépido, de pé, coloca-se ante o vento e o mar, que, imediatamente, se acalmam. À diferença do salmista ou de Jonas, que invocam o auxílio de Deus, Jesus age por ele mesmo, o que suscita a exclamação dos Apóstolos: “Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” Três séculos mais tarde, S. Atanásio declara: “Aquele que ordenou ao mar não era uma criatura, mas sim o Criador”.          Desde os primeiros séculos, os cristãos leem neste milagre a figura da Igreja. A tempestade e as ondas em reboliço lembram a violência da morte do Senhor e as turbulências pelas quais a Igreja há de passar ao lon

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 31 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 31 de Janeiro Mc 4, 26-34: Parábola da semente que germina por si só                    Em todas as parábolas do Reino, Jesus destaca que a iniciativa é sempre de Deus.  Apesar de que os meios sugeridos sejam bem simples: fermento, semente, os resultados são extraordinários. A propósito, comenta S. Ambrósio: “O Reino cresce em silêncio com os bons pensamentos humanos” e, nesse mesmo sentido, S. Gregório Magno fala da semente, que semeada no coração, “permite-nos conceber bons desejos”. “O seu crescimento é constante: no início, quando começamos a fazer o bem, somos ainda erva, mas quando progredimos na prática do bem, crescemos e chegamos a ser espigas. Finalmente, já sólidos na prática do bem, alcançamos a perfeição e, como espigas, seremos grãos maduros”.           Contando parábolas, Jesus sugere aos seus discípulos a forma discreta e humilde de como se instalará o Reino de Deus ou a sua realeza sobre o mundo. Deus já está presente ent

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 30 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 30 de Janeiro Mc 4, 21-25: Como receber e transmitir a mensagem de Jesus          Se o pecado é “o sonho da alma”, a vida espiritual é o crescimento na graça e na luz divina. Por isso, para transmitir a mensagem do Reino de Deus, Jesus emprega a imagem da luz ou da lâmpada, bastante familiar ao precursor João Batista, também a Ele, que permanece oculto sob a humildade de sua “carne” e de sua Palavra. Aliás, no mundo antigo a lâmpada tinha uma função muito mais importante do que em nossos dias. Para os judeus a luz exprime a beleza interior do homem e é reflexo da glória de Deus, manifestação de sua bondade e verdade. O salmo (104,2) a descreve como a vestimenta em que Deus se envolve e “a sua palavra é a lâmpada que guia os nossos passos”. Em sua benevolência, Jesus ilumina, com sua luz sem ocaso, sem mudança, jamais eclipsada, as trevas de nossa vida, comunicando alegria e paz. Ele é a luz que brilha nos corações dos que creem em sua pa

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 29 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 29 de Janeiro Mc 4, 1-20 – Parábola do semeador            Na introdução à parábola do semeador, o evangelista fala-nos que Jesus saindo de casa, sentou-se junto ao mar, sugerindo a ideia da vinda de Jesus ao mundo, “para estar, pela sua Encarnação, mais próximo a nós” (S. João Crisóstomo). No início da parábola, Ele volta a dizer: “Saiu o semeador a semear”, referindo-se a Jesus, que veio lançar a semente da Palavra em nossos corações para que ela penetre e crie raízes, dando muitos frutos. S. Cirilo de Alexandria insiste que “Jesus é o verdadeiro Semeador, que comunica a nós, terra boa, a boa semente da Palavra e cuja messe são os frutos espirituais”.             É a aventura da semente no terreno dos corações humanos. A intenção principal da parábola é justamente salientar o destino da semente, que, proveniente do alto, germina de acordo com a qualidade de cada terreno. Assim, “uma parte foi lançada à beira do caminho”, terreno “pisad

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 28 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 28 de Janeiro Mc 3, 31-35 - Os verdadeiros parentes de Jesus          O amor e o respeito de Jesus para com sua mãe e parentes são inquestionáveis. Maria e seus irmãos desejam vê-lo, mas a multidão que o rodeava era grande e eles não conseguem chegar até ele. Os discípulos notam a presença deles e avisam Jesus. Sem desprezar seus parentes, ele aproveita a ocasião para conduzir seus ouvintes ao essencial da sua missão: seu relacionamento com o Pai celestial. Por isso, elevando a voz, ele dirige-se a todos e fala-lhes da filiação divina. É a filiação espiritual, pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Maria não a desconhece. Já no milagre das bodas de Caná, contempla-se sua atitude confiante, pois se situando na ordem da fé, ela diz aos serventes: “Façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da mãe, e a nobreza da mãe na divindade do na

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 27 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 27 de Janeiro Mc 3, 22-30 - Jesus e Beelzebu (calúnias dos fariseus)                   O Senhor assegura-nos a sua proteção espiritual. Os milagres realizados por Ele ultrapassam o poder do homem, levando à conclusão: ou se crê em Jesus como “vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a este poder, que os escribas, descidos de Jerusalém, se referem ao dizer: “É por Beelzebu, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.          O título Beelzebu liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus. Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá sub

Reflexão do Evangelho de Domingo – 26 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Domingo – 26 de Janeiro Mt 4, 12-17. 23-25: Retorno à Galileia                   Após a tentação no deserto, S. Mateus anuncia o início da obra messiânica com a pregação de Jesus na cidade de Cafarnaum, tida pelo profeta Isaias como a região que “viu uma grande luz”. Desde o início, ao falar às multidões, Jesus declara que o Reino de Deus não era só iminente, mas que ele era já uma realidade no meio deles. São conhecidas as suas palavras: “O Reino de Deus está no meio de vós”, e não como alguns estudiosos traduziram por “em vós” ou “em vossa interioridade”. De certa maneira, o Reino já está lá no meio de nós, o que ressalta a importância da pregação de Jesus como manifestação decisiva da intervenção divina. A adesão do homem é dada pela fé, que, congregando-nos em torno de Jesus, será partilhada pelas nações, pois todos são chamados por Deus “ao seu Reino e à sua glória” (1Ti 2,12).          Ao contrário de João Batista, que via a irrupção do Reino d

Reflexão do Evangelho de Sábado – 25 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 25 de Janeiro Mc 16, 15-18 – Festa da conversão de S. Paulo          O Novo Testamento narra a conversão do Apóstolo S. Paulo, às portas da cidade de Damasco. A graça divina, que agiu ao longo de sua vida, tem nesse momento seu ponto culminante. Discípulo de Gamaliel, célebre fariseu, perseguidor da jovem Igreja, Paulo inesperadamente se converte e se torna o grande missionário do Evangelho. Seu chamado é por ele interpretado como dom gratuito do Senhor, não resultante dos seus trabalhos e obras, mas fruto do amor e da benevolência divina. Ele fala da ação amorosa de Deus e a descreve presente em sua vida desde o seio materno (Gal 1,15). Em meio aos Apóstolos, a figura de Paulo se eleva vigorosa, em sua atuação, e firme, em suas convicções, sem demonstrar qualquer temor ao que poderia resultar de sua conversão. De fato, a experiência de Damasco marca-o profundamente. É encontro com Cristo, momento em que a graça divina, poderosa e suave, penetra

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 24 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 24 de Janeiro Mc 3, 13-19 - Escolha dos Apóstolos          Logo no início de sua vida pública, Jesus escolhe doze apóstolos entre os seus discípulos. Eles serão a base da Igreja por ele instituída. São Marcos descreve nestes versículos a escolha desses homens antes de o Senhor proferir o Sermão da Montanha, carta magna da vida cristã. Naquela importante ocasião, Jesus, como nos momentos mais significativos da sua vida, retira-se para orar. Escreve Santo Ambrósio: “Ele não pede ao Pai por ele, mas ele julga oportuno suplicar ao Pai por nós como nosso advogado”.          Dentre os discípulos, ele escolhe Doze, aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando neles toda a sua confiança. “Apóstolo”, palavra grega, cujo significado é “enviado”, tem o sentido de missionário e também de delegado ou representante. “Quem vos escuta, a mim escuta”, diz o Mestre. E é como representante do Pai, enviado de Deus e primeiro “Apóstolo”, que Jesus se apresen

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 23 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 23 de Janeiro Mc 3, 7-12: As multidões seguem Jesus                   Por onde Jesus passava, as multidões acorriam para ouvi-lo e ver as obras que realizava. O poder de sua mensagem é impressionante. A sua palavra alimentava os que tinham fome de Deus e curava os que buscavam libertar-se de seus males. Movidos pela fé, muitos se achegavam a Jesus para tocá-lo e, pelo poder que dele provinha, eram curados e perdoados de seus pecados. Em sua presença, até os demônios tremiam e reconheciam sua verdadeira identidade, declarando: “Tu és o Filho de Deus”.            No entanto, S. Agostinho não deixa de observar: “Muito melhor que estar com o Senhor é ter fé nele”. Não basta estar em meio àquela multidão, pois “a fé é mais forte que tocá-lo com a mão. Se pensas que Cristo é só homem, tu o tocas, na terra, com as mãos, mas se tu crês que Cristo é o Senhor e igual ao Pai, então tu o tocas, na glória do céu”.          Ao longo de sua missão, J

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 22 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 22 de Janeiro Mc 3, 3, 1-6 - Cura do homem com mão atrofiada                   A cena da cura de um homem com mão atrofiada se passa numa sinagoga, em dia de sábado. Lá está Jesus, observado atentamente pelos escribas e fariseus, que desejavam “ver se ele curaria no sábado, para assim encontrarem algo com que o acusar”. Buscam motivos para justificar a condenação de Jesus, fato já consumado em seus corações. Guardando sempre a serenidade e sem se preocupar com os olhares maldosos dos que o cercavam, Jesus pede ao homem que venha para o meio da assembleia. Tenso, o homem aproxima-se e permanece de pé, diante do divino Mestre. É sábado, mas Jesus, sem tergiversar, num gesto de afrontamento, realiza o milagre. Como era costume seu, ele não condena seus inimigos, mas, desejando levá-los à conversão, questiona-os. Pergunta-lhes se é permitido, em dia de sábado, fazer o bem ou o mal, salvar sua vida ou arruiná-la. O silêncio dos fariseus prova s

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 21 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 21 de Janeiro Mc 2, 23-28 – A colheita das espigas Cristo mais uma vez quebra as regras rígidas de seu tempo. “Ele proclama o sábado da graça e da ressurreição eterna, e não o da Lei”, escreve S. Ambrósio. De fato, o descanso sabático era um dia reservado à oração e à meditação. Um período para recordar e celebrar a bondade de Deus e a grandeza de sua obra. Entretanto, os discípulos de Jesus sentem fome e desrespeitam o sábado colhendo milho para comer. Os escribas e fariseus ficam escandalizados. Não porque os cristãos apanhavam as espigas, o que era permitido por lei, mas por o fazerem no sábado. Os evangelistas aproveitam esse episódio da vida de Jesus para revelar seus ensinamentos e sua missão.          O serviço do Templo pode dispensar os sacerdotes das obrigações do sábado. Santo Hilário de Poitiers nos lembra: “Jesus é ele mesmo o Templo”. Sendo assim, não há nada de extraordinário no fato de os discípulos, a serviço do Filho do

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 20 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 20 de Janeiro Mc 2, 18-22 – Discurso sobre o jejum                             Os discípulos de João Batista e os fariseus multiplicam jejuns e orações, apesar de os profetas terem insistido menos sobre a severidade do jejum e muito mais sobre a conduta justa e caritativa para com o próximo. Em Jesus a voz dos profetas se plenifica. Embora jejue por quarenta dias, Jesus sugere uma mudança, senão um novo relacionamento com Deus e com o mundo. A prática do jejum compreende atos e atitudes que, acompanhados pela oração, servem para traduzir a humildade, o amor e a esperança do homem. O próprio Senhor, em seu jejum, declara que “o homem não vive só de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Jejua-se não por desprezo ao alimento, considerado dom de Deus, mas para expressar sua dependência de Deus e a doação de sua vida em favor dos irmãos. Gesto religioso, o jejum assinala a intenção real de acolher a presença de Deus e se pôr diant

Reflexão do Evangelho de Domingo - 19 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Domingo - 19 de Janeiro Jo 1, 29-34: Pregação de João Batista                   João Batista estava de novo lá, às margens do rio Jordão. Ele testemunha aos enviados de Jerusalém, ao povo em geral e aos seus discípulos que ele não é o Messias, já presente entre eles e do qual ele não é digno de desatar as correias de suas sandálias. E vendo Jesus, que vem ao seu encontro, ele fixa nele seu olhar (emblépsas) penetrante como se desejasse identificar aquele que se aproxima. Um belo quadro apresenta-se aos olhos dos que lá estão: dirigindo-se a todos, João declara, com dedo em riste: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Se nos outros Evangelhos, João tem consciência de ser o precursor, embora não saiba de quem, no Evangelho de S. João, ele testemunha de modo aberto, claro e direto: “Eu vi e atesto que ele é o Filho de Deus” (1, 34). As palavras de João chegam ao coração de cada um e Jesus é identificado como o “Cordeiro de Deus”, referência

Reflexão do Evangelho de Sábado – 18 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 18 de Janeiro Mc 2,13-17 - Vocação de Mateus                   Jesus se encontra em Cafarnaum, cidade buliçosa, situada na rota de Damasco. Razão da presença aí de aduanas e dos respectivos cobradores de impostos. São os publicanos (telovai), dentre os quais se encontra Mateus, nome hebraico, provavelmente abreviação de Matatías, que significa “dom de Deus”. Jesus o chama. Na vocação de Mateus, a tradição patrística e a literatura ascética destacam dois aspectos fundamentais: o apelo gratuito e eficaz do Senhor e a resposta pronta e incondicional de Mateus. A primeira revela a bondade e o poder do Mestre, a segunda aponta para a acolhida e disponibilidade do Apóstolo. Jesus, segundo S. Beda o venerável, “viu mais com os olhos interiores do seu amor do que com os olhos corporais. Jesus viu o publicano e, porque o amou, o escolheu, e lhe disse: Segue-me, isto é, imita-me. Ele o segue, menos com seus passos, mas muito mais com seu modo de agir, poi

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 17 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 17 de Janeiro Mc 2,1-12 -  Cura do paralítico e perdão dos pecados          Mais uma vez, Jesus chega à sua cidade, onde lhe “trouxeram um paralítico, deitado num catre”. Os que o rodeiam esperam que ele seja curado. Comenta S. Hilário de Poitiers: “É necessário examinar atentamente as palavras da cura. Ao paralítico não é dito imediatamente: sê curado ou levanta-te e caminha, mas: ‘tem ânimo, meu filho; os teus pecados te são perdoados’”. A cena faz-nos sentir o palpitar do coração amoroso do Senhor. Os gestos e as palavras refletem seu carinho por aquele homem e nos permitem reconhecer o consolo e refrigério de todas as pessoas que, na dor e na angústia, abrem-se à liberdade de um amor profundo e gracioso. Jesus revela não uma norma, mas sim a força interior de uma vida voltada à gratuidade da presença do amor. Nada lhe é oculto. Lendo a fé do paralítico, Ele concede-lhe a remissão dos pecados e, a seguir, manifestando seu poder, cura-o.

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 16 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 16 de Janeiro Mc 1, 40-45: Cura de um leproso         Um leproso se aproxima de Jesus e suplica: “Senhor, se queres, tens poder para purificar-me”. Pode o leproso colocar toda sua confiança em Jesus? Os discípulos confiam, pois alimentam a certeza de que Ele é capaz de aliviá-los das aflições e doenças, e depositam no coração do Senhor todas as suas preocupações. Agora, lá está um leproso. Pela Lei mosaica, a lepra era considerada uma doença passível de excomunhão. Quem a contraísse seria excluído do convívio comunitário e se, por acaso, alguém fosse curado, ele devia submeter-se ao rito de purificação. Por isso, ao milagre da cura de um leproso sinal dos tempos messiânicos, liga-se a purificação.                                     Apesar de tantas restrições e normas, o leproso não hesita. Aproxima-se do Mestre, que, sereno, não se afasta, acolhe-o. A pureza interior de Jesus é intocável. A cena comove os Apóstolos, levando-os à admira

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 15 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 15 de Janeiro Mc 1, 29-39 - A cura da sogra de Pedro          Estando a sogra do Apóstolo São Pedro doente, Jesus entra em sua casa e dela se aproxima. Tomando-a pela mão, ele a levanta da cama. O toque de Jesus faz a febre desaparecer. São Jerônimo roga por todos nós: “Que o Senhor toque também nossa mão, para que sejam purificadas nossas obras, que Ele entre em nossa casa, para que nos levantemos para servir”. De fato, o Evangelho destaca que ao entardecer, a sogra de Pedro, já curada, servia-os. Com essa passagem de sua vida, Jesus nos convida a estender nossa mão àquele que está caído para levantá-lo e transmitir-lhe novo ânimo no encontro com a Palavra do Senhor. Façamos o mesmo com os que estão angustiados ou acorrentados às realidades materiais. A todos comuniquemos a Boa-Nova do Evangelho, para que todos possam receber, pelo sacramento da confissão e, especialmente, pela Eucaristia, “o fogo do amor divino na sua alma e no seu cor

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 14 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 14 de Janeiro Mc 1, 21-28 - Jesus em Cafarnaum Em sua peregrinação, Jesus e os Apóstolos entram na cidade de Cafarnaum. “Caphar” significa campo, “naum” consolação ou formoso. Neste campo de consolação, suas palavras causam impacto, deixando muitos “extasiados com a sua pregação, porque lhes ensinava com autoridade e não como os escribas” (v.22). No dizer de S. Jerônimo, “ele ensinava como Senhor, não se apoiando em outra autoridade superior, mas a partir de si mesmo”. Suas palavras soavam no íntimo de seus corações, convocando-os a uma transformação interior. Ele falava como mestre qualificado para decidir questões importantes da vida e para exortar, com autoridade própria, seus ouvintes. Com firmeza e, profundo conhecimento dos corações, ele dizia: “Não julgueis para não serdes julgados”.           Mas o que impactava era o modo livre de falar, sua liberdade em interpretar a Lei e os profetas. Falava com autoridade (ecsousia). Não se ba

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 13 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 13 de Janeiro Mc 1, 14-20 - Jesus inaugura sua pregação                   Após a prisão de João Batista, Jesus começa o seu ministério na Galileia, declarando: “O tempo está realizado e o Reino de Deus está próximo”. Se com João Batista a palavra profética chega ao cume de sua autoridade, com Jesus, o Reino alcança a sua plenitude, o que leva Orígenes a dizer que Jesus é o “autobasileia”: o Reino de Deus é Ele mesmo, e o caminho para se chegar a ele é o Evangelho. Ele não se contrapõe a outros reinos, mas situa-se na interioridade do homem. O mesmo Orígenes salienta que “se quisermos que Deus domine em nós, então o pecado não pode de modo algum dominar nosso corpo mortal”. E conclui: “Então Deus deve passear em nós como num paraíso espiritual e somente em nós dominar com o seu Cristo”. O anúncio do Reino é convite à conversão. Aos seus primeiros discípulos, Jesus lança um forte apelo: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. O termo “conve

Reflexão do Evangelho de Domingo – 12 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Domingo – 12 de Janeiro Mt 3, 13-17 - Batismo de Jesus                                     Nas vésperas e no início da era cristã, grande era a expectativa da vinda do Messias. O povo discutia e refletia, em seu coração, as profecias que falavam do Enviado de Deus. Por ocasião da Anunciação, a mesma atitude interior animava o coração da Virgem Maria. Humilde, ela hesita em se reconhecer naquela que o Anjo saúda com o nome de “cheia de graça”. Agora, a multidão, que buscava o batismo de João Batista, interroga-se: Não é ele, porventura, o Messias esperado? O próprio João Batista afasta toda dúvida, ao declarar: “Aquele que vem após mim me precedeu porque antes de mim ele era”. Alusão à preexistência de Jesus, o Verbo de Deus encarnado, eterno e transcendente. Em sua franqueza e humildade, João confessa não ser digno de desatar a correia das suas sandálias. Em outras palavras, ele não é nem mesmo digno de ser seu escravo.         João batiza e Jesus apro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 11 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 11 de Janeiro Jo 3, 22-30: Último testemunho de João Batista                   As atividades de Jesus desenrolavam-se na região da Judeia, lugar de mananciais, talvez não distante do rio Jordão. Após seus ensinamentos, ministrados a Nicodemos a respeito do batismo, Jesus percorre a região, seguido pelos discípulos, batizando. Na mesma ocasião, João, que “não tinha ainda sido encarcerado”, batiza com água. Seus discípulos discutem com um judeu a respeito dos “ritos de purificação”, correspondentes ao batismo em termos judaicos. Todos tinham diante de si, as palavras dos profetas que falavam da purificação pelo “espírito” e mesmo pelo fogo. A discussão se torna acalorada, a ponto de os discípulos de João, perguntarem-lhe: quem é que batizava legitimamente, Jesus ou ele? Em quem acreditar? O embate é providencial, pois propicia o testemunho final e decisivo do Precursor sobre Jesus. João não protesta, simplesmente pronuncia o “nunc dimittis”: “deix