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Mostrando postagens de agosto, 2015

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 01 de setembro

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 01 de setembro Lc 4,31-37 - Jesus em Cafarnaum e a cura de um endemoninhado Em sua peregrinação, Jesus e os Apóstolos iam a Cafarnaum, mais do que a outras cidades. Lá, Jesus permanecia na casa de Simão Pedro ou de André, seu irmão. No sábado, eles iam à sinagoga para as orações e as leituras dos textos bíblicos. Para a instrução, o chefe da sinagoga convidava, conforme costume antigo, um dos membros visitantes para administrá-la. Assim, Jesus teve a oportunidade não só de realizar em Cafarnaum suas primeiras curas, como também de falar muitas vezes à comunidade.  Cafarnaum tornou-se, deveras, um campo (Caphar) de consolação (Naum) para seus habitantes, que “se extasiavam com os seus ensinamentos, porque Jesus lhes ensinava com autoridade e não como os escribas” (v.22). Presos às suas palavras, eles o reconheciam como mestre qualificado para decidir importantes questões da vida e para exortar, com firmeza e lucidez, sem fanatismo e tons patét

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 31 de agosto

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 31 de agosto Lc 4, 16-30 - Jesus em Nazaré                 Jesus encontra-se na sinagoga de sua cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados por Ele. Perscrutando seus corações e percebendo a incredulidade enraizada em seus ouvintes, no desejo de tocá-los e levá-los à conversão, Jesus lhes diz que nenhum profeta é ouvido em sua própria terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras duras e enérgicas. Para espanto deles, Ele acrescenta que os gentios demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel, e exemplifica: Elias foi enviado a uma viúva, em Sarepta, na região da Sidônia, enquanto tantas outras viviam em Israel e, no tempo do profeta Eliseu, “havia muitos leprosos em Israel, todavia, nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naamã”. Suas palavras despertam a indignação dos seus conterrâneos, que julgavam os

Reflexão do Evangelho de Domingo 30 de agosto

Reflexão do Evangelho de Domingo 30 de agosto Mc 7, 1-13. 14.23 - Discussão sobre as tradições farisaicas                Os pensamentos dos que estão ao seu redor e as considerações evasivas que fazem não passam despercebidos, pois Jesus conhece “até suas intenções interiores mais profundas” (S. Clemente de Roma). Por isso, firme e suavemente, Ele leva seus discípulos a se desprenderem das práticas farisaicas, meramente exteriores e insuficientes, impostas ao povo, qual fardo insuportável. De fato, por atribuírem o máximo valor aos insignificantes preceitos da Lei e estendendo-os à vida comum de cada dia, os fariseus são recriminados por Jesus pela sua hipocrisia, não por simularem, mas pelo exagerado legalismo, que impede o povo de reconhecer a misericórdia como Lei básica da Aliança divina. Acima das prescrições e da casuística das interpretações, Jesus incute em seus discípulos a honra e o culto devidos ao Pai. Ouvindo-o, a multidão se alegrava, permanecendo, porém, um tant

Reflexão do Evangelho de Sábado 29 de agosto

Reflexão do Evangelho de Sábado 29 de agosto Mc 25, 1-13 - Morte de João Batista         O Evangelho de São Marcos, de onde foi retirada a citação acima, relata a morte de João Batista como uma espécie de prelúdio à missão redentora de Jesus. Ele é apresentado como precursor do Cristo por sua morte, como o foi por sua pregação. Muitos cristãos chegam a apontar semelhanças entre os dois. Ambos foram profetas e ambos testemunharam a verdade, ao preço de sua própria vida. João Batista foi assassinado por ordem de Herodes, e Jesus, depois de ser entregue a Pôncio Pilatos por seus adversários, morreu na cruz. Quantos seguiram Jesus no martírio, fortalecidos em seus corações pelo amor a Deus e por sua verdade! João Batista preferiu afrontar o ódio do rei, em vez de negar os mandamentos de Deus apenas para adulá-lo. Embora aconselhado por João a deixar o pecado do adultério, porque Herodes vivia em concubinato com a mulher do próprio irmão, o rei preferiu livrar-se do homem que o adv

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 28 de agosto

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 28 de agosto Mt 25, 1-13 - Parábola das dez virgens                 O simbolismo apocalíptico corre como um fio de luz ao longo das mensagens de Jesus, cuja intenção é anunciar o Reino de Deus, que tanto pode ser momento de julgamento como de salvação. No entanto, sua Palavra é sempre expressão de seu amor misericordioso e é sinal de um ato divino, que visa indicar ao ser humano um futuro, vivido como novo caminho em cada novo instante da vida. Assim para compreender a parábola das dez virgens, algumas prudentes e outras não, é preciso situá-la na ordem da confissão ou da experiência de fé, e não estabelecer uma correlação entre o relato e o curso real dos acontecimentos.           Ela anuncia o grande e solene encontro da humanidade com Cristo, descrito como uma festa de núpcias ou um banquete. Ninguém é excluído. Todos são convidados a participar dele, com a condição de trazer uma lâmpada, símbolo da vigilância ou, no dizer de S. Agostinh

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 27 de agosto

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 27 de agosto Mt 24, 42-51 - Vigiar para não ser surpreendido Deus oferece o maior e mais belo tesouro, seu Reino de paz, de alegria e de justiça. Podemos perdê-lo, se não formos vigilantes. Após citar os dias que precederam ao dilúvio, o Evangelista lembra que o Reino de Deus virá como um raio que “lampeja no Oriente e ilumina até o Ocidente”. Assim será o dia da vinda do Filho do homem. Orígenes, grande escritor do século III, exorta “a vigiar, à tarde, isto é, na juventude, à meia noite, na idade média, ao canto do galo, no tempo da velhice ou de madrugada, quando a velhice está já avançada”. Continua ele – “Virá o Senhor ao que não deu sono aos seus olhos, nem descanso às suas pálpebras, e guardou o mandamento daquele que disse: Vigiai em todo tempo”. Ocorrerá, então, a parusia, a volta de Jesus, em sua glória no tempo do Fim. Os que se prepararam, na observância de seus ensinamentos, participarão em plenitude da sua alegria na glória do

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 25 e Quarta-feira 26 de agosto

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 25 e Quarta-feira 26 de agosto Mt 23, 23-32 - Ai de vós fariseus         Os fariseus cumprem a Lei com escrupulosa exatidão, a ponto de pagar o “dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças”. Porém, não atendem a exigências de caridade e de justiça para com o pobre e desvalido. Exteriormente, comportam-se de modo exemplar, interiormente, estão distantes e afastados do verdadeiro cumprimento da Lei dada por Deus a Moisés. Eis então que a voz do Senhor, penetrante como um dardo, ressoa aos ouvidos de todos: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! ” Vós que não cumpris o verdadeiro sentido da Lei. E de seus lábios, ecoam as palavras ditas pelos profetas, que apregoavam o direito, a misericórdia e a fidelidade. Ao invés, os fariseus agem, “como se não houvesse importância, observa S. Cirilo de Alexandria, a justiça e o amor a Deus, deveres obrigatórios a todos”. Ora, o fingimento e a falsa piedade, considerados por Jesus pecados c

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 24 de agosto

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 24 de agosto Jo 1, 47-51 – Encontro com Natanael  Ao ver Natanael que se aproximava com Filipe, Jesus o acolhe com uma saudação profética: “Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento”. Jesus vê nele um homem sem duplicidade, em quem “não há artifícios”, isto é, uma pessoa não entregue à falsidade e à mentira. Surpreso, Natanael pergunta: “De onde me conheces? ” Buscando tranquilizá-lo, Jesus lhe diz: “Antes que Felipe te chamasse, quando estavas sob a figueira, eu te vi”. Pasmo, Natanael se prostra, exclamando: “Rabi, tu és o Filho de Deus, és o Rei de Israel”. Ao falar da figueira, Jesus podia estar aludindo à árvore do paraíso ou à árvore dos idosos julgados por Daniel. Por outro lado, os livros históricos falam do repouso “sob a vinha ou a figueira”, imagem da paz, de acordo com a interpretação feita pelos profetas. Por outro lado, segundo a tradição rabínica, interpretação mais comum na época, ao falar de estar sob uma árv

Reflexão do Evangelho de Domingo 23 de agosto

Reflexão do Evangelho de Domingo 23 de agosto Jo 6, 60-69 - Esta palavra é dura         Surpresos, os discípulos ouvem Jesus proclamar ser o Pão da Vida, o Pão “que desce do céu para que não morra quem dele comer”. Distantes de seus ensinamentos, eles cochicham entre si, o que sugere que o mundo deles não é ainda espiritual, pois tudo lhes parece muito além da experiência normal. Os olhos do Mestre se fixam neles e refletem certa tristeza. Mas com carinho e paciência, Ele lhes pergunta: “Isto vos escandaliza? ” Sem revogar nada do que tinha dito, Ele volta a ensiná-los. Jesus fica ainda mais impressionado com a frieza e indiferença dos escribas e fariseus, que o julgavam à beira da loucura. Para eles, é impensável o anúncio do Evangelho da graça e da misericórdia. Assim as muitas tentativas para demovê-los ou levá-los à fé são inúteis. A rejeição é tão grande, que Jesus, num desabafo, exclama: “Vós não conheceis nem a mim, nem a meu Pai! ”  Vencendo o temor, talvez a timidez

Reflexão do Evangelho de Sábado 22 de agosto

Reflexão do Evangelho de Sábado 22 de agosto Lc 1, 26-38 - Anunciação do Senhor                                  Na pequena cidade de Nazaré, uma jovem de nome Maria estava orando, quando lhe apareceu o arcanjo Gabriel.  Para seu espanto, ele anuncia que o Espírito Santo descerá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra, assim como a nuvem, presença de Deus, tinha descido sobre o monte Sinai. Com a resposta: “Seja feita a tua vontade”, Maria acolhe em sua humanidade a ação santificante do Espírito divino, que preside ao nascimento de Jesus, o Santo, o Filho de Deus. S. Justino e S. Irineu leem esta passagem à luz do relato do Gênesis e traçam um paralelo entre Maria e Eva, “a mãe de todos os viventes”, entre o “fiat”, o faça-se da anunciação, e a desobediência dos primeiros pais, causa decisiva do pecado original. Do mesmo modo, diante da pergunta: “Como é que vai ser isso? ”, o anjo conduz Maria à fé e à obediência, ao contrário do anjo mau que incita Eva à desobediência e à incre

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 21 de agosto

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 21 de agosto Mt 22, 34-40 -  O maior mandamento         Jesus nos fala da primazia do amor, o que leva Santo Agostinho a dizer que “todos os preceitos do amor são de tal natureza, que se o homem crê ter feito algo bom, mas sem caridade, ele totalmente se equivoca”. É a exigência de amar a Deus com toda a sua alma, com toda a sua mente, com toda a sua força. Orígenes reforça essa ideia: “Amar ao Senhor não só é o maior mandamento, mas também o primeiro de todos”. Ao longo de todo o Novo Testamento, usando parábolas ou as próprias ações, Jesus dá diversas demonstrações de amor, compaixão, generosidade, misericórdia. Com isso, Ele quer nos mostrar a infinita capacidade de amar do Pai. São Basílio Magno escreveu que da força do amor “emerge a morte às idolatrias do pecado. Na ordem do ser, ao orgulho e à vaidade, e, na ordem do ter, às posses materiais e honrarias”. É a renúncia aos falsos deuses que criamos ao longo da vida. É a aceitação de

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 20 de agosto

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 20 de agosto Mt 22, 1-14 – Parábola das Bodas                 Nas Escrituras, uma das mais belas imagens do céu é o banquete ou a celebração das bodas dada por um rei em honra de seu filho. Para participar dele há uma condição: ser livre diante dos bens materiais. Pois quando chegou a hora da ceia e seu servo foi avisar aos convidados: “Vinde, está tudo pronto”, eles começaram a se escusar por terem outros afazeres. Comenta S. Cirilo de Alexandria: “Eles desdenharam o convite, porque estavam voltados para as coisas terrenas e tinham concentrado sua mente nas vãs distrações deste mundo”. Eles abandonam o essencial e importante, representado pelo banquete, por causa do urgente. Um diz ter comprado um terreno e é necessário ir vê-lo; “outro foi para o seu negócio, e os restantes, agarrando os servos, os maltrataram e os mataram”. Diante do fato de os primeiros terem sido reprovados, o rei diz aos servos para irem pelas praças e pelas ruas da ci

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 19 de agosto

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 19 de agosto Mt 20, 1-16 - Parábola dos trabalhadores da vinha                 Logo no início da parábola dos trabalhadores da vinha, Jesus compara o Reino dos Céus com o vinhateiro, que paga seus trabalhadores com generosidade. A vinha de Deus é Israel, povo por Ele escolhido, multiplicado, transferido para a Terra Prometida e por Ele protegido. O vinhateiro sai em diferentes horas do dia para contratar operários, o que simboliza a história da humanidade em seus múltiplos períodos. Ao fim da jornada de trabalho, a atitude do vinhateiro é a tradução da misericórdia de Deus, como comenta São Cirilo de Alexandria: “É dada a mesma importância em pagamento pelo trabalho realizado”. Não importa o tempo empregado. A paga ou a recompensa é “a graça do Espírito Santo”. Em seu amor, Jesus nos introduz, de modo simples e penetrante, na extraordinária generosidade e compaixão de Deus por todas as pessoas, de todos os tempos.         Pela leitura da p

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 18 de agosto

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 18 de agosto Mt 19, 23-30 - O perigo das riquezas         No diálogo de Jesus com o jovem rico, os Apóstolos viram como este reagiu diante das palavras misericordiosas do Senhor. O jovem, diz S. Agostinho, “não entendeu que o supérfluo, que possuía, era necessário ao pobre” e, por estar apegado aos bens materiais, não segue mais de perto o Mestre. O impetuoso Pedro, admirado, pergunta: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber? ” Sem recriminá-lo por sua expectativa de retribuição, Jesus confirma o que tinha dito e convoca os Apóstolos a estarem livres para Deus. “Deus só e em primeiro lugar”.            Diante deles, descortinam-se as muralhas de Jerusalém, mais exatamente, uma de suas portas, chamada de “olho (buraco) da agulha”, que dava acesso à cidade. Ela é estreita e os camelos para passarem por ela deviam se abaixar, tanto mais quanto maior a carga que transportavam ou quanto mais rico fosse o proprietário.

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 17 de agosto

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 17 de agosto Mt 19, 16-22 - O jovem rico                 Com olhos ansiosos, como pessoas movidas por desejos intensos, um jovem procura Jesus. Não deseja segui-lo, o intuito é de assegurar-se da salvação: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna? ” A pergunta sugeria a ideia de ele julgar ser possível alcançar a salvação, mediante as obras. Após olhá-lo em silêncio por algum tempo, procurando fazê-lo passar de uma visão cultual e legalista a uma visão moral-espiritual, Jesus lhe diz: “Por que me perguntas sobre o que é bom? O Bom é um só”. Ninguém é bom, senão só Deus. E conclui: “Se queres entrar para a Vida, guarda os mandamentos”. Ao ouvi-lo responder que não só conhece, mas também observa os mandamentos, com um olhar de afeto por ele, o Mestre lança um desafio: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus”.            O episódio gravita ao redor das posses materiais de um jovem

Reflexão do Evangelho de Domingo 16 de agosto

Reflexão do Evangelho de Domingo 16 de agosto Lc 1,46-56 – Magnificat                         Ao iniciar o relato da visita de Maria à sua prima Isabel, com a expressão “naqueles dias”, S. Lucas remete os leitores às origens da fé cristã. Delineia-se assim o quadro de uma jovem que ouve a Palavra de Deus e com toda prontidão vai à casa de sua prima Isabel para servi-la. Unem-se os destinos das duas mães, Maria e Isabel, e de seus filhos, Jesus e João Batista. Os campos por onde passava Maria se iluminavam, e ela “seguia no passo alegre da obediência e na agilidade do temor de Deus” (S. Bento). S. Ambrósio dirá que “ela é movida pela alegria de servir, levada pela piedade em cumprir seu dever de parente e pela pressa do júbilo. Repleta de Deus, como não alcançaria vivamente os cumes da caridade? O dom do Espírito Santo ignora toda demora! ”         Ao ver Maria, os olhos do coração de Isabel se abrem e ela vislumbra na fina luz do entardecer uma claridade radiante e luzente. En

Reflexão do Evangelho de Sábado 15 de agosto

Reflexão do Evangelho de Sábado 15 de agosto Mt 19, 13-15 - Jesus e as crianças Trazidas por suas mães, as crianças rodeiam Jesus, “para que Ele lhes impusesse as mãos e fizesse uma oração”. Os Apóstolos, desejando poupar o Senhor, as afastam. No entanto, Jesus, com uma expressão amiga nos olhos bondosos, os repreende dizendo: “Deixai as crianças e não as impeçais de virem a mim”. O fato de Ele impor as mãos e orar sobre elas é sinal de seu carinho e amor, que atrai a proteção e a graça da cura para os doentes, no caso da hemorroíssa e do surdo-mudo, e as bênçãos sobre as crianças. Também, em nossos dias, é forte a necessidade de tocar, de sentir a presença da graça e de receber uma bênção pela imposição das mãos. Imagem da confiança que o ser humano tem diante da bondade de Deus.         Jesus, oferecendo seus braços às crianças, conclui: “delas é o Reino dos Céus”. Admirados, os Apóstolos começam a mudar o modo de ver a própria vida. E isso, não somente pela pregação, mas pe

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 14 de agosto

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 14 de agosto Mt 19, 3-12 -  Perguntas sobre o divórcio                 Acalorada era a discussão entre os rabinos sobre o motivo que legitimava o repúdio da própria mulher. A questão girava ao redor das determinações do Deuteronômio, cujas expressões eram pouco precisas. Para testar Jesus, os fariseus lhe perguntam: “É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja? ” Os mais rígidos, escola de Shammai, interpretavam o texto bíblico em seu sentido estrito: só em caso de uma conduta deveras desonrante. Ou em sentido mais amplo, escola de Hillel, segundo a qual se podia repudiar a mulher por não importa qual motivo. A pergunta é capciosa e visa colocar Jesus à prova, no desejo de arrastá-lo para uma contenda.         Ciente do que se passa no coração de seus ouvintes, o Senhor situa a questão no quadro dos desígnios do Pai. Sem negar a Lei, é necessário superá-la não se deixando limitar por ela ou pela ideia de que Moisés aprov

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 13 de agosto

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 13 de agosto Mt 18, 21- 19,1 - O perdão das ofensas e a parábola do devedor implacável                 A própria história humana mostra que a liberdade e a felicidade não são simplesmente expectativas, mas possibilidades reais. O ser humano pode ou não corresponder ao bem. Mas, mesmo negando o bem, o homem jamais deixará de ter a possibilidade de se corrigir. Por isso, Jesus fala do perdão, sempre renovado, que não se limita só a sete vezes, como pensava o Apóstolo S. Pedro: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão, que pecar contra mim? Até sete vezes? ” O número sete significa totalidade e indica que o discípulo deve perdoar sempre, mesmo que a falta se repita. Talvez ao dizer sete, Pedro pensasse num número máximo de vezes. No entanto, o coração misericordioso de Jesus surpreende a todos. Ele responde: “Não te digo até sete, mas até setenta e sete vezes”. A bondade do Senhor é infinita. E para que os discípulos não acalentem ideias de

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 12 de agosto

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 12 de agosto Mt 18, 15-20 – Correção fraterna Nesta passagem, Jesus fala aos seus discípulos sobre a liberdade espiritual necessária para restaurar a boa convivência e a amizade entre as pessoas. E mostra que não se trata simplesmente de um procedimento social ou de uma reconciliação da boca para fora, mas de uma atitude mística, nascida da comunhão com Deus. Aquele que trouxer o amor (ágape) divino, em seu coração, jamais abrirá espaço para algo que possa prejudicar a vida de seu semelhante. Ao contrário, será abençoado por uma harmoniosa relação entre o espírito e a graça, que o conduzirá à união com Deus, fonte de íntimo e verdadeiro respeito para com todos. A paz e a união devem prevalecer sempre. A vigilância dos homens em relação a isso há de ser constante e não menos incessante o desejo da correção fraterna: reorientar para Deus aquele que errou ou praticou o mal. O modo como Jesus apresenta a correção fraterna aos discípulos – e po

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 11 de agosto

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 11 de agosto Mt 18, 1-5.10.12-14 - Quem é o maior?             Longe de dar aos discípulos um código de normas e leis, Jesus apresenta-lhes disposições interiores fundamentais para segui-lo e anunciar o Reino de Deus. Nesse sentido, no evangelho de hoje, Ele destaca o espírito de confiança e simplicidade que deve reinar em seus corações. Aliás, a própria palavra fé, em hebraico emunà, não designa propriamente a acolhida de conhecimento ou doutrina, mas a confiança em Deus. Assim o fato de Jesus colocar uma criança no meio deles expressa seu desejo de eles compreenderem que pertencer ao Reino de Deus é ver-se filho do Pai celestial, pois só sendo filho seu se pode participar da vida divina. Não se estabelecem categorias diversas, pois em Deus todos são seus filhos. A eles o Pai confere o maior tesouro: seu Reino de amor e de comunhão. A confiança no Pai é irrestrita. Se Ele se ocupa até dos passarinhos e embeleza a natureza com miríades de flo

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 10 de agosto

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 10 de agosto Jo 12, 24-26 - Jesus anuncia a sua glorificação                 Acirram-se contra Jesus os ânimos instáveis de seus inimigos, sobretudo, a partir do momento em que Ele declara ser o Filho de Deus. Pressentindo o momento doloroso de sua paixão e morte, Jesus une ao sacrifício na cruz a sua glorificação pelo Pai: “É chegada a hora, diz Ele, em que será glorificado o Filho do Homem”. Os Apóstolos, no entanto, entenderam essas palavras ao seu modo. Lembram-se da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e julgam ter chegado, finalmente, a hora da manifestação gloriosa do Messias.   Jesus, porém, joga água na fervura. Ele começa a falar sobre sua morte próxima e compara a sua missão ao grão de trigo, lançado em terra, dizendo: “Se ele não morrer, permanecerá só; mas se morrer produzirá muito fruto”; a hora de sua glorificação é também a hora de sua paixão. Nas palavras e obras de Jesus, em sua vida, principalmente, em sua morte e res

Reflexão do Evangelho de Domingo 09 de agosto

Reflexão do Evangelho de Domingo 09 de agosto Jo 6, 41-51 - Eu sou o pão da vida                                        Ao lado de Jesus, aglomera-se uma multidão. De modo claro e singelo, Ele acaba de afirmar: “Eu sou o pão da vida”. As pessoas se entreolham e um murmúrio se eleva. Sobretudo porque a estas palavras Jesus acresceu uma referência ao maná dado por Moisés, no deserto, que “vossos pais, diz Ele, comeram e, no entanto, morreram”. Ao contrário, o pão, ao qual Ele se refere, desceu do céu e é garantia de vida eterna, pois quem dele comer não morrerá. A admiração de todos é grande. Diante dessas palavras, muitos, inclusive os Apóstolos, ficam profundamente chocados com o realismo das palavras do Mestre. Alguns lembravam as palavras ditas em Nazaré: “Não é Ele o filho do carpinteiro? ” Por que está agora dizendo que desceu do céu? Sentiam-se enganados quando o ouvem dizer que lhes daria sua carne para comer. Como é possível? Como entender estas suas palavras?         P

Reflexão do Evangelho de Sábado 08 de agosto

Reflexão do Evangelho de Sábado 08 de agosto Mt 17, 14-20: A cura do endemoninhado epilético                 As pessoas “admiravam-se” das palavras de Jesus, cheias de misericórdia e compreensão, mas também dos seus milagres, manifestações do seu poder sobre as doenças e as forças da natureza. O Evangelho fala dos milagres como sinais que proclamam a reconciliação e a comunhão do homem com Deus. Por isso, os primeiros cristãos tinham tendência a ver nos milagres a presença da divindade de Jesus, que, no entanto, os corrige e os faz entender que os milagres assinalam, sobretudo, a vocação do homem, criado para dominar a criação e para instaurar, no poder de Deus, um mundo de amor e de liberdade. Em outras palavras, os milagres nos inserem na dinâmica da regeneração e da reconciliação, sinal de uma criação renovada, atestada pela conversão de Nicodemos e pelas muitas curas, como a do cego de nascença.            No Evangelho de hoje, diante de Jesus encontra-se um pai com seu fi

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 07 de agosto

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 07 de agosto Mt 16, 24-28 -  Condições para seguir Jesus         Justamente após a profissão de fé do Apóstolo S. Pedro, os discípulos encontram-se diante de um novo enigma. Para espanto deles, Jesus lhes anuncia sua paixão e morte. Perturbados, eles não ousavam sequer pedir-lhe um esclarecimento.         Ao longo do caminho, Jesus se volta, vê seus discípulos, que deveriam estar prontos a tudo, e diz-lhes: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me”. Jesus não força, nem constrange, respeita a livre escolha de cada um. Alguns irão opor-se à sua missão, outros o seguirão. Então, Ele insiste: “Quem quer salvar a vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.  Só quem arrisca sua vida por Ele e se dispõe a segui-lo, pelo caminho do sofrimento e da morte, pode ser seu discípulo. Aos Apóstolos cabe a decisão. As palavras: “perder a vida por causa de mim”, segundo O

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 06 de agosto

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 06 de agosto Mc 9, 2-10 - Transfiguração do Senhor                 A fonte de inspiração e a referência essencial da vida cristã é a nossa solidariedade com Jesus, melhor, a inclusão nele de nossa humanidade regenerada. Nossa vida, morte, dor, sofrimento estão incluídos na obra redentora de Jesus. Sua ressureição é a vitória definitiva do primeiro de todos os homens, é a luz que ilumina nosso futuro, mas também o momento presente, pois na Transfiguração evidencia-se a certeza de que o homem, caído em Adão, reergue-se em Jesus e participa, desde já, da verdadeira vida, da vida eterna. No alto da montanha, contemplando a face do Cristo transfigurado, os Apóstolos sentem-se inebriados, e, pasmos, desejam perpetuar aquele momento: “Façamos três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.  Emocionados, veem Jesus falando com Moisés, o grande legislador de Israel, e com Elias, o maior dos profetas. Eles partilham da glória de Cri

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 05 de agosto

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 05 de agosto Mt 15,21-28 - Cura da filha da Cananeia                 Jesus se encontra em terra estrangeira, cuja população se liga aos antigos cananeus, execrados pelos judeus. E é uma filha desse povo que suplica, exclamando como os dois cegos: “Tem piedade de mim, Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim; a minha filha está horrivelmente endemoninhada” (Mt 15,21). No dizer de S. Hilário de Poitiers, “a filha da mulher cananeia aparece como figura de todos os povos pagãos, que se converterão ao Senhor”. A resposta imediata de Jesus reflete a mentalidade presente entre os judeus, de que o Messias daria prioridade aos filhos de Israel: “Não fica bem tirar o pão dos filhos e atirá-los aos cachorrinhos”. No entanto, a cananeia persevera e não desiste, sua fé é grande e ela crê que Ele pode curar a sua filha. Com confiança, ela profere a surpreendente confissão: “Isso é verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem