Ressurreição de Jesus – futuro antecipado
Ressurreição
de Jesus – futuro antecipado
Com a morte do Senhor, o desalento toma
conta dos discípulos, que se perguntam: “Por que tinha Ele morrido de modo tão
ignominioso, na flor da idade? Será que era, de fato, o Messias, o Salvador, em
quem tinham acreditado?”.
Mas
eis que algumas mulheres, dentre elas Madalena, foram ao túmulo para
homenageá-lo, e retornaram anunciando que lá nada tinham encontrado. Imediatamente,
os dois Apóstolos, Pedro e João, correram ao local do sepultamento para
verificar o que tinha acontecido. Felizes, voltaram dizendo que O tinham encontrado,
não morto, mas ressuscitado! Dirá São João
Crisóstomo: “Ninguém chore pelos próprios pecados, porque o perdão emergiu do
túmulo”.
Ressuscitado,
Jesus traz a realidade da sua presença entre aqueles que lhe são fiéis. Porém, sua
ressurreição não se encerra num determinado momento da vida dos discípulos; repercute,
capacitando-os e fortalecendo-os para que, conscientes da presença do divino
Mestre, expressem sempre mais a eficácia da justiça e do amor.
Cumpre-se
o desejo dos que estão esperando o auxílio de Deus: a divina compaixão, impulso
incentivador de um tempo futuro, visto como antecipação do final dos tempos.
Se
João Batista anunciava o juízo iminente, convocando os pecadores à conversão, agora,
com a ressurreição do Mestre, é indispensável deixar que o coração e a mente se
decantem, como uma água tranquila, na certeza da ação salvadora de Deus. Ao
longo da missão pública, Jesus se alegrava e se solidarizava com os pecadores,
os rejeitados pelas autoridades judaicas e os desprezados pela opinião pública,
dizendo certa feita: “Os sãos não têm necessidade de médico, mas os doentes
sim. Não vim chamar justos, mas pecadores” (Mc 2,17).
Se
os justos têm sua mansão na casa de Deus (Lc 15,31), Jesus quer que os
pecadores sejam tratados como irmãos, concedendo-lhes perdão e, ao lembrar que
o próprio Deus demonstra amor por todos eles, estende a exigência positiva da
reconciliação ao preceito de “não matar”. Assim, estejam os discípulos sempre prontos a perdoar
seus semelhantes, sem colocar barreiras nem medidas (Mt 18,21).
O
amor é o poder último, o futuro definitivo, já decidido por Deus, que, ao
ressuscitar o Filho Jesus, anunciou sua irrupção, como a mais ampla ação salvadora
da justiça para judeus e gentios. Ele nos permite entender as palavras do
Mestre Eckhart: “O olho com o qual eu vejo Deus e o olho com o qual Deus me vê
são um só olho, um só, o mesmo”.
Eis
o fundamento sobre o qual se edifica o Reino de Deus, instaurado por Jesus
ressuscitado, o anunciador do amor.
Felicitações! Em Cristo ressuscitado,
esperança, vida nova!
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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