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Mostrando postagens de outubro, 2018

Reflexão do Evangelho - Domingo, 28 de outubro

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Reflexão do Evangelho Domingo, 28 de outubro Mc 10,46-52 - Cura do cego de Jericó         Deus não se manifesta como um objeto, que possa ser apreendido pelo entendimento, mas sim como uma pessoa, uma presença, que, para além de todo conceito, toca o interior do ser humano, numa união de amor. É a supremacia do amor (agápe) sobre o conhecimento (gnosis), na relação espiritual e pessoal entre Deus e o homem. Isto se vê, de modo tocante, na cena da cura de um cego, que se coloca nas mãos misericordiosas de Jesus. Atitude de reverência, nascida da fé, que abrange a instância interior do coração, domínio misterioso onde, para lá dos conceitos e ideias, estabelece-se a comunhão no amor.   Ao sair da cidade de Jericó, um cego, chamado Bartimeu, sentado à beira do caminho, suplica a Jesus: “Filho de Davi, Jesus tem compaixão de mim! ”. Ao ouvi-lo, Ele se detém e pergunta-lhe: “O que queres que eu te faça? ”. Trêmulo no corpo, firme no espírito, o cego responde: “Senhor, que e

Reflexão do Evangelho - Domingo, 21 de outubro

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Reflexão do Evangelho Domingo, 21 de outubro Mc 10, 35-45 - O pedido dos filhos de Zebedeu                 No âmago da existência, o que nos impulsiona não é propriamente um interesse geral, abstrato, mas sim uma razão viva, constante, mais de fundo, que nos envolve e se traduz em manifestações e orientações específicas, que regulam nosso agir e nossas decisões.             Todavia, por vezes, os próprios Apóstolos deixam-se guiar por razões mais de superfície, mais imediatistas, na busca de honra, poder, vaidade, cargos importantes. Interpretando as palavras do Mestre como anúncio da realização messiânica do seu Reino, os dois filhos de Zebedeu vão a Jesus e pedem-lhe para ocupar os primeiros lugares, um à sua direita e outro à sua esquerda. O Mestre queria que eles estivessem imbuídos de amor, de generosidade, de cuidado, de disponibilidade; sem dúvida, havia uma ambição a ser corrigida. Mas era necessário que eles acolhessem a crítica e reconhecessem que a fé exige u

Reflexão do Evangelho - Domingo, 14 outubro

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Reflexão do Evangelho Domingo, 14 de outubro Mc 10,17- 27 - O jovem rico         Um jovem procura Jesus com o intuito de assegurar-se da felicidade futura: “Bom Mestre, que farei para ganhar a vida eterna?”. Jesus ouve o jovem, sonda-o, penetra-lhe as intenções. Segundo uma mentalidade comum na época, o jovem julga que a posse de bens materiais é sinal das bênçãos divinas. E mais. Suas palavras parecem sugerir a ideia de que seria, também, possível alcançar a felicidade futura, através de obras, agrados e elogios. Ao responder: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém”, Jesus destaca que só Deus é o doador de tudo quanto é bom, inclusive a vida eterna. A seguir, procura levá-lo para lá da observância dos mandamentos, exigência válida para todos, mesmo para os gentios. Com suaves palavras, Ele destaca a necessidade de se liberar do egoísmo, que encerra o indivíduo em sua própria individualidade, separando-o de seus semelhantes, e, numa natureza frag

Reflexão do Evangelho - Domingo, 07 de outubro

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Reflexão do Evangelho Domingo, 07 de outubro Mc 10,2-12 - Perguntas sobre o divórcio                 A acalorada discussão, sobre o motivo que legitimava o repúdio da própria mulher, girava ao redor das determinações do Deuteronômio, cujas expressões eram pouco precisas. Segundo a escola de Shammai, o texto bíblico devia ser interpretado em seu sentido estrito: o divórcio só seria permitido em caso de uma conduta deveras desonrante. A escola de Hillel, por sua parte, o interpretava num sentido mais amplo, segundo o qual se podia repudiar a mulher por não importa qual motivo. No mundo judaico, a mulher ocupava um lugar, relativamente, importante na sociedade e sua relação de reciprocidade e mútua responsabilidade com o homem, na caminhada para Deus, podia ser considerável. Contudo, como era comum entre os povos antigos, prevalecia a mesma mentalidade de supremacia do marido. No Cristianismo, ao proclamar a igualdade fundamental do homem e da mulher, diante de Deus e da Lei