Reflexão do Evangelho - Sábado, 25 de janeiro


Reflexão do Evangelho – Sábado, 25 de janeiro
Mc 16, 15-18 - Conversão do Apóstolo São Paulo
                

          Às portas da cidade de Damasco, para onde fora enviado, com o intuito de aprisionar os cristãos, Saulo, por causa de uma forte luz, fica como que cego. Uma cegueira espiritual, diz ele, o dominava e o impedia de contemplar a Verdade.   
Momento culminante de um longo processo, em busca da justificação. Caído por terra, ele ouve uma voz, a voz de Cristo, que o interpela: “Saulo, Saulo, por que me persegues? ”. Ainda incrédulo e preso aos ensinamentos dos Doutores da Lei, ele replica: “Quem és tu, Senhor? ”. Palavras de um espírito confuso, cheio de dúvidas.
Essa cena o marcou, profundamente. O Senhor, voz inesquecível, responde-lhe: “Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues. Mas levanta-te.... Eu te escolhi do meio do povo e dos pagãos, aos quais eu agora te envio...”.
Um lampejo de luz, provindo do céu, ilumina o seu coração: perseguir os cristãos era o mesmo que perseguir Cristo. Ele se identifica com os que O seguiam, e, voluntariamente, os assumia. Ato de grandeza e de verdadeira condescendência! E eis que Ele, qual mendicante de amor, bate à porta do seu coração!
A luz, que provém da face de Cristo, o invade; a Sua voz sugere acolhida ilimitada dos seus semelhantes, aos quais Ele o envia.  Em sua alma, arde a fé, dom da graça de Cristo, evento de vida, a ser transmitido de coração a coração. Misticamente, Saulo penetra no santuário dos desígnios de Deus e, com coração e mente, contempla o que lhe parecia inenarrável, ininteligível, e, qual novo Moisés, “entra na treva, na qual está Deus”.
Ele vive intensamente.... Seu ser, todo ele, se inflama. Acolhida pela sua liberdade, a graça divina o anima e o revigora. Alegria, doçura, ternura infinita! Ele se transforma e, imerso num oceano de luz e de silêncio, Paulo se torna seguidor de Cristo, “pois o Seu amor, dirá ele, se difundiu em nossos corações” (Rm 5,5); amor que o impele a dar a vida por todos e cada um.
O outro, semelhante a nós, criado não à sua imagem, mas à imagem de Deus, exige uma ascese coletiva, que lhe permita viver a imparcialidade de Deus, numa equânime repartição dos recursos humanos. O Apóstolo São Paulo jamais esquecerá o que dirá, mais tarde, São Gregório de Nissa: “Os pobres, no Reino de Deus, são os administradores de nossa esperança, os guardiães, que abrem a porta aos justos e a fecham aos maus e egoístas” (1. PG 46,457).  


+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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