Reflexão do Evangelho de Lc 11, 5-13 – A oração perseverante (amigo importuno) - Quinta-feira 09 de Outubro
Reflexão do
Evangelho de Lc 11, 5-13 – A oração perseverante (amigo importuno)
Quinta-feira 09 de
Outubro
Ter uma fé voltada para Deus, no cumprimento de sua santíssima vontade, é
ter o coração aberto aos seus semelhantes. Na oração do Pai-Nosso, não dizemos “meu”
Pai, mas “nosso” Pai, e suplicamos “nosso” pão de cada dia. E perdoa as nossas dívidas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Aquele que ora, mergulhado na
inefável misericórdia divina, abandona o egoísmo e o seu coração se abre à
comunhão com os irmãos, no perdão e no amor.
Com o propósito de esclarecer os discípulos, Jesus conta-lhes a parábola
do amigo importuno. Em horas avançadas da noite, alguém recebe um amigo e nada
tem para oferecer-lhe. Apressadamente, recorre ao vizinho, que já se tinha
recolhido para dormir. Persistentemente, ele bate à porta e o chama. Mesmo que o vizinho não
se levante logo para atendê-lo, mas por ser amigo e por causa de sua
insistência, ele resolve dar-lhe “tudo aquilo de que ele precisa”. Ele
perseverou porque confiava no amigo. Também nós, diz o Senhor, confiemos no
Pai, pois Deus não deixa de ouvir nossas orações e nos atende graciosamente,
concedendo-nos muito além de nossas expectativas. Perseveremos na oração, pois
“o Senhor não só ordena pedir, observa S. João Crisóstomo, mas quer que as
nossas preces sejam fervorosas e perseverantes. É o sentido das palavras que se
seguem: ‘buscai e achareis’”.
Deus existe e nos
ama. Ele quer o melhor para os seus filhos, que Ele acolhe e, como Pai, introduz
no espaço de confiança filial. De modo que, atraídos pela doçura de sua
misericórdia, se afastam deles a angústia e o medo, a inimizade e o ódio. S.
Agostinho, meditando sobre esta passagem bíblica, comenta: “Os discípulos encontram
repouso no Senhor e descanso na grande santificação, pois eles são
enriquecidos, recebendo, e Ele não se empobrece dando”.
A oração perseverante
nos introduz no próprio relacionamento de Jesus com o Pai, tornando presente em
nós o Reino de Deus. Envolvidos pela luz, somos levados a percorrer, com
confiança inabalável, a senda do monte Tabor, unindo-nos ao Senhor que, cheio
de compaixão e de amor, se une a nós. Então, diz o Pseudo-Macário, “nossa alma
e o Senhor formam um único espírito, uma única vida, um só coração”.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, o.f.m.
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