Reflexão do Evangelho de Lc 9, 51-56 - Jesus não é acolhido pelos samaritanos - Terça-feira 30 de Setembro
Reflexão do
Evangelho de Lc 9, 51-56 - Jesus não é acolhido pelos samaritanos
Terça-feira – 30 de
setembro
A caminho de Jerusalém, Jesus envia mensageiros, à sua frente, com o
objetivo prático de preparar os samaritanos para a sua visita. Eles recebem a mesma
missão do precursor João Batista: preparar o caminho do Senhor. Vindo da
Galileia, Jesus dirige-se à Cidade Santa, onde pretende oferecer a própria vida
em sacrifício para a salvação da humanidade. Mas o anúncio prévio de sua
chegada de nada adiantou. Jesus e seus discípulos não são bem recebidos pelos
samaritanos.
Indignados, os Apóstolos Tiago e João
perguntam a Jesus: Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os
consuma?” Ditas pelos Apóstolos, tais palavras causam estranheza. Ficamos
surpreendidos ao vê-los sugerindo a destruição de uma pequena aldeia. Embora
judeus e samaritanos estivessem divididos por séculos de história, Jesus decide
passar por esse território, que ficava entre a Galileia e a Judeia, e ali lhes
pedir hospitalidade. Mesmo não compreendido, o gesto revela o coração humilde e
generoso de Jesus. Sua oferta de amizade é recusada.
À pergunta feita, os Apóstolos recebem de
Jesus, como resposta, uma dura repreensão: “Não sabeis de que espírito sois
animados”. Ao mesmo tempo, Ele procura fazê-los compreender o que o aguarda em
Jerusalém. Lá seria crucificado e entregaria sua vida pela redenção dos judeus,
samaritanos e gentios. Reconciliados com Deus, todos se tornariam um só povo.
Escreve S. Cirilo de Jerusalém: “Jesus persuade, deste modo, os Apóstolos a
serem pacientes e a se guardarem distantes de perturbações de tal gênero”. No
fundo, Jesus já os preparava para também serem rejeitados. A perseguição dos
cristãos era iminente.
Brotam questões sobre a atitude dos samaritanos
nessa recusa em hospedar Jesus. Sem dúvida, eles gozam da liberdade de ação.
Liberdade de acolher ou não o Mestre. No entanto, por razões culturais, que os
precedem, e quem sabe por temerem algum tipo de represália, não o fazem. Por
isso é difícil julgar o modo de agir dos samaritanos do ponto de vista
moral. Para culpá-los seria necessário
definir a conduta humana, independentemente de tais determinações. Em vista
disso, em sua sabedoria e conhecendo o coração das pessoas, Jesus silencia e
continua seu caminho que trará salvação a todos, inclusive aos
samaritanos.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.
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