Reflexão do Evangelho – Domingo, 01 de março
Reflexão do
Evangelho – Domingo, 01 de março
Lc 4,1-11 – As tentações
de Jesus
(Início do tempo
quaresmal)
Por uma opção
livre e pessoal, Jesus vai ao deserto, onde permanece por 40 dias. Humanamente,
coloca-se numa situação muito difícil de sobrevivência, sem comer, com o risco
de desidratar-se... Ele quer solidão, espaço de recolhimento, de oração, silêncio
para dialogar com o Pai, e, entre outras coisas, entender melhor a voz e a
miséria do coração daqueles aos quais Ele iria anunciar o Reino de Deus.
No pleno domínio
de si mesmo, sem titubear, Ele rejeita as ilusões e pretensões de um futuro
prazeroso e tranquilo. Ele ora, medita, e quer que todos, serenos em seus
corações, vivam em paz.
À oferta do
Tentador, sem se desviar da sua missão, Ele responde: “Nem só de pão vive o
homem, mas da Palavra que sai da boca de Deus”. O silêncio o envolve... A voz
do Pai... voz de amor.. amor que tudo preenche, amor que assinala, ao Filho dileto,
a sua missão redentora.
Irredutível em seu propósito, nada O abala. O Tentador não desiste.
Multiplicam-se as provocações: do alto da montanha, ele promete dar-lhe riquezas,
poderio político, os reinos do mundo, um mar de sugestões, que fascinam, que enfeitiçam.
Armadilhas, que Ele evita... E, sereno, não guiado por impulsos, destrói, com a
sublime oferta do pão atemporal, sua própria vida, oferecida pela salvação de
toda a humanidade.
As palavras do Tentador tornam-se proposições
absurdas, desbaratadas, que nada significam; tentativas inócuas para afastá-lo
do cumprimento da missão, que lhe fora dada pelo Pai. Não mais do que meras
sugestões, atrações...
Vencido e confuso,
o Tentador percebe o sussurrar de uma voz: “Ele é Aquele que saciará a fome
espiritual dos que partilham seu pão com os famintos e pobres do mundo; e, no
tempo oportuno, entregará sua vida nas mãos do Pai, que O ressuscitará no
terceiro dia”.
Do outro lado da
montanha, não muito distante, um hino triunfal já se eleva. Soam as
bem-aventuranças, fonte de perdão e de misericórdia para todos os de coração
humilde e simples.
+Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
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