Reflexão de Domingo – 30 de junho

Reflexão de Domingo – 30 de junho

Mt 16, 13-19 - Confissão do Apóstolo Pedro

 

       Um fato marcante na vida de Jesus deu-se perto de Cesareia, cidade edificada pelo tetrarca Felipe, no ano 3 a.C. Visando introduzir os Apóstolos no mistério de Sua missão, Jesus dá início ao plano de constituir a Igreja, cuja raiz e tronco é Israel, à qual ela estaria ligada.      Voltando-se para os Apóstolos, pergunta-lhes: “Quem dizem os homens que eu sou?”.  A ideia que corria, de boca em boca, apontava ser Ele “um homem de Deus” ou João Batista, ou ainda um dos profetas.

Mas vós, meus seguidores, que me acompanham e são testemunhas de minhas ações e de minhas palavras: “Quem dizem que eu sou?”. Como sempre, de modo franco e ardoroso, Pedro responde em nome de todos: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”.

       Momento solene e revelador. Pedro acaba de proferir uma das mais belas profissões de fé, reconhecida por Jesus como inspirada pelo próprio Pai do céu. E ao dizer-lhe: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”, Jesus revela ser Pedro a rocha, princípio externo de continuidade e de unidade da “qahal”, assembleia dos fiéis do Antigo Testamento, restaurada e superada pelo Messias. 

       Ao chamá-lo de “o Cristo de Deus”, o Apóstolo se reporta, evidentemente, ao Messias, compreendido como o Salvador esperado e desejado por todos os homens. Até aquele momento, talvez os Apóstolos julgassem ser Jesus um rei terreno e político. A profissão de Pedro indica-lhes que, no Mestre, se realizam as esperanças messiânicas, ou seja, a formação do Povo messiânico, cuja presença efetiva é a Igreja.

Na Igreja, sinal sacramental da unidade de Deus, a função de Pedro é essencial. Na medida em que confirma os irmãos na fé e na prática da fé, ele é presença de unidade e de comunhão, e isso sem nunca afastar-se de um constante diálogo de amor, como ele próprio atesta  no batismo de Cornélio e de sua família (At 10,1ss): a Igreja tem sempre suas portas abertas para todos.

É relevante lembrar que a mensagem do Senhor exclui toda e qualquer pretensão de uniformidade. A diversidade de costumes, ritos e, mesmo, de formulações doutrinárias confirmam e solidificam a unidade, pois ao sintetizar os contrários, em suas diferenças, a Verdade, que se impõe, confirma e fortalece a unidade. 



+ Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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