Reflexão do Evangelho – Domingo, 08 de outubro
Mt
21,33-43 - Parábola dos vinhateiros homicidas
Através das parábolas, que retratam o
cotidiano da vida, Jesus sugere alegria, coragem e segurança, como características
daqueles que acolhem a sua oferta de salvação e a mensagem de que o Reino de
Deus já está presente entre nós. Consequentemente, afastam-se deles a frieza interior
e a insensibilidade da alma.
Na
parábola dos vinhateiros homicidas, Jesus narra o episódio do dono de uma vinha,
que, após equipá-la devidamente, parte para longe, deixando-a entregue a alguns
arrendatários. Ao chegar o tempo da colheita, ele envia seus servos para
receberem a parte que lhe é devida. Os arrendatários da vinha, armados de
agressiva violência, os submetem ao mesmo tratamento, que fora dado aos profetas:
eles são rejeitados, maltratados e, até mesmo, mortos. A reação violenta dos
vinhateiros, que representam os condutores do Povo da Aliança, destaca S. João
Crisóstomo, “supera em sua atitude sanguinária a dos pecadores e publicanos”, pois,
como proclamavam os profetas, sem o batismo de conversão, os filhos de Abraão fecham-se
à salvação e são como os pagãos.
Após
diversas tentativas inúteis, o proprietário resolve enviar seu próprio filho, designado
como “o herdeiro”, imaginando que, certamente, ele seria poupado. Se antes,
eles tinham negado respeito à autoridade legal dos representantes do dono da
vinha, agora, eles estão diante do filho, o herdeiro, com plenos direitos sobre
ela. Dominados pela ambição, surdos ao apelo definitivo, “eles o agarram e, lançando-o
para fora da vinha, o matam”.
Os
chefes religiosos compreendem que Jesus, ao falar do filho, está aludindo a Ele
próprio, enviado pelo Pai celeste, que, no dizer de S. Irineu, “irá consignar a
vinha, já não mais cercada, mas dilatada por todo o mundo, a outros colonos que
deem fruto ao seu tempo, com a torre de eleição levantada, formosa, no alto
firme; porque em todas as partes resplandece a Igreja; em cada lugar, está
cavado, ao redor, o lagar, pois sempre há os que recebem o Espírito”.
Destituídos
os primeiros arrendatários, os cuidados da vinha são transferidos a outros: ela
não é destruída; preservada em sua identidade, ela permanece como raiz da nova
plantação de Deus, que deverá produzir frutos a seu devido tempo. Morto, o
Filho se tornará a pedra angular do Povo messiânico, que, restaurado em sua
grandeza, produzirá, segundo o Apóstolo S. Paulo, “frutos do Espírito” (Gl
5,22): é o Reino de Deus, sussurro, brisa suave, que se inscreve na história como
reino de misericórdia, de justiça e de paz!
†Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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