Reflexão do Evangelho - Domingo, 09 de dezembro
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
09 de dezembro
Lc
3,1-6 – João Batista, o Pregoeiro de Deus
Conquistada
pelos romanos, reinava uma relativa paz por aquela região do Mediterrâneo, que
compreendia o país de Israel, uma nesga de terra, onde as palmeiras e figueiras
cresciam ao lado de salgueiros e pequenos bosques. Não distante do deserto,
usando “uma roupa de pelos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins”,
João se autodenominava arauto da boa nova da salvação, prestes a acontecer.
Vida de asceta, fiel aos seus votos de
nazareno, João não bebia vinho, não cortava os cabelos, alimentava-se de
gafanhotos e mel silvestre. Qual pregoeiro, com o poder magnético do diferente,
dizia ser a voz daquele que grita no deserto, anunciando o “batismo de
conversão para remissão dos pecados”.
Albores
da paz, da alegria espiritual! Para S. Hilário de Poitiers, a atitude de João
Batista era provocativa, instigadora, razão de sua tal qual ansiedade em
proclamar a todos a vinda do Cristo Salvador. Nos horizontes, delineava-se o
vulto humano do Filho Unigênito e já se ouvia o eco da voz do Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo. Finalmente, os dias de Sua vinda tinham-se
completado.
O último dos profetas do Antigo
Testamento, João Batista, permanecia às margens do Rio Jordão, firme, imóvel,
como sugere o verbo latino “stare”: sua
função não era a de ir à procura de Jesus e segui-lo, mas a de ser seu
precursor, de testemunhá-lo. Segundo o profeta Isaías, a manifestação de Deus
seria precedida pela passagem de um cortejo processional ou triunfal, que transformaria
o deserto em largos vales verdejantes. À frente, em altas vozes, anunciando o
novo Êxodo, um profeta, que o povo identificava a João Batista.
Grande
era a curiosidade. De todas as partes, acorriam pessoas desejosas de ouvi-lo;
de Jerusalém vieram “sacerdotes e levitas para interrogá-lo”. À mente dos que o
ouviam, fervilhavam interrogações: “É ele o nosso Libertador? O Messias
prometido? É ele que trará a salvação a Israel, às nações e a toda a humanidade?
”.
O
mesmo Espírito, que inspirava e guiava João, e os tinha atraído até ele, certamente,
permitiria que reconhecessem a voz daquele de quem João dizia não ser digno nem
mesmo de desatar as correias de suas sandálias.
+ Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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