Reflexão do Evangelho - Domingo, 06 de janeiro
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
06 de janeiro
Mt
2, 1-12 – Epifania do Senhor
O que se entende por Epifania? Uma
compreensão correta e perfeitamente adequada do que significa Epifania, que nada
tem a ver com a acepção comum de “manifestação”, pode-se obter relacionando-a
ao termo “glória”, em seu sentido bíblico. Se no sentido profano, glória
significa a estima que uma pessoa goza entre as demais, na Bíblia, ela designa
um atributo próprio da pessoa. Aliás, o contraste entre a significação profana
e bíblica é um fenômeno bastante curioso da história da linguagem.
O Novo Testamento, prolongando a tradição da
Septuaginta, acentua o caráter religioso do termo “glória”, como um modo divino
de ser: a magnificência, o poder e o esplendor de Deus. Em S. João, o termo “glória”
tem um caráter claramente espiritual; ele designa a divindade de Jesus, que se revela
nos sinais de seu poder, principalmente, em sua morte, ressurreição e ascensão:
sua plena epifania.
A
descrição bíblica do relato da festa da Epifania traz indicações muito
sugestivas e apropriadas. Em Jerusalém, logo após colher as informações
precisas do nascimento do Messias, os Magos retomam a estrada, dirigindo-se a
Belém.
Nada de perder tempo! Mas “eis que a estrela
que tinham visto no Oriente ia à frente deles até que parou sobre o lugar onde
se encontrava o Menino”. Fato que leva S. Inácio de Antioquia a exclamar:
“Todos os astros, juntamente com o sol e a luz, formaram coro em torno do
astro, e ele projetou sua luz mais do que todos”.
Ao
entrarem na pequena gruta, os Magos ficam impressionados com a simplicidade e a
rústica beleza do ambiente: era um estábulo e na manjedoura, deitado, um
Menino. Imediatamente, conforme costume oriental, eles se prostram em adoração
e oferecem-lhe os presentes, que traziam consigo. S. Leão Magno escreve: “Do
tesouro de seu espírito, oferece ouro, aquele que reconhece o Cristo como rei
de toda criatura; mirra, aquele que crê ser o Filho de Deus em nossa natureza
humana; incenso, em sinal de profunda reverência, aquele que confessa ser Ele igual
ao Pai, em tudo, absolutamente”.
É
a Epifania, epipháneia, revelação da
glória de Jesus ao mundo; cântico de louvor, exórdio do Evangelho do amor e da
esperança; revelação da bondade misericordiosa de Deus, enviando o Filho eterno,
que se fez Irmão no seio da Virgem Mãe de Nazaré. Caminho para o Pai Criador;
caminho para o sentido da vida, Ele é a unidade no amor, destino pretendido por
Deus, inscrito no coração de cada pessoa.
Na
gruta, o povo de Israel, representado pelos pastores, os demais povos e nações,
representados pelos Magos; unidos, adoram o Menino Jesus, que de braços
abertos, como na Cruz, realiza, na justiça e na paz, a harmonia de todos com
todos.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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