Reflexão do Evangelho - Domingo, 17 de novembro


Reflexão do Evangelho
Domingo, 17 de novembro
Anúncio do fim dos tempos – Lc 21,5-19


        Em nossas reflexões, meditávamos sobre a ação criadora de Deus, que, em sua infinita bondade, criou o homem à sua imagem e semelhança.
          Muitos dos primeiros cristãos, os Santos Padres, escreveram, a esse respeito, verdadeiros tratados teológicos, como S. Gregório de Nissa. Outros, que viviam no deserto, os monges, apresentaram uma antropologia prática, que refletia a luta interior pela verdade do ser humano. Há aqueles, como S. Máximo, S. Simeão e Santo Agostinho, que apresentaram, em meio às lutas diárias de uma vida apostólica, sua caminhada mística para Deus.
     Mergulhados em intensas reflexões teológicas, eles estão seguros de que é no próprio homem, desde que ele se reconheça pessoa humana, que estão presentes, em sua própria estrutura, o grande enigma da reflexão sobre sua vida espiritual e a abertura para uma vida além da morte.
       A pessoa humana, mesmo em sua individualidade, não se reduz à matéria, nem pode ser escrava de um único modelo de mundo. Em seu próprio interior, ela sente a necessidade de se realizar no dom de si mesma, identificando-se, no amor, à totalidade dos seres humanos e à natureza, denominada “mãe” terra.
         Afinal, mais do que uma simples coletividade, a pessoa é uma unidade, que lhe permite apreender as coisas primeiras e últimas, pois nela há certa imanência do paraíso e do Reino de Deus: nostalgia inata da imortalidade e do paraíso perdido, nostalgia renovada e transmitida, como realidade futura, na pessoa do Filho de Deus feito homem.
 É maravilhoso! O Fim dos Tempos não é uma realidade trágica e temerosa; é a manifestação do supremo amor, que reúne a todos, cada qual com sua característica própria. A Vinda do Senhor não olha para o passado, abre-nos para nossa integração, aperfeiçoamento...
Na presença da infinita misericórdia de Deus, todos ouvirão a voz tranquila e amorosa do Senhor, conduzindo-os à plenitude do amor e da misericórdia.
 Proclama Santo Agostinho: “Recriados por Ele, e aperfeiçoados por uma graça mais abundante, veremos, naquele repouso eterno, que Ele, tudo em todos, é o Deus, que nos plenifica”. Teilhard de Chardin, por sua vez, exclama: “Como um raio, como um incêndio, como um dilúvio, a atração do Filho do homem agarrará, para reuni-los ou para submetê-los ao seu corpo, todos os elementos que gravitam no universo”.




+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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