Reflexão do Evangelho - Domingo, 24 de novembro
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
24 de novembro
Cristo,
Rei do Universo – Lc 23,35-43
Ao
longo da História, como se preanunciasse as transformações pelas
quais iria passar, a Igreja proclamou a paz e, associada ao tema da
vida, a liberdade e a sua conquista, pois o Espírito, como “o
vento, sopra onde quer” (Jo 3,8).
Num
dos mais tormentosos períodos da vida da Igreja, tempo de
perseguições externas e crises internas, século II, S. Irineu,
Bispo de Lyon, “honrava seu nome, pois era pacificador, pelo nome e
pela conduta”, escrevia Eusébio (História
Eclesiástica,
V,70).
Em
sua exposição teológica, Irineu utiliza o termo “recapitulação”,
para exprimir a harmonização, a síntese de todos os seres humanos,
do primeiro ao último. Nesse sentido, Cristo recapitula a humanidade
inteira, pois ninguém é excluído do seu plano salvador: todos são
convocados por Ele à feliz e eterna comunhão com Aquele que semeou
em nossa existência sinais do seu Amor infinito...
A
natureza resgatada e renovada, na pessoa do Filho de Deus feito
homem, estende-se para além de suas limitações; transcende seus
próprios confins e abre-se para as mais diversas dimensões da
realidade humana. Torna-se força essencial para fortificar a união
fraternal comunitária, qualificando-nos como membros de um corpo
único.
Porém,
isto não significa que a pessoa humana é diminuída ou supressa.
Pelo contrário, em sua verdadeira diversidade e mediante a comunhão
pessoal com Cristo, ela se liberta do egocentrismo da “natureza
fragmentada”, e estabelece um livre relacionamento com o mundo e
com os demais seres humanos. Daí a celebérrima frase de S. Irineu:
“A glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão
de Deus” (Adv.
Haer. IV,20,7).
Palavras
que soam como profecia da plenitude integral de nossa realização,
que nos permite alcançar, graças à presença do Espírito Santo na
História, o autêntico lugar de nossa relação única e irrepetível
com Deus e com toda a criação.
No
Filho Jesus, tornamo-nos participantes da Trindade Santa, pois o
próprio Pai celestial é Pessoa por se relacionar, pròs
tòn Theòn,
inteiramente, com o Seu Filho, também, Pessoa, na totalidade do Seu
amor.
+Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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