Reflexão do Evangelho - Domingo, 05 de julho
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
05 de julho
Mt
11,25-30 - Evangelho revelado aos simples
Ao redor de Jesus, os discípulos
formavam um grupo itinerante, que passava de vilarejo em vilarejo, escalando os
declives da estrada, muitas vezes, sob um sol causticante. O olhar do Mestre
lhes dava força, ânimo; Suas Palavras incutiam-lhes confiança: “Haverá alguém
dentre vós que, se o filho lhe pedir um pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe
pedir um peixe, lhe dará um escorpião?” (Lc 11,11).
Certa
feita, emocionado, Jesus exclama: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da
terra, porque ocultaste essas coisas aos sábios e poderosos e as revelaste aos
pequeninos”. Para o Pai, não importa o
passado pecaminoso de alguém; essencial é o hoje, possibilidade de um futuro. O
seu desejo é revelar a Verdade do Filho, que veio para salvar a todos,
introduzindo-os na intimidade da vida divina. Dom precioso, fruto do amor do
Pai!
Maravilha!
Pedro o recebeu e o expressa numa bela e perene profissão de fé: “Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo”. Mas, os que se julgam “sábios e poderosos” poderão
acolher Aquele que é generosidade, perdão, misericórdia? Parecem impenetráveis
à mensagem do Filho. Porém, Ele insiste, não desiste...
Santo Agostinho, em suas interrogações
espirituais, sente-se surpreso ao ouvir a descrição de Jesus, a respeito de sua
missão: “Eu vim não para ser servido, mas para servir”. Fascinado, ele exclama:
“Este é o meu Deus! A quem os soberbos resistem, e os humildes acolhem. Por Ti
suspiro! Que eu possa trilhar o caminho da humildade, e conhecer-Te sempre
mais!”. Alegria total! Eis a resposta, tão ardentemente, buscada! É simples, está
ao alcance de todos: basta acolher, como Jesus, a condição terrena, a “humilitas”.
“Pequenino”,
Agostinho transfere sua vida interior, de modo pleno e livre, para as mãos
bondosas e misericordiosas de Deus. O caminho para chegar a Deus passou pelo
encontro consigo mesmo, pelo reconhecimento de uma existência pessoal e pela
experiência de uma liberdade, que o tornou, no amor, sempre mais humano, no relacionamento
com todos.
Ele se retira para o deserto, para o silêncio
da oração e da contemplação. Em si mesmo, ele encontra compreensão, perdão,
paz. E, com coração sereno, passa a tratar a todos com sabedoria e
misericórdia.
Agostinho
sente um abraço, no dizer do salmo, o abraço do Pai!
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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