Reflexão do Evangelho - Domingo, 12 de julho
Reflexão do Evangelho
Domingo, 12 de julho
Mt 13,1-9 - Parábola do semeador
Aos olhos de Jesus,
estende-se uma larga e fértil planície, cheia de luz e de vida, terra pródiga,
que acolhe a semente lançada por um zeloso semeador. Não muito longe, o mar da
Galileia. À sua margem, sentado, Jesus. Ao seu redor, uma multidão, que, atenta,
ouvia pequenas histórias, as parábolas, extraídas da natureza e da vida
cotidiana dos ouvintes.
Naquele
instante, Ele narrava a parábola do semeador, cujas sementes, lançadas em
terra, teriam destinos diversos, segundo a qualidade de cada terreno. Algumas, deixadas
à beira do caminho, tornam-se um saboroso petisco para os pássaros; outras, em
lugar pedregoso, logo secam; as que caíram entre os espinhos, comparados por São
Jerônimo “aos escravos dos prazeres e dos cuidados deste mundo”, morrem
sufocadas.
O enviado do Pai, seu
Filho Jesus, é o missionário do amor e da paz, valores presentes no coração da
história, como um germe de esperança e de luz. É algo novo, algo
revolucionário: suas palavras descartam uma religião que, pela voz dos profetas,
anunciava o julgamento e a salvação, como atos futuros. O Reino de Deus é uma
realidade, não só iminente, mas já presente, ao alcance de todos. Impunha-se
uma decisão: aceitá-lo ou recusá-lo.
O triunfo final é prefigurado
pelas sementes, que, lançadas em terra boa, dão frutos abundantes, além de toda
expectativa; o rendimento é vertiginoso, trinta, até sessenta ou cem “frutos
por semente”.
O eschaton, momento
final, vivido sob o impulso do amor, força transformadora de todo
relacionamento, assegura a justiça e a paz, frutos da evolução do mundo, mas,
principalmente, da ação benevolente de Deus, que antecipa, no tempo de
esperança, as realidades futuras. No já agora do presente se concretiza a
realidade esperada. Numa profundidade nunca vista, irrompe-se o amor divino não
só criador, mas também salvador e recriador, força que abre as fronteiras, para
que, juntos, possamos amar o bem e construir uma sociedade mais justa e
verdadeira.
As sementes do
Logos, da razão divina, quais centelhas da Verdade, transformam o mundo, a
partir de dentro, não destruindo, mas dando-lhes um novo significado,
sobretudo, sob o ponto de vista social e sociocultural: um Deus que se empenha
em favor dos pobres e injustiçados e o homem, que compreende a salvação, dom
divino, como expressão plena de um mundo sempre mais humano, isento de
dominação, no qual todos são chamados a viver como filhos e filhas de Deus, na
concórdia e na caridade fraterna.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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