Reflexão do Evangelho – Domingo, 20 de setembro
Reflexão
do Evangelho – Domingo, 20 de setembro
Mt
20, 1-16 - Generosidade do Patrão
Para além dos inúmeros preceitos jurídicos e
morais, Jesus proclama a herança espiritual de Moisés, reafirmada pelos
profetas: o amor a Deus na solidariedade e na dedicação misericordiosa ao
próximo.
É a instauração do Reino de Deus, comparado por Ele
a uma vinha, cujo dono, ao final do dia, paga aos trabalhadores, conforme a sua
generosidade e não pelos resultados obtidos. De fato, segundo as orientações
recebidas, o administrador dá a cada um a mesma importância, a começar pelos que
tinham chegado ao final da tarde, terminando com os que tinham trabalhado o dia
todo.
O objetivo é ressaltar a atitude compreensiva e
bondosa do dono da vinha, pois a diária dada a cada um correspondia ao que era
necessário para colocar alimento à mesa de sua família. Por outro lado, é
bastante compreensível a reação de descontentamento dos que tinham chegado à
primeira hora: além de terem suportado o calor do dia, trabalharam bem mais. Sob
o ângulo da justiça, sentem-se lesados e injustiçados.
Porém, a um deles,
com um tom de voz suave e tranquilo, diz o proprietário: “Amigo, não fui
injusto contigo. Não combinaste um denário? Toma o que é teu e vai. Eu quero
dar a este último o mesmo que a ti. Não tenho o direito de fazer o que eu quero
com o que é meu? Ou o teu olho é mau porque eu sou bom?”.
Jesus assegura
que a todos, nos múltiplos períodos da história da humanidade, caso trabalhem
em Sua vinha, será concedido o mesmo salário: a salvação, a eterna comunhão com
Deus. S. Cirilo de Alexandria observa: “A todos, que seguem o Mestre, é dada a
mesma importância, a salvação, a vida feliz em Deus”.
Ele é o “princípio pessoal de unidade”, o Homem
Novo, que reconcilia os da primeira hora, os judeus, com os da última hora, os
pagãos, pela força do amor e não, simplesmente, pelo cumprimento da Lei ou por
um princípio abstrato. Realizam-se, assim, as palavras dos profetas Isaías 3,14-15
e Miqueias 4,1-8, que apregoavam uma justa e nova redistribuição de todos os
bens, feita pelo próprio Deus.
+Dom Fernando Antônio
Figueiredo, ofm
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