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Mostrando postagens de maio, 2017

Reflexão do Evangelho –Domingo, 28 de maio

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Lc 24,46-53 - A Ascensão de Jesus               Tendo consumado o seu “êxodo”, Jesus aparece aos Apóstolos para confirmá-los na fé e designar-lhes uma missão divina: anunciar a todos os povos o Evangelho do amor e da misericórdia. Após abençoá-los, Ele “foi arrebatado ao céu e sentou-se à direita de Deus”, donde virá, no fim dos tempos, para que toda a criação alcance aquela plenitude intencionada por Deus. Assim, testemunhada pelos Apóstolos, não só por três deles, como no monte Tabor, mas por todos eles, a Ascensão abrange na pessoa de Jesus toda a humanidade, no interior da qual borbulha a força do amor inefável de Deus que a renova e a conduz à sua plena realização. É algo simples, porém, sublime, que torna o homem participante da nova criação de Deus. Essa orientação para o futuro, que poderia ser chamada de esperança, é descrita por S. Agostinho como efeito da graça santificante e pelos antigos autores como deificação ( théosis ), que espiritualmente significa: dei

Reflexão do Evangelho – Domingo, 21 de maio

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Jo 14-15-21 - Espírito da Verdade             Por volta da hora do crepúsculo, dirigindo-se em direção ao monte das Oliveiras, Jesus ergue os olhos para o céu e pede ao Pai: “Glorifica o teu Filho para que o teu Filho te glorifique”.  Em tom suave e com um afeto profundo pelos que o cercavam, Ele os conduz a uma filial confiança em Deus, nomeando-o: “Pai”, “Pai santo”, “Pai Justo”. No tempo de Jesus, embora essa palavra, comum da vida familiar, não fosse empregada ao se dirigir a Deus, Ele a usa normalmente, o que revela sua maneira simples, espontânea e não convencional de orar. Assim, para espanto dos discípulos, com voz serena e imperturbável, Ele diz: “Pai, chegou a hora! Glorifica teu Filho, para que Ele te glorifique”. A sua despedida corresponde ao momento solene de sua entronização na glória celeste, e à manifestação do seu amor por todos os seus seguidores, aos quais Ele transmite, na oração “sacerdotal”, o seu testamento.          Ao longe, a lua cheia tingia

Reflexão do Evangelho – Domingo, 14 de maio

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Jo 14,1- 12 - Não se perturbe o vosso coração             O sol brilhava na manhã de quinta-feira, quando Jesus pediu aos Apóstolos que preparassem a ceia pascal, a última que Ele celebraria com eles. Assim, no crepúsculo daquele mesmo dia, Ele entra na cidade de Jerusalém; dirige-se à sala preparada para a ceia e convida os apóstolos a se unirem a Ele na celebração da “nova Páscoa”, ação simbólica e profética, que recordaria, não apenas, a libertação de um povo, mas também a dádiva da entrega de sua vida por toda a humanidade. Os dois acontecimentos, a “Ceia do Senhor” e a “Morte de Cruz”, exprimem o mesmo ato de serviço de amor prestado por Jesus, considerado sob dois pontos de vista diferentes. Nesse sentido, S. Efrém escreve: “Na ceia, Cristo mesmo se imolou. Na cruz, Ele foi imolado” (Hinos sobre a crucifixão 3,1).    Após a Ceia, Jesus conforta e tranquiliza os Apóstolos, que se sentiam perturbados pela questão de quem seria o traidor. Mas até mesmo suas palavras

Reflexão do Evangelho – Domingo, 07 de maio

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Jo 10, 1-10 - O Bom Pastor             Escolhido por Deus como filho primogênito, Israel tem consciência de que a glória de Deus o acompanhou em sua peregrinação através do deserto e iluminou o Templo como prova de sua graciosa presença no meio de seu povo. De início, nômades, os israelitas faziam parte de uma civilização pastoril, que via na figura do pastor o amigo, sempre pronto a defender o rebanho contra as feras e os assaltos de ladrões. Ele conhecia cada uma das ovelhas, cuidava delas como suas filhas e, quando necessário, levava-as em seus braços. As ovelhas seguem prontamente o pastor, mas não reconhecem a voz do ladrão ou do mercenário e, por isso, negam-se a acompanhá-lo. No entanto, movido pelo egoísmo ou por interesses pessoais, este entra furtivamente, causando danos ao redil. Ao invés, entre o pastor e as ovelhas cresce uma relação de familiaridade e de ternura: Ele é a porta por onde as ovelhas transitam livremente; é o lugar seguro por onde elas entram

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira, 03 de maio

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Jo 14,7-14 - Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Jesus é o caminho para o Pai. Caminho prefigurado pelo povo de Israel, que atravessou o deserto conduzido por Moisés para chegar à Terra Prometida. No tempo presente, com “nossos olhos agora iluminados pelo colírio da fé”, no dizer de Agostinho, somos conduzidos não por Moisés, mas pelo Divino Mediador, pois diz Jesus: “Ninguém vem ao Pai a não ser por mim”. Ele é a manifestação da ternura e do amor de Deus para quem se dispõe a receber, através de seu modo de proceder e de sua prática de vida, a ajuda misericordiosa do Pai. Quem confia em Jesus, pauta sua vida na prática de Jesus, garantia de chegar à comunhão salutar com Deus e à realização humana, pois Ele é profunda e surpreendentemente humano para com seus semelhantes. Na pessoa de Jesus, Deus veio ao mundo para buscar “a ovelha desgarrada” e, quando o Filho se eleva ao Céu, “apresenta ao Pai a humanidade reencontrada” (Santo Irineu). Se o apelo de João Batista se

Reflexão do Evangelho - Terça-feira, 02 de maio

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Jo 6, 30-35 - Deu-lhes pão do céu a comer             Logo após o milagre da multiplicação dos pães, parece-nos descabida a pergunta feita a Jesus: “Que sinal realizas, para que vejamos e creiamos em ti? Que obras fazes? ”. Na verdade, não são poucos aqueles que desejam testá-lo e mesmo confundi-lo; mas há também aqueles que lhe pedem um sinal “proveniente do céu”, como uma confirmação de sua autoridade.    Sem se prender a essas discussões, Jesus alude ao maná, dado por Moisés aos seus antepassados, perecível e apenas capaz de alimentar o corpo mortal, que foi, no máximo, uma prefiguração do pão do céu. Agora, Ele lhes concede o verdadeiro pão do céu, que, por sua natureza, é imperecível, e, por seu efeito, é fonte de vida eterna para os que o recebem. Este pão não é do passado, nem mediado por Moisés, é Ele mesmo, o único que desceu do céu.         Ao ouvi-lo, são os próprios Apóstolos que se voltam para o Mestre e exclamam: “Dá-nos sempre deste pão! ”. Como talvez

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira, 01 de maio

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Mt 13,54-58 - Jesus em Nazaré (São José Operário)             Jesus encontra-se, mais uma vez, na sinagoga de Nazaré, cidade onde fora criado. Durante 30 anos, Ele tinha vivido naquele pequeno vilarejo, como um cidadão comum, inserido na espessura da condição humana, em seu aspecto familiar, social e religioso. Seu nome não tinha um significado maior para os seus conterrâneos, muito menos para os que estavam presentes naquela cerimônia, a não ser o que se dizia a respeito de seus ensinamentos e dos milagres, realizados por Ele. A curiosidade era grande. O trecho das Escrituras, que Ele acabara de ler, era do profeta Isaías (61,1-2), que falava do Messias, profeta dos últimos dias, e do Ano da graça do Senhor. A tendência constante de Jesus era promover a interiorização da Lei, e proclamar a irrupção iminente do Reino de Deus, cujo elemento decisivo e motor de realização é o amor. Embora a frieza dos ouvintes fosse perceptível, Jesus declara que o que acabara de ler, a