Reflexão do Evangelho - Segunda-feira, 01 de maio
Mt
13,54-58 - Jesus em Nazaré (São José Operário)
Jesus encontra-se, mais uma vez, na
sinagoga de Nazaré, cidade onde fora criado. Durante 30 anos, Ele tinha vivido
naquele pequeno vilarejo, como um cidadão comum, inserido na espessura da
condição humana, em seu aspecto familiar, social e religioso. Seu nome não
tinha um significado maior para os seus conterrâneos, muito menos para os que
estavam presentes naquela cerimônia, a não ser o que se dizia a respeito de
seus ensinamentos e dos milagres, realizados por Ele. A curiosidade era grande.
O
trecho das Escrituras, que Ele acabara de ler, era do profeta Isaías (61,1-2), que
falava do Messias, profeta dos últimos dias, e do Ano da graça do Senhor. A
tendência constante de Jesus era promover a interiorização da Lei, e proclamar
a irrupção iminente do Reino de Deus, cujo elemento decisivo e motor de
realização é o amor. Embora a frieza dos ouvintes fosse perceptível, Jesus declara
que o que acabara de ler, a profecia de Isaías, estava se realizando em sua
pessoa, presença eficaz e renovadora de Deus. Infelizmente, eles não são
capazes de entender a verdadeira intenção de suas palavras. Porém, seus
comentários sobre Isaías e as alusões feitas aos profetas Elias e Eliseu lhes
deixavam atônitos, a ponto de se perguntarem: “Como tem essa sabedoria, sem ter
frequentado as escolas rabínicas de Jerusalém? Porventura, não é Ele o filho de
José, o carpinteiro? ”.
Com
isso, há o reconhecimento de que Jesus, assim como seu pai adotivo, José,
exerceram uma atividade simples e braçal, dignificando e santificando toda
forma de trabalho humano. Se o trabalho é um dever inelutável de todo homem, ele
é também um direito, reconhecido, solenemente, na Declaração Universal dos
Direitos Humanos. Por isso, ao defrontarmos com a realidade atual de milhões de
desempregados, sentimos a urgente necessidade de urgir, junto às autoridades
responsáveis, a garantia de que todos tenham a possibilidade de ter emprego. Daí
o fato de a Doutrina Social da Igreja colocar como “chave da questão social” o
trabalho e a justa remuneração para prover a subsistência daquele que trabalha
e de seus dependentes, tendo sempre presente que o ser humano não foi feito
para a economia, mas sim a economia para o ser humano.
No
dia de hoje, S. José nos convida a sermos íntegros e honestos, deixando-nos
conduzir não por motivos indignos e corruptos, mas por uma consciência reta,
capaz de sacrificar interesses pessoais em vista de um projeto que beneficia a
todos. S. Francisco de Assis lembrava aos irmãos que o valor de uma atividade não
se mede pela categoria a que pertence, mas pela dedicação e perfeição com que é
realizada.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
Comentários
Postar um comentário