Reflexão do Evangelho – Domingo, 07 de maio
Jo
10, 1-10 - O Bom Pastor
Escolhido por Deus como filho primogênito,
Israel tem consciência de que a glória de Deus o acompanhou em sua peregrinação
através do deserto e iluminou o Templo como prova de sua graciosa presença no
meio de seu povo. De início, nômades, os israelitas faziam parte de uma
civilização pastoril, que via na figura do pastor o amigo, sempre pronto a
defender o rebanho contra as feras e os assaltos de ladrões. Ele conhecia cada
uma das ovelhas, cuidava delas como suas filhas e, quando necessário, levava-as
em seus braços.
As
ovelhas seguem prontamente o pastor, mas não reconhecem a voz do ladrão ou do
mercenário e, por isso, negam-se a acompanhá-lo. No entanto, movido pelo egoísmo
ou por interesses pessoais, este entra furtivamente, causando danos ao redil.
Ao invés, entre o pastor e as ovelhas cresce uma relação de familiaridade e de
ternura: Ele é a porta por onde as ovelhas transitam livremente; é o lugar
seguro por onde elas entram e por onde chegam às verdes pastagens, clara alusão
à Terra Prometida.
No
Antigo testamento, Deus é denominado pastor de seu povo e, nos Evangelhos,
Jesus se apresenta como o bom Pastor, que conhece e ama as suas ovelhas e
arrisca sua vida para procurar e salvar a que se perdera. Embora não utilize o título
de pastor para designar a missão dos Apóstolos, Ele descreve o seu ministério,
como também o de seus seguidores, sob os traços misericordiosos e solícitos do
pastor que cuida de suas ovelhas e empenha sua vida para defendê-las. À
solicitude do pastor corresponde a confiança das ovelhas, que, pela manhã,
atendem à voz daquele que as chama, por seu nome, e as conduz aos pastos
disponíveis.
Através
desta parábola, Jesus se apresenta como o bom Pastor, que reúne ao seu redor todos
os que escutam a sua voz. Entre eles, existe uma comunhão, comunhão de vida,
cuja fonte é o Pai. Por isso, a intimidade que existe entre as ovelhas e o bom
pastor, o Filho Jesus, é a mesma dele com o Pai: o Pai o ama e Ele ama os que
são do Pai, a ponto de empenhar sua própria vida por elas.
Em contraste com o mercenário, que rouba, que
dispersa e foge quando aparece um perigo, Jesus é o novo Davi, o verdadeiro
pastor de Israel, que quer reunir a todos, os que vêm de perto, os judeus, e os
que pertencem a outros povos, “que não são deste pátio”, do pátio do Templo. Por
conseguinte, a salvação escatológica, que Ele oferece ao mundo, conserva uma
relação permanente com o judaísmo: Jesus se imola por todos os que o Pai lhe
deu e que jamais serão arrancados de seus braços, pois “haverá um só rebanho,
com um só pastor”. Dessa forma, cumpre-se a Aliança de Deus com o seu povo e se
acentua a restauração universal, que exprime a salvação definitiva em e por
Jesus, “pois não há, debaixo do céu, outro nome dado aos homens pelo qual
devamos ser salvos” (At 4,12).
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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