Reflexão do Evangelho - Domingo, 04 de abril
Reflexão
do Evangelho - Domingo, 04 de abril
Mc 1,29-39
- A cura da sogra de Pedro
Desde o início de sua vida pública, passando
por Cafarnaum, Jesus costumava ir à casa de Simão Pedro. Certa feita, sabendo
que sua sogra estava doente, sem que houvesse uma profissão de fé prévia, Jesus
tomou a iniciativa, dela se aproximou e a ergueu pela mão, levantando-a da
cama. Trata-se de um milagre muito simples, a cura de uma febre banal, narrado
em toda sua singeleza, sem retoques e acréscimos, para mostrar como Jesus vê o ser
humano em sua situação real.
O
Evangelho não é fruto de uma ideologia, sem base na realidade histórica,
realmente, não! Ele é a “Boa-Nova” da vinda do reino de Deus, que tem seu
início na vida de Jesus de Nazaré, “luz do mundo”, segundo o profeta Isaías
(42,6-7). S. Jerônimo, ao ler a cura da sogra de Pedro, suplica: “Que o Senhor
toque também nossa mão, para que sejam purificadas nossas obras, que Ele entre
em nossa casa, para que nos levantemos para servir”. De fato, graças ao toque
do Senhor, a febre imediatamente passou e ela pôs-se a servi-los.
Apesar
de se referir a um milagre e caracterizar a atitude muita humana de Jesus em
sua bondade e amizade, o relato salienta que a fé se manifesta em pessoas e atos
simples e corriqueiros da vida. Evita-se assim o perigo de a religião perder
seu equilíbrio e se enveredar para o que é apenas exterior e ritualista,
substituindo a prática da fé por obrigações formais e cultuais.
Através das
curas, manifestações da benevolência de Deus e de seu inesgotável amor, Jesus incentiva
seus seguidores a compreenderem que a realidade de cada um supõe uma referência
ao outro e inclui a necessidade de ter sempre a mão estendida àquele que está
caído, para levantá-lo e transmitir-lhe novo ânimo; àquele que está angustiado
ou acorrentado às realidades materiais, para resgatá-lo e reconciliá-lo com
Deus.
Quais arautos da jubilosa
era da presença de Jesus, eles irão anunciar a vinda do Reino de Deus e
despertar numerosas pessoas para servirem o pão da misericórdia e da bondade
aos seus semelhantes.
Com a cura da sogra de Simão Pedro, a fama do Mestre correu de
boca em boca e se espalhou por toda a região. Após atender às súplicas de
todos, impondo as mãos sobre eles, ao raiar do dia, como era seu costume, afastou-se
para um lugar solitário, pondo-se em oração. Considerando que Deus toma a
iniciativa de vir a nós, humildemente, passaremos a rezar, pois a oração, no
dizer de S. Agostinho, não tende a atrair Deus para nós, “Ele é mais íntimo a
nós que nós a nós mesmos”, mas ela nos aproxima de Deus e nos permite tomar consciência
de sua proximidade.
†Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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