Reflexão do Evangelho – Domingo, 08 de abril


Reflexão do Evangelho – Domingo, 08 de abril
Domingo da Misericórdia
Jo 20, 19-31 - Aparição de Jesus ao Apóstolo Tomé


Com benevolência e firmeza, o Deus revelado por Jesus conduz a História dos Homens, não de modo impessoal, mas mediante sua bondade paterna, princípio de toda realidade interior e exterior. Porém, para que o ser humano pudesse compreender e viver a grandeza de suas origens e o destino pretendido pelo Pai, o Filho, gerado no ato eterno, foi enviado à humanidade e feito nosso Irmão no seio da Virgem de Nazaré, Maria.  
De uma maneira simples, direta, profundamente humana, Jesus traça uma nova história da salvação ligada ao anúncio de um mundo de justiça e de paz para toda a humanidade. Os que acolhem a sua mensagem descobrem o Nome do Criador, o Pai, que ao criar “viu que isto era bom”, e tornam-se dignos de sua bondade.
Hoje, domingo da Misericórdia, tomamos consciência de que a bondade última de Deus está próxima a nós e em nós, através da ação misericordiosa de Jesus. A misericórdia, mais do que um sentimento, é um ato globalizante do amor, que expressa, de modo concreto, a bondade e a lealdade recíprocas. Amigo dos pecadores e publicanos, Jesus se faz presente à mesa deles e com infinita delicadeza cura os doentes e alimenta as multidões famintas.  
Após a ressurreição, como na tarde daquele “dia, o primeiro da semana”, Ele vem ao encontro dos discípulos. Reunidos em Jerusalém, com as portas bem fechadas por medo ainda das perseguições, de repente, eles ouvem uma voz que lhes era bem conhecida: “A paz esteja convosco”. Surpresos e alegres, eles exclamam: “É o Senhor! ”. Com eles, Tomé, aquele que tinha dito: “Se eu não vir em suas mãos o lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não acreditarei”.  
          Sentindo o palpitar do coração do apóstolo, o Mestre lhe diz: “Põe o teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende a tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas creia”.
Imediatamente, ele se prostra diante de Jesus e profere uma das mais belas profissões de fé do Novo Testamento: “Meu Senhor e meu Deus! ”. S. Agostinho dirá: “Tomé via e tocava o homem, mas confessava a sua fé em Deus, a quem não via nem tocava. Mas o que via e tocava o induzia a crer no que até agora havia duvidado”.
Prioridade do crer sobre o ver! Mais do que por sua face, Jesus será reconhecido por suas chagas, por seu amor misericordioso.



†Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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