Reflexão do Evangelho – Domingo, 27 de maio
Reflexão
do Evangelho – Domingo, 27 de maio
Mt
28,16-20 - Um só Deus em três Pessoas
Na
revelação bíblica, a Santíssima Trindade não é compreendida de modo abstrato,
como um conhecimento intelectual, mas sim na vida de comunhão, enunciada por
Jesus e realizada pelo Espírito Santo. A discórdia e a divisão, presentes no
indivíduo, são superadas pela união inefável com o Deus Trino, que lhe permite reconhecer
que cada Pessoa divina, Pai, Filho e Espírito Santo, não é uma parte da
Trindade, mas é plenamente Deus, graças à unidade de natureza.
Apesar
das características que distinguem uns dos outros, nossa identidade individual,
nosso crescimento e realização requerem uma abertura ao outro e uma comunhão
com o outro. Fantástico! Viver o mistério da Trindade Santa é viver a comunhão
com os que estão à nossa volta, amar os que estão distantes e respeitar a
grande comunidade de tudo o que existe.
Todavia, quantos são os que se dizem
cristãos “praticantes”, mas que em sua vida cotidiana ignoram a beleza da
inefável intimidade com Cristo! Presente em nossa história, Ele é o sinal do
caráter radicalmente pessoal e misericordioso de cada Pessoa na Trindade, fato
que nos deixa atordoados: Ele é um Deus que mantém estreita relação conosco. E
mais. Nada há de verdadeiramente humano que não encontre eco em seu coração
bondoso e terno, pois tudo foi entregue pelo Pai em sua mão, “e tudo, comenta
S. Atanásio, foi feito por Ele, e pode ser também renovado nele” (PG 25,212).
Os
três, Pai, Filho e Espírito Santo, escreve S. Gregório Nazianzo, “são Um
distintamente e distintos conjuntamente, por mais paradoxal que pareça ser esta
fórmula” (Or. XXIII, De Pace, 8). Embora cada Pessoa tenha
sua característica própria, uma não existe sem a outra e a ação de cada uma é
sempre trinitária. A propósito, são inspiradoras as palavras de Jesus: “Eu
estou no Pai e o Pai está em mim” (Jo 14,11): unidade perfeita, sem qualquer
mistura nem fusão. As três Pessoas coexistem de forma tão íntima e completa,
que constituem uma única fonte de amor e de comunhão.
O
mistério trinitário assinala que não podemos nos prender a uma visão estática e
essencialista do ser de Deus, mas compreender a Trindade Santa em sua ação e
diálogo com os homens. O importante é viver a unidade na comunidade cristã, e
sentir o calor pessoal e humano do Evangelho, pois não só somos receptores, mas
também artífices da História da Salvação: somos “uma pessoa trinitária”, de
comunhão e de amor.
†Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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