Reflexão do Evangelho - Domingo, 13 de janeiro


Reflexão do Evangelho
Domingo, 13 de janeiro
Lc 3,15-16.21-22 - Batismo de Jesus


       Através das profecias, o povo judeu alimentava o antigo sonho de tornar-se imortal; elas, quais raios de luz, anunciavam a vinda de um Deus justo e misericordioso, o Messias, por quem “todo Israel seria salvo”. Mas eis que, lá no deserto, uma voz vibrante bradava, apregoando a chegada de um enviado de Deus, protagonista de um mundo novo.  
Porventura, não seria ele o Messias? Aquele que romperia as “barreiras de separação”, entre judeus e pagãos, e edificaria um Templo espiritual, no qual todos teriam o mesmo acesso ao Pai celestial? Seu nome era João Batista, mas sua missão era bem outra. Ele próprio, numa atitude de sincera humildade, declara não ser nem mesmo digno de desatar as correias de Suas sandálias.
Estando ele a falar, inesperadamente, para seu espanto, um vulto, que mais parecia uma miragem, se aproxima dele para ser batizado. João o pressente em seu coração. Meio atordoado, observa S. Gregório Nazianzeno, “João reluta, Jesus insiste; eu é que devo ser batizado por ti, diz a lâmpada ao Sol, a voz à Palavra”. Sem nada dizer, em silêncio, Jesus desce às águas e “os céus se abrem e o Espírito Santo desce sobre Ele”. Primeiro sinal de salvação para todos os que hão de segui-lo!     
Ao aceitar ser batizado, Jesus dá a entender, profeticamente, que não há quem não seja chamado a se voltar para o Deus todo-poderoso de Israel, que ultrapassa os limites de um simples deus nacional. Através da voz, provinda do alto, o Pai o confirma: “Tu és o meu Filho amado, em Ti ponho o meu benquerer”. A satisfação do Pai, que se manifesta e se cumpre perfeitamente em Jesus, se estende a todos os homens. “Se sua Mãe, Maria, declara S. Máximo, O apresenta aos magos, para que eles O adorem, agora, como Filho amado, o Pai O apresenta às nações para que O acolham”.
Momento solene! Nós, batizados, seguidores de Jesus, tornamos conhecida, no mundo inteiro, a antiga doutrina de Israel de que cada pessoa é uma imagem de Deus. Rompe-se a fronteira entre Deus e o mundo, e todas as criaturas se tornam participantes da inefável eternidade de Deus.  
E como se evidencia, revestidos da dignidade de filhos de Deus pelo Batismo, rejeitamos as diversas formas de opressão de natureza ideológica ou social, e, num grito de liberdade, advogamos a paz e a justiça, e protestamos, solenemente, em favor da verdade, contra as mentiras do mundo e da história, para que todos os homens se reconheçam irmãos e, no amor, juntos, estejam construindo uma mesma Pátria, sinal da vinda do Reino de Deus, anunciado pelo Senhor.



+ Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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