Reflexão do Evangelho - Domingo, 10 de fevereiro
Reflexão do Evangelho
Domingo, 10 de fevereiro
Lc 5,1-11 - Pesca abundante - Vocação
dos primeiros discípulos
Após falar à multidão que se
comprimia ao longo da margem do lago de Genesaré, Jesus sobe ao barco de Pedro
e pede-lhe para lançar as redes. Pescador experimentado, Pedro julgava não ser
aquele o momento mais adequado, pois passara a noite toda tentando pescar, e nada
conseguira.
Confiando no Senhor, Pedro não
titubeia. Após ter percorrido alguns metros, lança a rede e, para seu grande
espanto, o resultado é extraordinário: a rede estava repleta de peixes. Impulsivo
e emotivo, Pedro atira-se aos pés de Jesus, e reconhece estar diante do homem
que ele seguiria pelo resto de sua vida.
Tiago e João, filhos de Zebedeu,
sócios de Simão, também deixam tudo para se tornarem “pescadores de homens”:
não mais, simplesmente, ouvintes de seus ensinamentos, mas participantes ativos
do seu ministério. Abençoando-os, Jesus os faz cruzar os horizontes de uma
visão, puramente, nacionalista, enviando-os para anunciar o Evangelho a todos
os povos, pois o Deus de Israel é também o Deus das nações. O Senhor os moldou,
dotados das qualidades e grandezas da vida divina.
“É fantástico! - exclama S. Cromácio
de Aquileia - Jesus não os escolheu entre os doutores da Lei, nem entre os
escribas, ou entre tantos sábios do mundo, mas entre simples e pobres
pescadores, homens analfabetos e inexperientes! Ele os chama para a missão de
pregadores e para o apostolado”.
Felizes, sem hesitar, eles deixam
tudo e seguem Jesus, que, de modo suave e amoroso, os conduz, paulatinamente,
não a um divino anônimo, mas ao rosto divino do Filho de Deus transfigurado. Realmente,
mais tarde, lá no alto do monte Tabor, eles haverão de contemplar a luz eterna
da sua divindade e reconhecerão ser Ele o Filho do Homem triunfante, caminho a
ser trilhado por todos aqueles que desejam chegar ao Reino misericordioso do
Pai.
Intencionalmente, o texto não
fala de eles terem acompanhado Jesus, mas, de modo bastante sutil, indica terem
sido convocados a se associarem, totalmente, à sua missão, seja no serviço aos seus
semelhantes, seja na perseguição como também em sua morte. A unidade deixa de
ser um princípio abstrato, e passa a ser para eles comunhão com Deus e com a
totalidade da humanidade.
O “lugar” da adoração a Deus é lá
onde Deus é adorado “em espírito e verdade”, pois a salvação é a acolhida não de
uma ideia, nem mesmo de um ideal, mas de uma pessoa, Jesus de Nazaré, que comunica
vida nova e eterna a todos: discípulos, pecadores, publicanos, pagãos, impuros.
Todos se abraçam como irmãos e irmãs, e, ao ritmo da vida, entre lágrimas de
dor e de alegria, realiza-se, na solidariedade, a esperançosa notícia de Jesus:
“O Reino de Deus está perto! ”.
+ Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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