Reflexão do Evangelho - Domingo, 24 de fevereiro
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
24 de fevereiro
Lc
6,27-38 – Misericordiosos como o Pai
Suprema epifania do incomensurável amor
de Cristo: Ele dá não só algo, mas sua própria pessoa para a salvação dos
homens. Projeto de liberdade. Superam-se as fronteiras de raça, de
preconceitos, em favor da reconciliação e da justiça, do amor e da comunhão, que
resultam, como consequência inelutável, a solidariedade humana e o diálogo
entre os povos, uns com os outros.
Deus é conhecido, não apenas sob a veste
do Bem, enquanto objeto da vontade, nem sob a veste do Verdadeiro, enquanto objeto
do intelecto, mas como fonte inesgotável de conhecimento e de amor, perfeição
última, que cresce em nós, indefinidamente, segundo S. Gregório de Nissa, “agora
e por toda a eternidade”.
Por
conseguinte, a missão dos homens de boa vontade, na Igreja e no mundo, consiste
em envidar todos os esforços possíveis para se chegar à Pátria, não mediante a
revolução, compreendida como reação dos oprimidos contra os opressores, sem nada
criar de definitivo, mas através do amor, que, qual luz, vinda do alto, é o
nosso “nascer em Deus”, pois o diz S. João: “Quem permanece no amor permanece
em Deus e Deus nele” (1Jo 4,16).
É maravilhoso! O amor, em seu
florescimento, humaniza! Ele é força de união, que permite reconhecer o
“próximo” no outro; melhor, colocar-se na condição de fazer-se “próximo” dos
outros. Estabelece-se, assim, uma verdadeira comunhão com os membros da família
ou da própria raça, também com todas as demais pessoas, mesmo com os próprios
inimigos, pois, para Jesus, não há quem Ele não ame. Então, para além da fé e
da esperança, que hão de passar, cada um reconhece que pode chegar à sua plena
realização, na medida em que remove, de sua consciência e vida, o que o separa
dos outros.
Exatamente,
quando alguém se relaciona com outras liberdades e acolhe conscientemente o
outro, ele é introduzido na esfera espiritual do amor divino e tem a
experiência de Deus como intimidade: última e decisiva “passagem” ao
amor-relação, que concretiza as palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos
outros assim como eu vos amei”.
Por
conseguinte, vencida a tensão entre a unidade de Deus e a nossa condição de
criatura, que nos impede de viver, desde já, a unidade, passamos a anunciar uma
espiritualidade que é, ao modo de ser de Cristo, comunhão com todas as
criaturas: dá-se o encontro consciente com Deus, no qual, desde agora, segundo
S. Atanásio, “somos divinizados”, ou seja, tornamo-nos participantes da unidade
do Deus Trino.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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