Reflexão do Evangelho - Domingo, 30 de junho
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
30 de junho
Mt
16,13-19 – As colunas da Igreja: Pedro e Paulo
Perto
da cidade de Cesareia, a caminho de Jerusalém, movido por amor,
Cristo responde ao suspiro de toda a humanidade: funda a Igreja,
definida, por S. Cipriano, como “povo reunido na unidade do Pai e
do Filho e do Espírito Santo”.
Nossas
relações, em sua base essencial, se transformam. Resgatados por
Ele, que estabeleceu sua morada entre nós, tornamo-nos membros de um
único povo. A contradição entre Deus e os homens passa a ser uma
só: não nossa natureza, mas o pecado.
No
interior da Igreja, prevalece o amor, e a justiça se torna direito
de todos, que se abraçam e se reconhecem irmãos e irmãs, uns dos
outros. Esta igual dignidade aparece concreta e acessível em seus
variados ministérios, que, animados pelo Espírito divino, se
constituem instrumentos não de opressão e de poder, mas de serviço
no amor.
Diz
Jesus a Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja”. Ele é a rocha, princípio externo de estabilidade, de
continuidade e de unidade na comunidade dos Seus seguidores. Importa
harmonizar os carismas e estabelecer coesão interna, para que todos
os membros da Igreja conservem “a unidade do espírito pelo laço
da paz” (Ef 4,3).
Presença
visível da unidade, para confirmar os irmãos na fé e na prática
dos ensinamentos do Mestre, Pedro recebe, no centro do seu
ministério, a graça de atar e desatar, dom do perdão, sinal
profético da misericórdia divina para toda a Igreja.
A
“qahal”, assembleia global dos fiéis do Antigo
Testamento, é restaurada, superada; efetiva-se a profecia de Isaías
(60,21): reunião de todos os santos no único Povo de Deus.
Saulo,
perseguidor dos cristãos, tocado pela poderosa e suave graça
divina, no dizer de S. Agostinho, “corre à fonte; deseja o
manancial das águas”. Na cidade de Damasco, batizado, ele
compreende que perseguir a Igreja era perseguir Cristo, e, gravadas
em seu coração, experimenta as palavras ditas por Jesus aos
Apóstolos, após a Ressurreição: “Sereis minhas testemunhas em
Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra”.
Pedro
recebe na Igreja Cornélio e sua família; Paulo, em diálogo de amor
e de inclusão, não mais exclui. Ambos, sintetizando os contrários,
em suas diferenças, confirmam e fortalecem a unidade na fé.
Bem
dirá, mais tarde, Teillard de Chardin: “Mestre, que as chamas do
Inferno não me atinjam. Não atinjam ninguém... Mas que cada um de
nós, nas sombras luminosas, se ajunte na plenitude ardente do
‘Milieu Divin’” (Le Milieu Divin, 191).
+Dom
Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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