Reflexão do Evangelho - Domingo, 29 de setembro


Reflexão do Evangelho
Domingo, 29 de setembro
Lc 16, 19-31 - O rico e o pobre Lázaro


       Um homem rico, não propriamente cruel ou desdenhoso, ignora o pobre mendigo, prostrado à porta de sua casa, definhando-se. Sua inércia, diante daquele homem faminto e desprezado, reflete uma atitude de indiferença, muitas vezes, inerente à comunidade humana, habituada a conviver com uma dilacerante realidade social, em que a pobreza, a violência e a injustiça se fazem presentes por toda a parte.
Se nossa existência compreende a dor, as contradições e limitações, decididamente, cumpre-nos alimentar uma viva preocupação pela vivência da caridade e por uma concreta atuação do compromisso social.
O amor devido aos semelhantes é um impulso da sensibilidade, uma comoção do coração, mas muito mais; ele exige uma ação prática, ativa e inteligente. Daí as palavras de S. Jerônimo: “Oh! Quão infeliz és tu entre os homens! Vês um membro do teu corpo prostrado diante da porta e não tens compaixão! Em meio às tuas riquezas, o que fazes do que te é supérfluo?”. Indignação que nos golpeia e leva o Papa Francisco a dizer: “Hoje, muitos se acomodam e se esquecem dos outros, não veem seus problemas, suas chagas e dores. Jazem no indiferentismo”.
Mas a parábola não para aí. O rico, preso aos bens materiais, tornou-se insensível, egoísta, cego e surdo às necessidades de seus semelhantes. Lázaro não é apenas alguém materialmente pobre; é um homem de fé, que, apesar de uma vida adversa e sofredora, jamais perdeu a esperança em Deus. Aliás, seu nome significa: “Deus é meu auxílio”. O rico, preso aos bens materiais, torna-se insensível e egoísta, cego e surdo às necessidades de seus semelhantes.
Após a morte, o pobre Lázaro vai para “junto de Abraão”, enquanto o rico permanece “na região dos mortos, no meio dos tormentos”. Observa S. Agostinho: “O relato não traz o nome do rico, que, neste mundo, andava de boca em boca, enquanto o nome do pobre, que ninguém nomeava, está inscrito no céu, pela própria iniciativa de Deus”.
Na eternidade, diz a parábola, separa-os um abismo, criado ao longo da vida terrena. Insistente apelo aos discípulos, para que acolhessem e vivessem as palavras dos profetas, que exortavam a praticar a justiça e o amor ao seu semelhante.



+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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