Reflexão do Evangelho – Domingo, 16 de julho
Mt 13,1-9
- Parábola do semeador
Aos olhos de Jesus, estende-se uma larga
e fértil planície, cheia de luz e de vida, terra pródiga, que acolhe a semente
lançada por um zeloso semeador. Não longe, via-se o mar. “Saindo de casa,
segundo o evangelista, Ele sentou-se” para ensinar a multidão que o ouvia
atentamente. Mais tarde, muitos reconhecerão nesta passagem uma alusão ao fato
de Jesus ter saído de junto de Deus para vir ao mundo anunciar a boa nova da
misericórdia e do amor.
Através de pequenas histórias, as parábolas, extraídas da
natureza e da vida cotidiana dos ouvintes, Jesus transmite a sua doutrina. Naquele
momento, Ele aproveita a cena de um semeador, em seu afã de lançar em terra as
sementes, que terão destinos diversos segundo a qualidade de cada terreno. Andando
passo a passo, num trabalho esperançoso, embora cansativo, o semeador deixa
cair “uma parte das sementes à beira do caminho”, terreno “pisado pelos pés de
todos”; elas não chegam a penetrá-lo, então os pássaros as levam e delas
desfrutam. Outra parte, “cai em lugares pedregosos”, onde há pouca terra, elas
germinam, mas não podem ganhar raízes, e logo secam. S. Cirilo de Alexandria as
compara “a uma fé superficial, evanescente, que logo sucumbe à tribulação ou à
perseguição”. Outras ficam sufocadas entre os espinhos, que representam,
segundo S. Jerônimo, “os corações dos que se tornam escravos dos prazeres e dos
cuidados deste mundo”.
Finalmente,
há os grãos que caíram em terra boa e deram frutos, superando as expectativas,
pois o rendimento é vertiginoso, sinal do triunfo final do Reino: trinta por
um, sessenta ou mesmo cem por um. Se o campo, onde é lançada a semente, é
figura da sociedade humana, que se reveste de múltiplas formas, os frutos
dependem de quem “ouve a Palavra e a realiza”. Aquele que acolhe a Palavra vê o
mundo sob uma perspectiva nova, como reflexo do Evangelho da paz, do perdão e
da misericórdia, mas quem se fecha à Palavra não reconhecerá a mensagem de
Jesus como oferta de salvação e irá perdendo a integridade interior, deteriorando-se
seus valores e virtudes.
Não
percamos de vista o fato de que é livremente que o ser humano descobre a sua
verdade, e é também livremente que ele constrói o seu destino: em sua vida não
existe nenhuma possível repetição, pois seus atos são sempre únicos. Assim, no impulso
do amor, ele poderá alcançar sua verdade íntima e sua vontade terá sempre de
novo a possibilidade de amar o bem e de construir um mundo mais justo,
solidário e verdadeiro.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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